Resultado da CDU nos Açores elemento de resistência e confiança

Nas eleições regionais dos Açores, a CDU subiu em número absoluto de votos, num quadro de acentuadas operações em torno da bipolarização, ficando a 85 votos de eleger um deputado. Nenhum partido ou coligação atingiu a maioria absoluta. A AD (PSD, CDS/PP, PPM) foi a força política mais votada com 48 668 votos (42,08%).

A Coligação PCP-PEV conquistou, no domingo, 1 823 votos, mais 82 votos do que nas eleições de 2020 e foi a terceira força política em quatro das nove ilhas (Corvo, Flores, Faial e S. Jorge).

Apesar de a CDU não ter atingido todos os objectivos, o resultado representa um elemento de resistência e de confiança, pelo que significa de derrota das operações em torno do alegado declínio irreversível e desaparecimento da CDU. Resultado que é tanto mais de valorizar se considerado nas condições muito difíceis de silenciamento, discriminação a que foi sujeita e pela utilização, mais uma vez, da sondagem para condicionar o voto, como aconteceu com a última que, colocando o PS a ganhar (mas sem maioria absoluta), mais uma vez se revelou infundada e manipuladora. Os resultados são ainda de valorizar no quadro em que outros partidos, como BE e PAN, registaram perdas eleitorais em número absoluto de votos (e, no caso do BE, de mandatos). Mais uma vez ficou igualmente evidente que a centralidade mediática e agigantamento do Chega é utilizada para acentuar artificialmente a bipolarização.

Trata-se de «um resultado que não é separável de uma menor visibilidade e presença resultante da ausência no Parlamento Regional», que, segundo Marco Varela, Coordenador Regional do PCP, privou «de modo muito significativo o conhecimento e afirmação da CDU, das suas propostas e acção».

O dirigente comunista criticou, também, a «operação de bipolarização ensaiada por PS e PSD, que, para lá do que de falso e enganador continha, encontrou fôlego e suporte renovados nas sondagens da última semana [da campanha eleitoral]».

«A manobra de dramatização do voto, a partir do agigantamento de um fabricado medo da direita (em que o papel do Chega se constituiu como apólice eleitoral de PS e PSD), assim como o agitar do anúncio de instabilidade e ingovernabilidade, deram pasto e campo para apelos a um enganador voto útil», sublinhou Marco Varela.

É com a CDU que os trabalhadores e o povo contarão

Em Lisboa, na Sede Nacional do PCP, Paulo Raimundo sublinhou que «o resultado obtido pela CDU representou uma pequena evolução do número de votos e a aproximação à eleição do deputado, que tal como há quatro anos não se verificou, desta vez por uma margem de apenas 85 votos.»

E acrescentou: «É um resultado aquém do necessário para influenciar directamente a correlação de forças na Assembleia Legislativa Regional. Neste resultado pesaram o silenciamento e a discriminação de que a CDU foi alvo. Pesou a dinâmica de bipolarização artificial, particularmente na fase final da campanha, entre o PS e o PSD, para iludir o facto de ao longo das últimas quatro décadas em que se alternam no poder na Região não se verem diferenças de fundo.»

«Este resultado não desvaloriza o trabalho desenvolvido pela CDU ao longo dos últimos quatro anos junto dos trabalhadores e do povo açoriano, defendendo os seus interesses e direitos por melhores salários, reformas e condições de vida», frisou ainda Paulo Raimundo, para quem o «resultado eleitoral representa um governo da coligação de direita liderado pelo PSD, seja qual for a expressão da base eleitoral que arranjos subsequentes venham a desenhar, significa um programa de governo de continuação das opções e prática anti-populares que ao longo dos últimos quatro anos os partidos da coligação de direita, com o apoio activo do Chega e IL, impuseram à região.»

«É um resultado que não é bom para os Açores e para os açorianos» e a ausência de deputados desta força política será notada «na vida política da Região».

«Mas que não haja dúvidas, é com a CDU, com o PCP e o PEV, que os trabalhadores e o povo contarão no futuro, fora do Parlamento, é certo, mas na acção de todos os dias, tomando a iniciativa e desenvolvendo a luta pela vida melhor a que aspiram e têm direito», assegurou o Secretário-Geral comunista que enviou «uma saudação aos candidatos, a todos da CDU, do PCP, do PEV e muitos sem filiação partidária, que desenvolveram uma campanha de esclarecimento e mobilização, em condições muito desproporcionais, mas assente no contacto directo para ouvir e informar, no conhecimento dos problemas e aspirações, na afirmação de soluções e de um caminho alternativo.»

Saudou também «todos os que deram o seu apoio e o seu voto, muitos deles pela primeira vez, dizendo-lhes que a CDU honrará os seus compromissos e que o seu voto será, como sempre, respeitado e dará força à luta que continua.»

Em nota divulgada na segunda-feira, 5, o PEV também saudou todos os candidatos da CDU que, no contacto directo com as populações do arquipélago, fizeram «um notável caminho de conversa, audição e esclarecimento, levando o valor das suas propostas e soluções para dar resposta às reais necessidades da região e do País».

 



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