Não basta modernizar e electrificar metade da Linha do Oeste

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO) considera inaceitável o atraso que se verifica na abertura do concurso para o projecto de modernização e electrificação da Linha do Oeste, no troço entre as Caldas da Rainha e o Louriçal.

«Adiar esta obra representa manter um mau serviço para os utentes»

O concurso foi prometido há mais de meio ano pelo Governo e pela Infra-estruturas de Portugal (IP).

«Em Junho de 2022, os responsáveis pela IP disseram que era uma questão de semanas e que tinham toda a documentação preparada pera o lançamento do concurso e que vinha aí a inclusão da Linha do Oeste na rede transeuropeia de transporte. Seis meses depois tudo está na mesma e não há concurso aberto, e, muito menos, linha modernizada e electrificada, verificando-se atrasos em cima de atrasos; promessas em cima de promessas, atirando cada vez para mais tarde a modernização e a electrificação de toda a Linha do Oeste, com todos os prejuízos que daí decorrem», denuncia a CPDLO, em nota de 4 de Fevereiro.

Segundo estes utentes, «adiar esta obra representa manter um mau serviço para os utentes, mais lento e menor cadência de horários, nas ligações ferroviárias entre as Caldas da Rainha e Coimbra ou da Figueira da Foz; significa manter uma situação de descontinuidade na ligação entre Lisboa e Coimbra pela Linha do Oeste, quando o troço entre Meleças e Caldas da Rainha estiver electrificado; não ter ligação à Linha de Alta Velocidade, em Leiria, quando a mesma estiver pronta».

 

«A passo de caracol»

A CPDLO tem sérias dúvidas que a modernização e electrificação do troço da Linha do Oeste entre Meleças e Caldas da Rainha estejam prontas no primeiro semestre deste ano, a avaliar pelo que falta fazer e pelo ritmo a que prosseguem as obras.

Recorde-se que o Governo comprometeu-se, perante a Comissão, na pessoa do Secretário de Estado das Infra-estruturas, a ter a obra concluída até Junho, em todo o troço de Meleças às Caldas da Rainha, «mas pelo que é visível isso não irá ser possível se o ritmo das obras não aumentar significativamente». «As obras públicas não podem ter os prazos de conclusão sucessivamente adiados, como acontece no caso da Linha do Oeste, com um claro prejuízo para o interesse público», aponta a Comissão, assegurando que no plano financeiro «estas derrapagens representam revisões de preços sempre em favor dos empreiteiros» e no plano social «as populações ficam impedidas de beneficiar dos projectos executados».

 

É urgente a renovação do material circulante!

Em Julho de 2023, a CPDLO referiu que a conclusão da obra de modernização e de electrificação da Linha do Oeste, no seu todo, tinha associada a questão da renovação do material circulante.

Entretanto, avolumam-se, de há uns meses para cá, as avarias das automotoras espanholas [as «camelas], que estão a garantir o serviço na Linha do Oeste. «Os atrasos de horas e as supressões devido a estas avarias – por vezes mais do que uma por dia – resultam em prejuízos irrecuperáveis para os utentes e afastam as populações da utilização do comboio, devido à falta de credibilidade do serviço», aponta a Comissão, para quem «é preciso» concluir as obras de modernização e de electrificação no troço Meleças-Caldas da Rainha e aprovar o projecto para a concretização da obra do troço Caldas da Rainha-Louriçal. Importante é, também, apressar o fabrico das novas composições destinadas à Linha do Oeste, para garantir um serviço público de transporte de qualidade e que vá ao encontro das necessidades das populações.



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