OS TRABALHADORES E O POVO PODEM CONTAR COM O PCP

«Defender os direitos, construir a alternativa»

O Comité Central do PCP, reunido a 12 de Março de 2024, analisou os resultados das eleições para a AR e das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, e o quadro político delas decorrente. Apreciou elementos da situação nacional e internacional, e estabeleceu linhas da acção, iniciativa política e do reforço do Partido, para responder às exigências que se colocam.

A realização das eleições não apagou os problemas e dificuldades com que os trabalhadores, o povo e o País estão confrontados. Uma situação marcada por profundas desigualdades e injustiças sociais, com um crescimento económico insuficiente. Uma situação em que os baixos salários e as magras pensões contrastam com os lucros escandalosos dos principais grupos económicos; em que 2 milhões de portugueses estão em risco de pobreza ou exclusão social; em que o custo de vida aumenta; em que se assiste à degradação dos serviços públicos, em particular do SNS e da escola pública,e a crescentes dificuldades no acesso à habitação.

Com a previsível obtenção, por escassa margem, do maior número de votos e deputados por parte do PSD e CDS, com uma forte quebra da expressão eleitoral do PS, criou-se uma situação em que sobressaem: uma relação de forças no plano institucional ainda mais favorável ao grande capital e ao prosseguimento da política de direita e de retrocesso de direitos; o crescimento das forças que protagonizam projectos reaccionários e fascizantes; o demissionismo do PS face ao desenvolvimento do quadro político, facilitando, por essa via, a acção política do futuro Governo da AD.

O resultado eleitoral obtido pela CDU, traduzindo um elemento negativo, é em si mesmo um sinal de resistência. De facto, é com a força do povo, é com os mais de 200 mil votos e os 4 deputados eleitos, que, passadas as eleições,o PCP estará, como sempre esteve, junto dos trabalhadores e do povo. É com o PCP que os trabalhadores e o povo contarão para defender os seus direitos, enfrentar os interesses dos grupos económicos e das multinacionais e afirmar os valores de Abril.

Tomar a iniciativa, estar onde é preciso estar, é esta a determinação do PCP. Uma determinação acrescida face à notável campanha de contacto directo, de esclarecimento e mobilização para o voto levada a cabo por milhares de activistas da CDU, militantes do PCP, do PEV, e muitas e muitas pessoas sem filiação partidária – a quem o Comité Central do PCP dirigiu uma saudação – que se juntaram e construíram a pulso o resultado eleitoral da CDU.

Uma dedicação e militância extraordinárias, com destaque para a participação juvenil, com a forma alegre, determinada e confiante como se envolveram na campanha eleitoral.

O Comité Central do PCP, a par da discussão em todo o Partido dos resultados eleitorais e da situação, orientações, tarefas e iniciativas e da realização dos comícios de Lisboa, Baixa da Banheira e Porto, respectivamente a 15, 17 e 24 de Março, decidiu levar por diante, uma jornada de contacto com os trabalhadores e a população entre os dia 21 e 24 deste mês.

Sublinhou também a importância e o significado da luta dos trabalhadores e das populações como factor determinante para a real mudança que a situação exige. Mudança que, rompendo com a política de direita, concretize a política alternativa de que o País precisa.

É esta a mudança que se exige em cada luta nas empresas e sectores, como as muitas que estão em curso; que vai estar presente na manifestação nacional de mulheres convocada pelo MDM, para 23 de Março em Lisboa,e também na manifestação da juventude trabalhadora convocada pela CGTP-IN para 27 de Março, em Lisboa e no Porto; e, entre muitas outras, também na luta dos estudantes, dos jornalistas, dos trabalhadores da Administração Pública e da Somincor.

Mudança que estará presente nas comemorações populares dos 50 anos do 25 de Abril , que vão ser um grande momento de afirmação das suas conquistas, valores e projecto de futuro. Comemorações populares para as quais o PCP apela a uma massiva participação e demonstração da força de Abril e de afirmação dos seus valores. Apelo que se estende à construção e participação na grande jornada de luta do 1.º de Maio, organizado pela CGTP-IN.

Exigência de mudança, que terá de ter igualmente expressão nas eleições para o PE, uma oportunidade de, com o reforço da CDU, afirmar o caminho necessário para o País e para uma outra Europa, de cooperação, progresso social e de paz entre os povos.

É para este caminho novo, patriótico e de esquerda, para este ciclo de afirmação dos valores de Abril, que o PCP apela aos democratas e patriotas, a todos os que cá vivem e trabalham, para construírem a alternativa que se mostra inadiável. Uma alternativacom soluções concretas para os problemas; que defenda o regime democrático, cumpra a Constituição e desenvolva o País.

Com confiança nos trabalhadores e nas massas populares e no desenvolvimento da luta, com o reforço do Partido e da sua ligação aos trabalhadores e ao povo, o PCP estará à altura de responder, seja em que circunstâncias for, à construção da alternativa patriótica e de esquerda, da democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, à luta pelo socialismo e o comunismo.