PCP com 103 anos e a coragem de sempre

PCP: Força de Abril. A co­ragem de sempre. En­frentar, cons­truir, avançar: foi esta a pa­lavra de ordem que o PCP lançou ainda na noite das elei­ções, dando o mote para o que aí vem. Amanhã há co­mício em Lisboa, do­mingo na Baixa da Ba­nheira e dia 24 no Porto.

Tomar a ini­ci­a­tiva, es­cla­recer, mo­bi­lizar

Na sua reu­nião de terça-feira, 12, o Co­mité Cen­tral do Par­tido (CC) apontou as ori­en­ta­ções para os pró­ximos tempos, sa­li­en­tando no co­mu­ni­cado (que pu­bli­camos nas pá­ginas 4, 5, 6 e 7 desta edição) ser este o mo­mento «de tomar a ini­ci­a­tiva, de es­cla­recer e mo­bi­lizar, para en­frentar pe­rigos, pro­mover a rup­tura, afirmar a al­ter­na­tiva, cons­truir e avançar».

Entre as pri­o­ri­dades apon­tadas surgem a ne­ces­si­dade da in­ter­venção po­lí­tica, do de­sen­vol­vi­mento da luta de massas, do for­ta­le­ci­mento das or­ga­ni­za­ções uni­tá­rias dos tra­ba­lha­dores e de ou­tras sec­tores da po­pu­lação, do tra­balho com ou­tros de­mo­cratas e pa­tri­otas e o re­forço da or­ga­ni­zação e acção do Par­tido. Re­la­ti­va­mente a este úl­timo as­pecto, re­a­firma-se a im­por­tância das «ori­en­ta­ções da Con­fe­rência Na­ci­onal, a que é ne­ces­sário dar con­cre­ti­zação em toda a sua di­mensão e ar­ti­cu­lando os seus vá­rios as­pectos».

No ime­diato, as­sumem par­ti­cular im­por­tância as co­me­mo­ra­ções po­pu­lares do 25 de Abril, a jor­nada do 1.º de Maio con­vo­cada pela CGTP-IN, a dis­cussão em todo o Par­tido dos re­sul­tados elei­to­rais e das ori­en­ta­ções e ta­refas apon­tadas, os co­mí­cios já mar­cados para Lisboa, Se­túbal e Porto e a acção de con­tacto com os tra­ba­lha­dores e a po­pu­lação, de 21 a 24 de Março. Des­tacam-se ainda as elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, de 9 de Junho, e a pre­pa­ração da Festa do Avante!, mar­cada para 6, 7 e 8 de Se­tembro.

103 anos de luta

Como o Avante! mos­trou na sua úl­tima edição, o PCP co­me­morou o seu 103.º ani­ver­sário, a 6 de Março, con­tac­tando com os tra­ba­lha­dores de 103 em­presas de todos os dis­tritos e re­giões do País: fá­bricas, ofi­cinas, es­ta­leiros mu­ni­ci­pais, es­ta­ções de trans­porte, hos­pi­tais, ser­viços pú­blicos e muitos ou­tros lo­cais de tra­balho. Em todas elas re­a­firmou o seu com­pro­misso de sempre – e em quais­quer cir­cuns­tân­cias – com os di­reitos e con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores.

À noite, em Évora, num co­mício onde também se falou de elei­ções, a na­tu­reza e ob­jec­tivos do Par­tido vol­taram a ser su­bli­nhados. O Se­cre­tário-Geral lem­brou esses 103 anos «onde cabem uma re­sis­tência única e co­ra­josa contra o fas­cismo e na luta pela li­ber­dade, um con­tri­buto in­subs­ti­tuível na cons­trução da Re­vo­lução de Abril, do seu exal­tante pro­cesso e das suas ex­tra­or­di­ná­rias con­quistas. Uma luta contra a po­lí­tica de di­reita e em de­fesa do pro­jecto e dos ideais de Abril e dos di­reitos con­sa­grados na Cons­ti­tuição».

Antes, já Je­ró­nimo de Sousa, do Co­mité Cen­tral, tinha sa­li­en­tado tão sig­ni­fi­ca­tivo ani­ver­sário de um Par­tido, o PCP, que «fez frente à di­ta­dura fas­cista – o único par­tido que não ca­pi­tulou, nem por de­creto ou re­pressão, não cedeu, nem re­nun­ciou à luta. Que es­teve na pri­meira linha de com­bate na im­plan­tação da de­mo­cracia em Por­tugal, dando um con­tri­buto de­ci­sivo e ini­gua­lável para o grande mo­vi­mento re­vo­lu­ci­o­nário que con­fluiu no 25 de Abril». O mesmo, acres­centou, que es­teve «como ne­nhum outro» na frente da luta contra a po­lí­tica de di­reita e o poder re­cons­ti­tuído dos mo­no­pó­lios e la­ti­fún­dios, em de­fesa das con­quistas de Abril e em todos os «grandes com­bates po­lí­ticos, so­ciais e ci­vi­li­za­ci­o­nais»: pela va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores; pela igual­dade entre ho­mens e mu­lheres; pelo de­sen­vol­vi­mento na­ci­onal, re­gi­onal e local; pela con­cre­ti­zação do di­reito das po­pu­la­ções à saúde, à edu­cação, à ha­bi­tação, à cul­tura, à mo­bi­li­dade e pelo di­reito a viver num am­bi­ente sau­dável.

Em dia de ani­ver­sário, a cé­lula do PCP no BNP Pa­ribas editou o pri­meiro nú­mero do seu bo­letim fx=cé­lula(abril+fu­turo), no qual ex­plica aos tra­ba­lha­dores o que é e para que serve uma cé­lula do Par­tido, des­monta a fa­lácia de que o au­mento do sa­lário mí­nimo pode ser pre­ju­di­cial a quem tra­balha e apela à sin­di­ca­li­zação – pois «o sin­di­cato somos nós todos, os tra­ba­lha­dores unidos pela de­fesa dos nossos di­reitos, que todos os dias são ata­cados e ame­a­çados».

 



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