1653 – Luís XIV torna-se Rei Sol

Em 1648, a França é go­ver­nada pela re­gente Ana de Áus­tria, mãe do jovem rei Luís XIV, então com 10 anos, tendo como pri­meiro-mi­nistro o car­deal Ma­zarin, su­cessor de Ri­che­lieu e obreiro da mo­nar­quia ab­so­lu­tista, de­be­ladas que foram a Fronda dos par­la­men­tares e a Fronda dos prín­cipes. A de­sig­nação re­fere-se às re­voltas fruto do au­mento de im­postos para co­brir os gastos da Guerra dos Trinta Anos, que obri­garam a fa­mília real a sair de Paris mas que aca­baram por ser su­fo­cadas. Em Ou­tubro de 1652, Luís XIV, já de­cla­rado maior, re­gressa a Paris com a mãe, dis­posto a as­sumir o poder. Para ce­le­brar o re­gresso, o duque de Ne­mours or­ga­niza um grande es­pec­tá­culo no pa­lácio Petit-Bourbon, em frente ao Louvre: o «Ballet Royal de la Nuit», com uma forte men­sagem po­lí­tica para a corte. A his­tória de­corre do final da tarde ao nascer do sol, com quatro vi­gí­lias e um triunfo final, sim­bo­li­zado pelo nascer do Sol. O pró­prio Luís XIV en­carna o Sol, as­cen­dendo da «noite» de forma es­plen­do­rosa graças a efeitos cé­nicos, e pe­rante ele se curvam os re­pre­sen­tantes da no­breza fran­cesa, numa ale­goria ao poder real sobre a so­ci­e­dade. Daqui advém a de­sig­nação de Luís XIV como «Rei Sol», que havia de ins­pirar a obra «O rei dança» (2000), do ci­ne­asta belga Gé­rard Cor­biau.