Manifestação Nacional de Mulheres no sábado em Lisboa
Para que Abril se cumpra na vida das mulheres, sem recuos nem retrocessos, com justiça e inclusão social, desenvolvimento e trabalho, igualdade e paz, no dia 23 de Março, em Lisboa, realiza-se uma Manifestação Nacional de Mulheres.
«Defender as conquistas dos direitos das mulheres alcançados em Abril»
A manifestação inicia-se na Praça do Rossio, às 15h00, e termina no Largo do Carmo. Reconhecendo «o muito que se avançou nos direitos das mulheres, particularmente na Lei», 50 anos depois do 25 de Abril, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) – que promove esta acção – alerta que «na vida a igualdade tarda a chegar e os retrocessos têm sido muitos, fruto de políticas que afirmam a igualdade, mas a impedem na prática».
Em comunicado, o MDM sublinha ainda que as alterações na Assembleia da República, resultantes das eleições de 10 de Março, «motivam e implicam novos desafios que exigem a participação das mulheres em defesa das conquistas de Abril», um «agir colectivo em prol de uma vida digna» e «uma mobilização, vontade e determinação para não perder direitos ou voltar atrás».
Sendo que «as mulheres e o MDM não viram as costas à luta», a Manifestação Nacional de Mulheres culmina as comemorações do 8 de Março, dando «espaço e tempo para celebrar e defender as conquistas dos direitos das mulheres alcançados em Abril».
Semana da Igualdade
Entretanto, a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH) da CGTP-IN está a realizar, de 18 a 22 de Março, uma Semana da Igualdade, com centenas de plenários, arruadas, debates temáticos e contactos com trabalhadores em todos os distritos e regiões autónomas, com o objectivo de denunciar os impactos da política de direita que tem contribuído para acentuar as desigualdades, degradar as condições de vida das mulheres e das famílias, comprometendo assim o desenvolvimento do País.
Para hoje, 21, está prevista a realização de plenários no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, às 14h30, e na Escola Básica de Monte Abraão, 10h30, e uma tribuna pública junto à Estação de Comboios de Monte Abraão, 12h30. A semana da igualdade encerra com um desfile em Faro, 10h00, no Passeio Ribeirinho; uma tribuna pública em Lisboa, 14h30, na Praça do Município; um jantar em Castelo Branco. Nos últimos dias tiveram lugar acções em Cascais, Olhão, Porto, Vila Franca de Xira, Loures, Lisboa, Torres Vedras, Cascais, Rio Maior e Olhão, entre muitas outras.
No distrito de Lisboa, informa o núcleo da CIMH, as mulheres são a maioria nas actividades onde os salários são mais baixos; continuam a receber menos que os homens; são a maioria no trabalho a tempo parcial; são lesadas pela precariedade e maioritárias no desemprego.
Entretanto, tem vindo a aumentar a participação das mulheres nos sindicatos da CGTP-IN. Nos anos de 2020, 2021, 2022 e 2023 sindicalizaram-se 110 256 trabalhadores, dos quais 35 630 (32,3 por cento) são homens, 59 557 (54 por cento) são mulheres e 15 069 (13,7 por cento) são jovens. As mulheres têm vindo a sindicalizar-se na Intersindical de forma crescente: 2020 – 13 367; 2021 – 13 690; 2022 – 14 340; 2023 (e Janeiro de 2024) – 18 160. As mulheres constituem ainda a maioria dos delegados sindicais.
Continuar a luta, de todas as formas:
# Pelo aumento dos salários, fim da precariedade e horários de trabalho que permitam a articulação da vida laboral, familiar e pessoal;
# Pela redução dos preços na habitação, transportes e custo de vida. Direito à saúde, aos direitos sexuais e reprodutivos, ao respeito integral da Lei da IVG;
# Pelo direito das crianças à saúde no Serviço Nacional de Saúde, à escola pública e às creches.
# Pelas Funções Sociais do Estado democrático, por equipamentos sociais de apoio às famílias
# Por um combate sério a todas as formas de violência contra as mulheres, da violência doméstica ao proxenetismo;
# Contra a misoginia e o sexismo, os discursos de ódio racistas e xenófobos; o populismo e o fascismo, o militarismo e as guerras.