Jovens trabalhadores saem à rua por um futuro com direitos
No dia 27 os jovens trabalhadores sairão à rua para uma Manifestação Nacional em Lisboa e no Porto, às 15h00. Por todo o País, o Movimento Sindical Unitário (MSU) tem estado a preparar esta importante acção de luta.
Para a juventude trabalhadora, «é tempo de agir e de lutar»!
Neste ano, como nos anteriores, os jovens trabalhadores comemorarão nas ruas, o Dia Nacional da Juventude (ver caixa). «Não é tempo de ficar parado à espera de mudança! É tempo de agir e de lutar!», pode ler-se no folheto informativo da CGTP-IN.
Entre as suas reivindicações, é destacada a necessidade do aumento geral dos salários, bem como a fixação do salário mínimo nacional em 910 euros, atingindo 1000 ainda em 2024. Uma forma, recorda, de combater o aumento quase diário do custo de vida.
A Intersindical reforça que «os jovens trabalhadores não são temporários ou descartáveis» reivindicando-se que a cada posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efectivo, com regulação de vínculos para uma «vida emancipada e independente».
Mas sublinha ainda, face a uma média de trabalho semanal de 41 horas (43 em sectores como a agricultura), que os jovens trabalhadores«precisam de tempo para a viver». Reduzir o horário de trabalho para 35 horas semanais, sem perda de salário, limitar o trabalho nocturno e por turnos e a laboração contínua, e fechar o comércio às 22h00 todos os dias, e aos domingos e feriados são algumas das prioridades.
Em todo o País constrói-se a luta!
Todo o MSU tem estado, nas últimas semanas, a preparar e dinamizar a Manifestação Nacional. De acordo com Gonçalo Paixão, da Direcção Nacional da Interjovem/CGTP-IN (organização específica da juventude que tem um papel central nesta acção), a manifestação será o «desenvolvimento da luta dos locais de trabalho, da luta de todos os dias», e pretende ser uma «expressão convergente e nacional» de todos os jovens trabalhadores.
Para este fim, e segundo afirmou, a CGTP-IN tem desenvolvido, nas últimas semanas, «acções de contacto directo com os trabalhadores nos locais de trabalho», divulgando a manifestação e as suas reivindicações centrais, e procurando chegar a mais jovens.
Mas não só: também «a própria participação nos plenários de trabalhadores», garantiu, é uma forma de dinamização. Neles é divulgada a sua realização, bem como a necessidade de toda a juventude trabalhadora sair à rua.
Gonçalo Paixão lembrou o «apelo aos pré-avisos de greve» feito junto das diferentes estruturas do MSU, recordando aquele que foi já lançado pelo CESP, bem como diversas outras acções em sectores como as indústrias transformadoras, administração local, comércio e serviços ou a hotelaria. Todas elas com o objectivo de garantir que esta manifestação seja a «expressão do descontentamento» da juventude trabalhadora, frisou.
A CGTP-IN tem, ainda, assegurou o dirigente, dinamizado por todo o País colagens de cartazes, bem como a pintura de murais em Lisboa e Porto. Ainda brevemente será realizada a pintura de um mural em Almada pelos trabalhadores dos SMAS, tendo por reivindicação o direito à água pública, afirmou.
Dia Nacional da Juventude
Tal como há vários anos, celebra-se em 2024 o Dia Nacional da Juventude, comemorado a 28 de Março, em homenagem às centenas de jovens que, organizados pelo Movimento de Unidade Democrática Juvenil, e em pleno fascismo, participaram nas iniciativas da Semana da Juventude promovida por esta estrutura.
Tanto em Bela Mandil (Olhão), como em São Pedro de Moel e outros locais, os jovens lutaram pela paz, a liberdade e a democracia, sendo severamente reprimidos, agredidos e presos pelo fascismo.
Em sua homenagem, a juventude portuguesa toma, todos os anos, este dia como seu, saindo à rua e lutando por direitos.