- Nº 2627 (2024/04/4)

Governo da Venezuela rejeita ingerências dos EUA

Internacional

Realizam-se a 28 de Julho próximo eleições presidenciais na República Bolivariana da Venezuela. É a 31.ª vez que os venezuelanos são chamados às urnas desde o começo da Revolução bolivariana, há 25 anos. As autoridades venezuelanas denunciam campanhas orquestradas pelos EUA e pela extrema-direita no sentido de retirar legitimidade às eleições democráticas, às quais concorrem 13 candidatos, 12 dos quais conotados com forças da oposição.

O governo venezuelano rejeitou de maneira categórica o comunicado dos Estados Unidos da América (EUA), face ao qual, considera que os chefes da operação contra o país sul-americano mostram finalmente o rosto.

Washington «tenta não reconhecer e deslegitimar as próximas eleições presidenciais» na Venezuela, marcadas para 28 de Julho, denunciou em Caracas uma nota do Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores.

Assinala que, perante o sistema eleitoral venezuelano, testado em mais de 30 eleições desde 1998, a Administração norte-americana pretende «minimizar a participação de 37 forças políticas» a nível nacional, que abarcaram o amplo espectro político. E relembra que foram inscritos 13 candidatos às eleições presidenciais, entre eles 12 identificados com a oposição.

Os EUA, indica a nota, procuram ocultar que foram «as próprias dinâmicas internas das oposições venezuelanas» que acabaram por retirar espaço a sectores políticos comprometidos com «acções terroristas, inconstitucionais, antidemocráticas e violentas».

Sublinha que de forma reiterada tais sectores demonstraram «não ter intenções sinceras» de apresentar-se eleitoralmente perante o povo mas, ao contrário, pretender levar a cabo acções visando «garantir os interesses norte-americanos» e os dos nomes «sonantes» da oligarquia venezuelana.

Enfatiza que a Venezuela cumpriu cabalmente não só as normas legais e constitucionais para realizar as eleições presidenciais, mas também cada ponto do acordo assinado entre o governo venezuelano e a autodenominada Plataforma Unitária, oposicionista.

Afirma que tal contrasta com a «sabotagem permanente contra o Acordo de Barbados [de Outubro de 2023] e os demais acordos alcançados nos diálogos directos entre os governos dos EUA e da República Bolivariana».

O texto destaca que a Venezuela está «orgulhosa do seu sistema eleitoral e deseja manter a paz, o crescimento económico e a estabilidade política nacional». E acentua que, face a esta nova intenção dos EUA de optar pelo caminho contra a democracia venezuelana, «a dignidade bolivariana fará com que fracassem uma e outra vez».

Que cessem as campanhas contra a Venezuela
O presidente Nicolás Maduro apelou a que cessem as campanhas contra a Venezuela e assegurou que haverá eleições presidenciais a 28 de Julho, «verificáveis e garantidas».

Denunciou que, por detrás dessas cruzadas desqualificadoras está a extrema-direita e os EUA, que pretendem deslegitimar a eleição, a 31.ª que se realiza desde a vitória da Revolução bolivariana, há um quarto de século.

Manifestou que «começou o circo» e há «nervos em Washington, nos apelidos da oligarquia e na direita regional», pelo que instou a acabar com esses nervos, já que a Venezuela tem «o sistema eleitoral mais confiável e transparente do mundo».

Insistiu que se trata do sistema «mais fiável, transparente e inspeccionado» do planeta, que pode ser verificado antes, durante e depois das eleições, e sujeito a uma dezena de auditorias. Asseverou que o imperialismo gosta de jogar com antecipação e apoia toda a campanha que prejudique a Venezuela, mentindo sobre o sistema eleitoral do país e as suas garantias. E disse que, no final, vai impor-se a verdade sobre a República Bolivariana.