AFIRMAR A ALTERNATIVA QUE FAZ FALTA AO PAÍS

«Abril é mais futuro»

No próximo dia 9 de Junho, o povo português é chamado a eleger 21 deputados para o Parlamento Europeu, que funciona de facto em Bruxelas/Estrasburgo, mas cujas decisões têm impacto na vida de todos os dias de quem cá vive e trabalha: nos salários, reformas, acesso à saúde, à educação e à habitação; nos preços dos alimentos, da energia, dos medicamentos; no que o País pode ou não produzir; nas opções sobre as empresas e sectores estratégicos.

Os protagonistas da política de direita – PS, PSD, CDS, Chega e IL – insistem em afirmar que não há alternativa à política de direita que mantém Portugal submetido às imposições da UE, do euro e ao domínio do capital monopolista de que é recente expressão a nova directiva que dá à Comissão Europeia plenos poderes para impor ao País ritmos para a redução da dívida, maior aperto sobre a despesa pública para as funções sociais do Estado, menos investimento, mais cortes nos serviços públicos, mais privatizações, ataques aos direitos laborais e à protecção social, mais contenção salarial. Tudo isto na mesma UE que gasta cada vez mais - milhares de milhões de euros - com a guerra, canalizando avultados fundos para o armamento e para os bolsos dos que ganham com a morte e o sofrimento humano, seja na Ucrânia, na Palestina ou em qualquer outro conflito.

Também as contas certas das opções da UE e da política de direita desacertam a vida de milhões de pessoas, tal como ficou expresso durante a maioria absoluta do PS e que querem agora agravar em face à correlação de forças ainda mais favorável à política de retrocesso social, resultante das eleições legislativas e que a formação do governo PSD/CDS e a apresentação do seu programa na AR vêm confirmar. Programa a que o PCP, não alimentando ilusões, dará firme combate, desde a primeira hora, seja na AR – em que se inserem o primeiro conjunto de iniciativas legislativas já apresentadas, os três projectos de lei com propostas para o combate à corrupção e a moção de rejeição ao programa do Governo que sexta-feira será discutida e votada –seja na rua e no desenvolvimento da luta de massas. Luta que aí está com expressão concreta nas empresas e locais de trabalho e que se alarga a vários sectores e camadas.

O PCP cá estará, sem hesitações, para trazer à discussão as consequências das opções da UE na vida de todos os dias e com a clareza de quem associa a defesa da soberania à luta por uma Europa dos trabalhadores e dos povos, de Paz, cooperação e progresso social. Como ficou evidente, aliás, na sessão de apresentação da declaração do primeiro candidato da CDU às eleições para o PE, que na semana passada se realizou.

É a CDU que faz e fez a diferença, seja lá no Parlamento Europeu, seja cá no contacto directo e regular levado a cabo pelos deputados eleitos. E é igualmente a CDU que é preciso reforçar nas eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, no próximo dia 26 de Maio.

OPCP manifestou a sua solidariedade e apoio à concentração convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública para defender o SNS.

O mesmo aconteceu no sábado passado relativamente à manifestação nacional de solidariedade com a Palestina e pela paz no Médio Oriente organizada pelo MPPM, CPPC, CGTP-IN e Projecto Ruído, mais uma acção das largas centenas que se têm vindo a realizar pelo País e tanto mais significativa quando se assinalam seis meses de um massacre em curso, que é urgente parar.

Uma situação que exige que o Estado português reconheça o Estado palestiniano, como propõe o PCP, ao apresentar mais uma vez na AR uma proposta nesse sentido.

Desenvolvem-se, entretanto, as comemorações do 50.º aniversário da Revolução de Abril, em que se integrou a sessão promovida pelo PCP no domingo passado em Almada «25 de Abril uma Revolução Libertadora e Emancipadora. Abril é mais futuro». Revolução que promoveu grandes conquistas e profundas transformações. Revolução de Abril cujos valores é preciso afirmar e projectar no futuro de Portugal.

E continuando a afirmar a importância da Revolução e dos valores de Abril, é preciso mobilizar para a mais ampla participação nas comemorações populares que prosseguem em múltiplas acções por todo o País. E, com a grande força que Abril continua a ter, vamos fazer do próximo 1.º de Maio uma grande jornada de luta, uma grande demonstração da força dos trabalhadores, da sua luta, um grande momento de exigência de aumento dos salários, de afirmação dos direitos, um momento de combate contra a exploração, as injustiças e o aumento do custo de vida.

O PCP cá estará para resistir e travar o processo contra-revolucionário e afirmar a alternativa patriótica e de esquerda, que, a cada dia que passa, mais falta faz ao País. A alternativa que exige o reforço da influência do PCP, com a sua identidade, o seu projecto, o seu programa, o seu compromisso com os trabalhadores, o povo e o País. Mas exige também a participação dos democratas e patriotas, de todos os que se preocupam com o rumo político que está a ser seguido e entendem que é hora de convergir na acção pela política alternativa que, com a força dos trabalhadores e do povo, ponha o País no rumo de Abril.