João Oliveira no distrito de Setúbal apresenta soluções para os problemas

O primeiro candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu (PE), João Oliveira, esteve em contacto, anteontem, 16, com as populações, comerciantes e trabalhadores do distrito de Setúbal.

«As eleições para o PE têm tudo a ver com a vida nacional e dos trabalhadores»

O périplo iniciou-se no Barreiro, terra de trabalho, de resistência e de luta. «Força de Abril. A coragem de sempre. Enfrentar, construir, avançar», lia-se no documento distribuído no centro da cidade, no qual o PCP apresenta alguns dos seus compromissos: aumentar salários e pensões; salvar o Serviço Nacional de Saúde e assegurar o direito de todos à saúde; garantir o direito à habitação; assegurar os direitos das crianças e dos país, das mulheres, da juventude; defender o ambiente e a conservação da natureza; defender a paz.

O contacto iniciou-se frente a Câmara Municipal do Barreiro e contou com a participação de várias dezenas de pessoas, que, acompanhando o candidato, ergueram as bandeiras e as cores da CDU, afirmando o seu projecto alternativo. No dia em que não foi nomeada uma adjunta do ministro das Finanças, por estar a ser julgada por fraude para obtenção de fundos europeus, muitas conversas foram dar à actual situação política e a previsões de um Governo com poucos meses de vida. «A mentira descobre-se logo», dizia uma comerciante. Outra polémica, sentida, prende-se à descida do IRS, que só terá efeitos nos bolsos dos grandes grupos económicos. «Não temos uma bola de cristal, mas já estávamos a adivinhar chuva», respondeu João Oliveira, recordando o que aconteceu em eleições anteriores. «Fazem promessas que sabem que não vão cumprir», apontou o candidato num outro estabelecimento, frisando que «isto anda tudo mal distribuído», principalmente «na riqueza do País, que vai parar aos bolsos de uma ínfima minoria», enquanto os outros, a maioria, «andam a roer os ossos». João Oliveira defendeu que os micro, pequenos e médios empresários (MPME), que representam mais de três milhões de trabalhadores e são responsáveis pela criação de mais de 60 por cento da riqueza do País, deveriam ter «o apoio correspondente ao emprego que criam».

Valorizar os trabalhadores

Ao início da tarde, João Oliveira contactou com os trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa, aproveitando o período de entrada e saída de mais um turno de laboração da maior fábrica de automóveis em Portugal. Chegavam e partiam de autocarro, na sua maioria, de automóvel, de motorizada, de trotineta e até de bicicleta. À entrada, o tempo era cronometrado, aproveitando os últimos minutos antes das 15h00 para telefonar aos filhos e familiares, que não iam ver naquele dia, para conversar com os colegas, fumar o último cigarro até às 00h00.

A visita acontece depois de os trabalhadores terem rejeitado um acordo laboral proposto pela administração da empresa. Para amanhã está prevista uma resposta às reivindicações daqueles que em 2023 produziram 220 100 carros: um aumento de 6,1 por cento, no mínimo de 100 euros, em 2024 [entre outras medidas].

«Mais uma vez, este ano a administração volta à carga e tenta impor na negociação do caderno reivindicativo uma proposta que não repõe o poder de compra e tenta condicionar os nossos salários, rendimentos e condições de trabalho por vários anos, e lhe garante continuar a bater recordes de produção e a ter milhões de lucros para dividir pelos accionistas e apenas uns “tostões” para quem diariamente produz a riqueza», lê-se no Faísca, folha informativa da Célula do PCP dos Trabalhadores da Autoeuropa, que João Oliveira ajudou a distribuir.

«As eleições para o PE têm tudo a ver com a vida nacional e dos trabalhadores», salientou o candidato ao Avante!, dando como exemplo as imposições da UE relativamente «à contenção dos salários e das pensões, falsamente invocada para combater a inflação, quando na verdade servem para aumentar os lucros e agravar a exploração».

Destacou como «aspecto central» a «valorização dos trabalhadores», o que só se consegue com o aumento dos salários, com horários de trabalho regulados, com condições de trabalho que garantam a saúde e a segurança». Fundamental é, também, reforçar os direitos dos trabalhadores no regime de trabalho por turnos e nocturno.

Tudo isto exige «uma outra política, que só se consegue com a acção e a intervenção do PCP e da CDU» e «com a luta dos trabalhadores, convergindo nesse objectivo», concluiu.

Aveiro, Porto e Santarém

Ao longo da semana passada, em conjunto com outros candidatos da CDU ao Parlamento Europeu, João Oliveira também esteve pelos distritos de Aveiro, Porto e Santarém.

Logo no dia 10, o primeiro candidato da CDU esteve presente, em solidariedade com os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia que estiveram em greve por melhores salários e condições de trabalho, tendo-se concentrado em frente à sede da instituição. João Oliveira destacou a justiça daquele momento de luta e assinalou a disponibilidade da CDU em prosseguir ao lado daqueles trabalhadores.

Ainda no mesmo dia, participou em acções de contacto com a população e pequenos comerciantes na feira dos Carvalhos, ainda em Vila Nova de Gaia, com os trabalhadores da Câmara Municipal do Porto, na cantina das oficinas municipais, e com os trabalhadores da empresa PMH – Produtos Médicos Hospitalares.

O dia terminou, em Campanhã, numa tribuna pública sobre trabalho, transportes e habitação, temas que muito dizem respeito à população do distrito portuense. A iniciativa contou com a presença da candidata Mariana Silva, do PEV.

No distrito de Aveiro, no dia 11, uma delegação da CDU, que integrou os candidatos João Oliveira e Isabel Tavares, esteve em contacto com os trabalhadores da fábrica de calçado ECCO, em Santa Maria da Feira, num momento em que estes trabalhadores estão confrontados com mais uma ameaça de despedimento colectivo. Seguiram-se contactos com os trabalhadores da Bi-silque, em Esmoriz, Ovar, e com a população do Furadouro, no mesmo concelho.

Por fim, em Santarém, no dia 12, visitou a feira de Pernes e contactou com os estudantes do Instituto Politécnico de Santarém e com utentes do Hospital Rainha Santa Isabel, em Torres Novas.

 

Defender os interesses do País

Ao final da tarde, frente à movimentada Estação de Comboios de Setúbal, João Oliveira participou na apresentação das candidatos do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) que integram a candidatura da CDU às eleições para o PE: Mariana Silva (41 anos, professora), Marta Parente (26 anos, assistente técnica administrativa) e Patrícia Marcelino (26 anos, psicóloga escolar). Entre muitos outros, estiveram presentes Manuela Cunha, Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira, do Conselho Nacional do PEV.

Ali, foi ainda tornado público o Manifesto Ecologista que incorpora os compromissos eleitorais do PEV e da CDU, fundamentado na convergência de políticas e de uma visão de futuro orientados para a defesa da justiça social, da igualdade de oportunidades, do respeito pelos direitos dos cidadãos, pela diversidade cultural e pela defesa dos valores naturais, da sustentabilidade e da solidariedade.

«Vota verde. Vota CDU. Pela paz. Pela biodiversidade», lia-se no palco improvisado daquela iniciativa, que teve como tema central a mobilidade. «Acreditamos que o caminho para a descarborização, para uma transição energética justa, para o desenvolvimento do nosso País, a solução passa pelo investimento nos transportes públicos colectivos», afirmou Mariana Silva, referindo que o investimento passa, sobretudo, «por uma aposta séria na ferrovia, para que todas as capitais do distrito tenham comboio, para que Portugal tenha uma ligação ferroviária à Europa digna desse nome». «E, para isso, é importante que se elejam deputados portugueses que sejam capazes de defender no PE as necessidades do progresso na mobilidade para o nosso País», reforçou a candidata.

Antes, João Oliveira sublinhou a «importância» da CDU «em todas as suas componentes», o que a torna, verdadeiramente, «uma força distintiva». «Nenhuma outra força, como a CDU, está em condições de se apresentar aos portugueses com provas dadas», num «caminho» que integra «uma acção decidida na resposta aos problemas que o povo e o País enfrentam», sem nunca ter deixado de afirmar «a necessidade de articulação entre a resposta às questões económicas e sociais» e a «consideração das questões ambientais».

Eleições a 9 de Junho

Este dia terminou no Pinhal Novo, com uma sessão intitulada «As eleições para o PE», com várias dezenas de pessoas, que aconteceu no Salão dos Bombeiros do Pinhal Novo. Além de João Oliveira, participaram Paulo Garcia, Dília Candeias, da Comissão Concelhia do PCP, e Carlos Fernandes, do Comité Central do PCP. Em debate esteve, por exemplo, a questão da produção nacional. «Um País que não produz não tem futuro», alertou o candidato, avançando com a necessidade de «aproveitar os recursos» nacionais «para dependermos menos do estrangeiro, para criar mais riqueza, mais postos de trabalho, garantindo que os jovens não tenham que procurar o seu futuro fora do País».

 



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