Há que pôr fim ao massacre do povo palestiniano
Continua a guerra de agressão levada a cabo há mais de seis meses por Israel contra o povo palestiniano, num momento em que a tensão militar na região sobe de tom em resultado da política de Israel.
Número de vítimas do massacre contra o povo palestiniano não cessa de crescer: 34 mil mortos e 76 mil feridos
Mais de 13 mil palestinianos da Faixa de Gaza estão enterrados em valas comuns, sob os escombros, ou presos em lugares secretos em Israel. A denúncia é do Observatório Euromediterânico de Direitos Humanos, que reclama uma acção internacional urgente para introduzir no território mecanismos especiais e equipas especializadas com o objectivo de retirar o entulho de edifícios e outras estruturas destruídos pelos bombardeamentos israelitas. Reclamou também «uma pressão internacional decisiva sobre Israel» para garantir o trabalho dessas equipas.
O Observatório exigiu que Israel revele o destino de milhares de prisioneiros palestinianos cujo paradeiro se desconhece.
Estas estimativas baseiam-se nos relatórios iniciais sobre pessoas desaparecidas, embora seja difícil estimar o número real, dados os contínuos ataques israelitas e o cerco de muitas zonas da Faixa de Gaza. Por exemplo, só no Hospital Al-Shifa, o maior do território, foram recuperados os cadáveres de 422 palestinianos, após quase duas semanas de cerco e ataques do exército ocupante.
A ONG acusou uma vez mais Israel de perpetrar um genocídio na Faixa de Gaza, onde foram registadas até ao dia 15 quase 34 mil vítimas mortais e mais de 76 mil feridos, em pouco mais de seis meses. Isto, sem contar com as pessoas desaparecidas.
Destruição inimaginável
A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou Israel por limitar o acesso e atrasar as missões humanitárias na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que reclamou garantias de segurança para os trabalhadores das agências humanitárias.
«O nosso esforço para entregar ajuda e restaurar hospitais vê-se obstaculizado pelo acesso limitado, as proibições e demoras das missões e os contínuos desafios de segurança» impostos por Israel, lamentou a OMS. «Necessitamos urgentemente de garantias mais claras, um mecanismo funcional de solução de conflitos e de movimentos previsíveis e acelerados através dos pontos de controlo para inundar Gaza com ajuda e apoiar a restauração do sistema de saúde», insistiu.
Na semana passada, o director-geral da OMS afirmou que o outrora sólido sistema médico da Faixa de Gaza foi destroçado pelos ataques israelitas. Criticou, em especial, a destruição causada pelas tropas israelitas na cidade de Khan Yunis, onde foram arrasados vários hospitais. Uma equipa da OMS que visitou a zona para avaliar as instalações de saúde, descreveu a destruição como «desproporcionada em relação a qualquer coisa que se queira imaginar». Nenhum edifício está intacto, não há ruas, há só escombros e terra, pormenorizou.
Mobilização na Cisjordânia
Movimentos e partidos palestinianos apelaram à mobilização das forças patrióticas na Cisjordânia para enfrentar a crescente vaga de violentos ataques armados dos colonos israelitas.
As forças de resistência da Palestina instaram as populações a «frustrar as tentativas dos colonialistas destinadas a aterrorizar aldeias e cidades palestinianas». É preciso, reafirmam, activar a resistência popular e os comités de protecção.
Como exemplo das acções criminosas dos ocupantes israelitas, é apontado o ataque contra a localidade de Al-Mughayir, na área de Ramala, agredida por um milhar e meio de colonos protegidos por militares israelitas.
Pelo menos 464 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e 4.800 ficaram feridos desde Outubro, em resultado de ataques das forças militares e de colonos israelitas.
Mais de 750 mil colonos vivem em colonatos ilegais construídos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental.
Irão justifica ataque de resposta
Um porta-voz das forças armadas do Irão considerou que os dirigentes dos EUA, Reino Unido e França devem deixar de apoiar Israel. Citado pela agência IRNA, referiu que os países «ocidentais» não devem apoiar quem assassina mulheres e crianças. Esclareceu que o Irão não procura ampliar a dimensão do conflito com Israel mas avisou que se alguma das partes «cruzar as nossas linhas vermelhas, responderemos de uma maneira mais forte e dura».
Teerão explica que a operação militar do dia 13 foi dirigida contra três bases militares israelitas envolvidas no ataque ao consulado iraniano em Damasco, no início deste mês. O Irão afirma que era a «única opção», exercer o legítimo direito à autodefesa, face à incapacidade do Conselho de Segurança de condenar o bombardeamento israelita das instalações diplomáticas iranianas na capital síria.
Países aliados de Israel têm pedido «contenção» face a nova provocação israelita contra o Irão.
PCP condena escalada
Intervindo em Grândola, no almoço regional do Alentejo, no domingo, 14, o Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, pronunciou-se sobre o agravamento da situação no Médio Oriente.
«Preocupa-nos e condenamos mais esta recente escalada iniciada com o bombardeamento e a destruição do consulado do Irão em Damasco por parte de Israel e o ataque de resposta do Irão», afirmou. E destacou que «é urgente e fundamental parar com o massacre e genocídio do povo palestiniano levado a cabo por Israel», e que «é necessário instaurar um cessar-fogo imediato e permanente, o envio de ajuda humanitária ao povo palestiniano e o cumprimento dos seus direitos, incluindo a criação do Estado da Palestina».
Na sua reunião de segunda-feira, o Comité Central do Partido abordou também a situação no Médio Oriente (ver páginas 15 a 18).