Reforçar a CDU para mudar de política na Madeira
Na Região Autónoma da Madeira «falta completar Abril», afirmou, sexta-feira, numa sessão pública realizada no Funchal, Edgar Silva, primeiro candidato da CDU às Eleições Legislativas Regionais de 26 de Maio.
«Medidas de combate aos enormes abismos sociais e territoriais»
Na iniciativa para apresentar a lista dos candidatos da CDU e «passados que estão 50 anos da Revolução de Abril», Edgar Silva apontou como «grandes eixos da necessária alternativa política» três D: «Desenvolver, Democratizar e Descolonizar».
É, assim, prioritário «Desenvolver» a Região «através de medidas de combate aos enormes abismos sociais e territoriais que caracterizam esta terra»; «Democratizar com medidas concretas para alterar as profundas injustiças sociais, de modo a que a democracia económica não continue a ser uma miragem»; e «Descolonizar, através de projectos que libertem do que resta do jugo colonial, do muito que está enraizado de poderio dos senhores do mando nestas ilhas», sintetizou o candidato.
Em representação do Partido Ecologista «Os Verdes», Marco Fernandes, também candidato, elencou as grandes bandeiras propositivas para que na Região seja «edificada a justiça ambiental», e deu exemplos concretos da iniciativa ecologista, como «a defesa do mar e da qualidade das águas marinhas» e «a defesa do Litoral contra os especuladores imobiliários».
Já Gonçalo Ramos, estudante universitário, da Juventude CDU, avançou com algumas propostas para integrar no Programa Eleitoral da Coligação PCP-PEV.
Por último, a mandatária Sílvia Vasconcelos frisou que aquela «é uma candidatura consequente de pessoas que não desistem, que são persistentes e não baixam os braços às lutas e desafios que se impõem nos nossos dias». «A Região precisa de uma alternativa e não de alternância política, em que muda um partido, mas a política é a mesma. E, por isso, é preciso reforçar a CDU, para que as coisas mudem», insistiu.
Vale a pena lutar!
No sábado, 20, os candidatos Edgar Silva e Herlanda Amado estiveram nas zonas altas de São Gonçalo, onde a população, sempre em conjunto com a CDU, desenvolveu, durante décadas, uma importante luta pelo direito a uma ligação rodoviária. «Foram dezenas as reuniões públicas a que se deslocaram; dezenas de abaixo-assinados recolhidos; muitas as iniciativas de denúncia desenvolvidas pela CDU e as propostas apresentadas em todos os orçamentos e planos da Câmara Municipal do Funchal, para que aquela obra fosse consagrada no papel, mas acima de tudo no terreno», recordou Herlanda Amado, também eleita na Assembleia Municipal do Funchal, salientando que a obra agora em execução «vai garantir segurança, mais qualidade de vida e o desenvolvimento social para todos os que residem no Lombo da Quinta». «Este exemplo de luta e conquista de direitos é um incentivo para tantos outros lugares das periferias e ultraperiferias, que continuam esquecidos e excluídos dos direitos ao desenvolvimento e dos processos de investimento público», acrescentou.
Rede de transportes não dá resposta às necessidades
No dia 16, Ricardo Lume, candidato e deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, esteve no município de São Vicente para denunciar a fraude que tem representado a política de transportes públicos na Região, que continua a deixar praticamente ao abandono a população da Costa Norte.
Em contacto com os moradores, afirmou que «a população de São Vicente continua a ter uma rede de transportes públicos que não dá resposta às suas necessidades, não só pela frota envelhecida, que ao longo dos últimos anos foi anunciada a sua renovação, mas também pelo facto de existirem muitas zonas sem estarem cobertas pela rede de transportes públicos». Nos últimos anos, o Governo Regional «propagandeou que o concurso internacional de concessão dos transportes públicos para a Região» ia dar resposta aos problemas, «mas na realidade não passou de um “fato feito à medida” para entregar por mais 10 anos o serviço público de transporte a empresas que continuam a prestar um serviço deficitário apenas para maximizar os seus lucros», acusou o candidato.
Ricardo Lume referiu ainda não ser «aceitável» que «no desempenho de funções iguais, os trabalhadores das empresas de transportes públicos privadas tenham piores condições e remunerações mais baixas do que os trabalhadores da empresa pública de transportes públicos».
Concluindo, assegurou que a CDU «vai continuar a intervir» para «garantir o reforço dos meios humanos nas empresas de transportes públicos, a valorização dos salários e das condições de trabalho», para quem presta este importante serviço público, «sejam trabalhadores de empresas privadas ou públicas».
O candidato defendeu ainda a criação de uma rede de transportes públicos adequada às necessidades da população e dos trabalhadores, a imediata implementação do passe único e que seja dada continuidade ao processo progressivo da gratuitidade dos transportes públicos para todos os residentes da Região, processo iniciado com a proposta da CDU da gratuitidade para os jovens até aos 23 anos e para maiores de 65 anos.