Conversa a conversa, vamos construir o resultado eleitoral da CDU

Belmiro Magalhães (Membro da Comissão Política)

Serão as con­versas que farão a di­fe­rença

Dentro de pouco mais de três se­manas terão lugar as elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu. A mo­bi­li­zação para o voto na CDU é, nesta fase, a pri­o­ri­dade de todos os mi­li­tantes do PCP e ac­ti­vistas da CDU. Falta pouco tempo e ainda há muito por fazer.

A in­ter­venção dos dois de­pu­tados da CDU no man­dato que agora ter­mina é dis­tin­tiva pelo seu com­pro­misso com o povo e os tra­ba­lha­dores, mas também pela sua in­ten­si­dade, como tem vindo a ser tra­tado nas pá­ginas do Avante!: cerca de 1600 ini­ci­a­tivas de con­tactos com os pro­blemas con­cretos em em­presas, lo­ca­li­dades, hos­pi­tais, es­colas, entre ou­tros; cerca de 520 in­ter­ven­ções em ple­nário, de 525 per­guntas à Co­missão ou Con­selho, mais de 3000 de­cla­ra­ções de voto ou a res­pon­sa­bi­li­dade di­recta em mais de 70 re­la­tó­rios. São exem­plos que mos­tram bem a im­por­tância dos de­pu­tados da CDU.

Aquela que é para al­guns uma «ca­deira dou­rada», dis­tante das po­pu­la­ções e dos seus pro­blemas, e muito pró­xima de grandes e pe­ri­gosos in­te­resses, é para os eleitos da CDU um es­paço de com­bate po­lí­tico e de tra­balho in­can­sável, or­gu­lho­sa­mente sem qual­quer be­ne­fício ma­te­rial.

Nestas elei­ções es­ta­remos também a as­sumir um po­si­ci­o­na­mento sobre o rumo que que­remos dar ao País. Se que­remos con­ti­nuar um ca­minho de perda de so­be­rania, de po­lí­ticas que agravam as in­jus­tiças, pre­ca­rizam o tra­balho e de­gradam os ser­viços pú­blicos, ou se su­bimos o tom da exi­gência de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva.

Im­porta que o jovem que não con­segue aceder a uma ha­bi­tação digna a preços com­por­tá­veis e a um em­prego com di­reitos, saiba que é com os de­pu­tados da CDU que pode contar para con­frontar a es­pe­cu­lação imo­bi­liária e a po­lí­tica de juros do BCE.

O tra­ba­lhador cujo sa­lário não chega ao final do mês deve saber que é com os de­pu­tados da CDU que pode contar para con­frontar o mo­delo de baixos sa­lá­rios e de in­justa dis­tri­buição da ri­queza que tem vindo a ser im­posto.

A re­for­mada que não con­segue ter uma vida digna de­pois de uma vida in­teira de tra­balho e que de «pro­moção em pro­moção» vê os preços cada vez mais caros nas pra­te­leiras da grande su­per­fície, deve com­pre­ender que é com os de­pu­tados da CDU que pode contar para de­fender re­formas dignas e para com­bater a es­pe­cu­lação dos preços de bens fun­da­men­tais.

É ne­ces­sário que as po­pu­la­ções que pre­cisam de um SNS com me­lhores con­di­ções e de uma Es­cola Pú­blica com meios re­for­çados com­pre­endam que é com os de­pu­tados da CDU que podem contar para con­ti­nuar a re­sistir às po­lí­ticas de corte no in­ves­ti­mento pú­blico e em des­pesas fun­da­men­tais, pondo em causa as res­postas ne­ces­sá­rias, pro­mo­vendo a mer­can­ti­li­zação das fun­ções so­ciais do Es­tado.

Aos muitos que olham com in­qui­e­tação para a si­tu­ação mun­dial, com a mul­ti­pli­cação e in­ten­si­fi­cação de guerras, da Pa­les­tina à Ucrânia, e que as­piram à paz, deve ficar claro que é com os de­pu­tados da CDU que podem contar para dizer não ao mi­li­ta­rismo e à po­lí­tica de con­fron­tação.

 

So­bres­salto de es­cla­re­ci­mento

Estas elei­ções são um mo­mento para re­jeitar a po­lí­tica de di­reita e as forças que a su­portam. A fa­mi­ge­rada mu­dança que o novo go­verno PSD/​CDS pu­bli­cita é apenas mais do mesmo, mas ser­vido em doses mais car­re­gadas. A ten­ta­tiva do Go­verno de es­conder as suas op­ções de fundo de fa­vo­re­ci­mento do grande ca­pital com vi­ti­mi­zação e pa­la­vras doces não re­siste à re­a­li­dade.

São uma opor­tu­ni­dade para com­bater as forças mais re­ac­ci­o­ná­rias e fas­ci­zantes, que tão bem têm con­vi­vido com esta UE, como se pode ver nas po­si­ções de PSD, CDS, IL e Chega, ou em go­vernos como o de Me­loni, na Itália. A res­pon­sa­bi­li­dade do PS pela si­tu­ação ac­tual re­força a con­clusão de que não me­rece o voto da­queles que as­piram a um Por­tugal me­lhor. Ou­tros há também que se iludem com a UE e que se deixam con­di­ci­onar.

Está em causa a eleição de 21 de­pu­tados na­ci­o­nais para o PE e o sinal po­lí­tico a ser dado para o ca­minho que o País deve se­guir. Todos os votos con­tarão para eleger de­pu­tados da CDU, a força que se tem dis­tin­guido pela sua in­ter­venção firme, co­ra­josa e in­tensa em de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais.

O re­sul­tado da CDU de­pen­derá muito da­quilo que fi­zermos nos pró­ximos dias. Pe­rante o si­len­ci­a­mento e de­tur­pação que a co­mu­ni­cação so­cial faz das po­si­ções da CDU, temos que con­cre­tizar um so­bres­salto de es­cla­re­ci­mento. Serão so­bre­tudo as con­versas, uma a uma, que farão a di­fe­rença na cons­trução do re­sul­tado elei­toral.



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