A LUTA VAI CONTINUAR

«em de­fesa dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País»

O Co­mité Cen­tral do PCP, reu­nido a 11 de Junho de 2024, entre ou­tras ques­tões, ana­lisou os re­sul­tados das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu (PE) e traçou as li­nhas de in­ter­venção e luta pri­o­ri­tá­rias para o Par­tido.

O re­sul­tado elei­toral da CDU para o PE as­sume um enorme sig­ni­fi­cado po­lí­tico e a ga­rantia de in­ter­venção da voz de co­ragem e in­subs­ti­tuível.

No re­sul­tado da CDU está o valor de mi­lhares de elei­tores que en­fren­taram ele­mentos de dis­persão e de en­gano e op­taram pela visão co­ra­josa do pre­sente e do fu­turo de Por­tugal e da Eu­ropa con­tra­ri­ando o con­for­mismo e obs­cu­ran­tismo am­pla­mente di­fun­dido; que op­taram por não se deixar li­mitar pelo medo, a chan­tagem, pelos dogmas do ne­o­li­be­ra­lismo e a pe­ri­gosa ló­gica da con­fron­tação, e apoi­aram e vo­taram por uma visão pro­gres­sista, de li­ber­dade, de­mo­cracia e de Paz na Eu­ropa.

Co­ragem de todos aqueles – que o Se­cre­tário-Geral do PCP saudou – que com o seu voto afir­maram a sua ca­pa­ci­dade de ver para lá das cor­tinas de fumo, das ma­ni­pu­la­ções e da pro­moção do pre­con­ceito; da­queles que não se dei­xaram con­di­ci­onar face a ma­no­bras que per­sistem, de desvio de aten­ções do que re­al­mente es­tava em causa, e op­taram com o seu voto pela de­fesa das con­di­ções de vida do povo por­tu­guês; dos que sabem que a luta contra a ex­trema-di­reita, contra as forças re­ac­ci­o­ná­rias e anti-de­mo­crá­ticas não se faz com slo­gans, mas sim com a efec­tiva res­posta às di­fi­cul­dades pelas quais passa a larga mai­oria dos tra­ba­lha­dores e do povo; dos que, num es­paço que se alarga e cresce, re­cusam a guerra como fu­turo dos povos, e que com co­ragem não de­sis­tiram nem de­sistem da de­fesa da Paz.

É um re­sul­tado cons­truído a pulso, no con­tacto, no es­cla­re­ci­mento, na re­colha de apoio e con­quista do voto e que en­volveu mi­lhares de pes­soas sem fi­li­ação par­ti­dária e muitos que, pela pri­meira vez, deram o seu apoio à CDU.

A CDU en­frentou com co­ragem a me­no­ri­zação, a de­tur­pação dos seus po­si­ci­o­na­mentos, os va­ti­cí­nios re­cor­rentes sobre o seu de­sa­pa­re­ci­mento.

Uma can­di­da­tura de co­ragem que trouxe para o de­bate os temas que ou­tros não que­riam tratar: os sa­lá­rios, as re­formas, a ha­bi­tação, a saúde, a pro­dução na­ci­onal e a so­be­rania. Mas também a pa­lavra Paz, quando na boca de ou­tros só se ouvia e ouve falar de armas, des­truição, morte e guerra.

Por um País mais justo e so­be­rano, por uma Eu­ropa de paz e co­o­pe­ração, foi esta a afir­mação feita na cam­panha, é este o com­pro­misso para agora con­cre­tizar.

O re­sul­tado elei­toral ficou aquém das ne­ces­si­dades, mas pos­si­bi­lita a in­ter­venção de um de­pu­tado do PCP e a ga­rantia que a voz dos tra­ba­lha­dores, dos jo­vens, dos re­for­mados, das mu­lheres, dos pe­quenos pro­du­tores, da Paz, con­ti­nuará pre­sente no PE.

Os re­sul­tados elei­to­rais com a atri­buição dos man­datos, no­me­a­da­mente de de­pu­tados por­tu­gueses, deixam an­tever o acen­tuar do ca­minho da Eu­ropa nas mãos das mul­ti­na­ci­o­nais e onde tudo é ne­gócio: a saúde, o am­bi­ente, a guerra e a morte.

Um pro­jecto que, em tudo o que é es­tru­tu­rante, é as­su­mido por PSD, CDS e PS no quadro das suas fa­mí­lias po­lí­ticas eu­ro­peias, a que se juntam agora Chega e IL e que tem tra­dução na acção do Go­verno da AD em­pe­nhado que está em levar por di­ante uma po­lí­tica que está na origem dos pro­blemas, in­jus­tiças e de­si­gual­dades que marcam a vida na­ci­onal, ob­jec­tivo esse par­ti­lhado pelo Chega e pela IL.

O PCP re­a­firma o seu com­pro­misso de sempre com os tra­ba­lha­dores, o povo e o País, que se ex­pressa na sua acção diária e em vá­rias frentes e também no plano ins­ti­tu­ci­onal desde logo na AR e no PE, em de­fesa dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

Os tempos são exi­gentes e a re­lação de forças exis­tente no plano ins­ti­tu­ci­onal é fa­vo­rável aos ob­jec­tivos do grande ca­pital. Mas não é menos ver­dade que está em curso uma in­tensa luta que o PCP su­blinha, va­lo­riza e para a qual apela, desde logo para a se­mana de es­cla­re­ci­mento, acção e luta da CGTP-IN agen­dada para 20 a 27 de Junho.

Uma luta dos tra­ba­lha­dores, das po­pu­la­ções e di­fe­rentes ca­madas e sec­tores na exi­gência de au­mento dos sa­lá­rios, re­formas e pen­sões, pela va­lo­ri­zação das car­reiras, pelo acesso à saúde e à ha­bi­tação, contra o ra­cismo, a xe­no­fobia e pela de­mo­cracia, que cons­titui uma res­posta que re­vela pos­si­bi­li­dades de re­sistir e avançar e que dá con­fi­ança para a luta que terá de con­ti­nuar e se in­ten­si­ficar, desde logo pela res­posta aos pro­blemas que o País en­frenta.

O PCP de­sen­vol­verá uma forte in­ter­venção em torno dos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores nas em­presas e lo­cais de tra­balho e, nas lo­ca­li­dades, pela me­lhoria das con­di­ções de vida das po­pu­la­ções;vai in­ten­si­ficar-se a pre­pa­ração do XXII Con­gresso do PCP; avan­çará a pre­pa­ração da Festa do Avante!; pros­se­guirão as co­me­mo­ra­ções do 50.º ani­ver­sário da Re­vo­lução de Abril e a con­cre­ti­zação das co­me­mo­ra­ções dos cen­te­ná­rios de Amílcar Ca­bral e Carlos Pa­redes e do V Cen­te­nário do nas­ci­mento de Luís de Ca­mões; de­sen­volver-se-á a acção em de­fesa da Paz e da so­li­da­ri­e­dade com o povo pa­les­ti­niano e ou­tros povos; tendo em vista a pre­pa­ração das elei­ções au­tár­quicas a re­a­lizar em 2025, di­na­mizar-se-á a CDU, a pres­tação de contas do tra­balho re­a­li­zado e a va­lo­ri­zação do seu pro­jecto ba­seado no tra­balho, ho­nes­ti­dade e com­pe­tência; dar-se-á par­ti­cular atenção ao re­forço do PCP, Par­tido que re­a­firma a sua de­ter­mi­nação em pros­se­guir e in­ten­si­ficar a acção e a luta, pela de­fesa e va­lo­ri­zação de di­reitos, pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e por uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.