Cyril Ramaphosa reeleito presidente da África do Sul

A África do Sul inicia uma nova etapa da sua vida de­mo­crá­tica, com a re­e­leição do pre­si­dente Cyril Ramphosa e a for­mação de um go­verno de uni­dade na­ci­onal, que in­tegra di­versos par­tidos, en­ca­be­çado pelo ANC.

Será for­mado um go­verno que in­tegra di­versos par­tidos, di­ri­gido pelo ANC

O líder do Con­gresso Na­ci­onal Afri­cano (ANC), Cyril Ra­maphosa, foi re­e­leito pre­si­dente da Re­pú­blica da África do Sul para um man­dato de cinco anos. A ce­ri­mónia de to­mada de posse do chefe do Es­tado de­correu ontem, quarta-feira, em Pre­tória.

A eleição do pre­si­dente re­a­lizou-se na noite de 14, no seio do novo par­la­mento, de 400 de­pu­tados, saído das le­gis­la­tivas de 29 de Maio. Ra­maphosa re­cebeu 283 votos e o seu único ad­ver­sário, Ju­lius Ma­lema, líder dos Com­ba­tentes pela Li­ber­dade Eco­nó­mica (EFF), ob­teve 44 votos.

O «go­verno de uni­dade na­ci­onal», li­de­rado pelo ANC, foi cons­ti­tuído na base de um acordo com ou­tros dois par­tidos: a Ali­ança De­mo­crá­tica (DA), se­gunda força po­lí­tica, e o Par­tido da Li­ber­dade In­katha (IFP).

Es­pera-se que ou­tros par­tidos se juntem ao go­verno, que pro­mete ba­sear-se no res­peito e na de­fesa da Cons­ti­tuição. Terá como ob­jec­tivos con­se­guir um rá­pido cres­ci­mento eco­nó­mico, a cri­ação de em­prego e o com­bate ao crime, à cor­rupção e à vi­o­lência ba­seda no gé­nero.

Criar em­prego, er­ra­dicar a po­breza
O Par­tido Co­mu­nista Sul-Afri­cano (SACP) que, jun­ta­mente com o ANC e a cen­tral sin­dical Co­satu, par­ti­cipou na go­ver­nação do país desde 1994 – quando se re­a­li­zaram as pri­meiras elei­ções de­mo­crá­ticas após a der­rota do re­gime do apartheid –, saudou a re­e­leição de Ra­maphosa.

O SACP re­corda que ma­ni­festou forte opo­sição a uma co­li­gação com a DA e com o MK (a ter­ceira força mais vo­tada, li­de­rada pelo ex-pre­si­dente Jacob Zuma), re­a­fir­mando desse modo «a sua co­e­rência es­tra­té­gica contra o ne­o­li­be­ra­lismo, a cap­tura do Es­tado e as ten­ta­tivas de de­ses­ta­bi­li­zação contra-re­vo­lu­ci­o­nária».

Não tendo sido pos­sível optar por «um go­verno mi­no­ri­tário li­de­rado pelo ANC com as ca­rac­te­rís­ticas de um go­verno de uni­dade na­ci­onal res­trito», que de­fendia, o SACP con­si­dera que, agora, na nova si­tu­ação, o exe­cu­tivo li­de­rado pelo ANC tem de avançar com a re­so­lução da crise – com a cri­ação de em­prego, a er­ra­di­cação da po­breza e a «re­dução ra­dical das de­si­gual­dades de ren­di­mento, ri­queza, es­paço, raça e gé­nero».

Se­gundo os co­mu­nistas sul-afri­canos, «esta pri­o­ri­dade má­xima exige uma ex­pansão dos pro­gramas pú­blicos de em­prego, um avanço no sen­tido de um sis­tema de se­gu­rança so­cial abran­gente, in­cluindo a con­cessão de um ren­di­mento bá­sico uni­versal, o in­ves­ti­mento no de­sen­vol­vi­mento, ma­nu­tenção e se­gu­rança das infra-es­tru­turas pú­blicas e a trans­for­mação es­tru­tural da eco­nomia».

O des­man­te­la­mento das redes de cor­rupção e a re­pressão do crime e da vi­o­lência ba­seada no gé­nero devem fazer parte das prin­ci­pais pri­o­ri­dades ime­di­atas do go­verno, de­fende também o SACP.

No en­tanto, para os co­mu­nistas, nada disto é pos­sível «sem a uni­dade, o poder, a edu­cação, a or­ga­ni­zação e a mo­bi­li­zação pro­funda da classe tra­ba­lha­dora, dada a mu­dança des­fa­vo­rável que ocorreu no equi­lí­brio e na con­fi­gu­ração das forças». Por isso, é fun­da­mental «in­ten­si­ficar os es­forços para evitar uma der­rota contra-re­vo­lu­ci­o­nária e con­se­guir uma vi­ragem nesta si­tu­ação».

Assim, para o SACP, a ta­refa ime­diata é «re­forçar essas ac­ções para ga­rantir a mais ampla uni­dade pos­sível da classe tra­ba­lha­dora, vi­sando as­se­gurar que ne­nhum centro de poder de­ci­sivo – neste caso, o par­la­mento, bem como o go­verno – exerça esse poder sem a con­tri­buição e o im­pacto de uma classe tra­ba­lha­dora con­sis­ten­te­mente mo­bi­li­zada».

 



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