- Nº 2639 (2024/06/27)

PCP desmascara discurso mentiroso do Chega

Assembleia da República

O PCP acusou o Chega de ter «um discurso que se nega a si próprio, porque é um discurso mentiroso», e de querer «um País de portas fechadas para a imigração legal mesmo sabendo que isso escancara as portas à imigração ilegal».

Esta posição foi veiculada no dia 19 pelo deputado António Filipe em debate suscitado por aquele partido centrado no tema imigração.

O próprio agendamento já de si foi «um hino à hipocrisia», segundo o parlamentar comunista, que fundamentou a asserção frisando que o «Chega reconhece que os imigrantes são muito necessários, que há trabalho para os imigrantes, que os imigrantes são importantes para o equilíbrio demográfico e para a sustentabilidade da Segurança Social devido aos descontos que fazem, mas, depois, ataca os imigrantes como se fossem uma praga do Egipto».

Pior, do ponto de vista de António Filipe, o Chega «quer virar as pessoas contra os imigrantes com base no medo, no preconceito e na xenofobia».

E subindo o tom da crítica, afirmou que o Chega «quer é que os imigrantes que não são ricos e que vêm para cá para trabalhar para ganhar a vida, trabalhem com baixos salários, sem horários, sem direitos, sem habitação condigna porque não a podem pagar, sejam invisíveis e que permaneçam ilegais e sujeitos a todo o tipo de discriminações». E sem meias palavras, prosseguiu dizendo que é contra esses que o Chega aponta o seu discurso, acusando-os de serem os causadores de todos os males que afectam os portugueses que, tal como eles, sentem na pele o peso da exploração, dos baixos salários, da falta de habitação, da injustiça social».

Mas António Filipe não se ficou por aqui no retrato à essência e natureza do Chega e na desmontagem aos seus reais objectivos. «O Chega não é contra os estrangeiros se forem ricos. É contra os estrangeiros que sejam pobres e trabalhadores, para alimentar o seu discurso de virar trabalhadores contra trabalhadores e de pôr pobres a invejar outros pobres», sublinhou, antes de pôr a nu as razões que levam aquele partido a agir assim: é que «no dia em que trabalhadores portugueses e estrangeiro tiverem direitos iguais, salários decentes e habitações condignas, cai por terra a demagogia do Chega».