ANC forma governo de unidade nacional

O pre­si­dente da África do Sul, Cyril Ra­maphosa, anun­ciou em Pre­tória a cons­ti­tuição do Go­verno de Uni­dade Na­ci­onal (GUN), que in­tegra mi­nis­tros e vice-mi­nis­tros de 11 dos 18 par­tidos que ele­geram de­pu­tados. O vice-pre­si­dente do país con­ti­nuará a ser Paul Masha­tile, do ANC.

Par­ti­cipam no novo go­verno da África do Sul 11 dos 18 par­tidos com as­sento par­la­mentar

O Go­verno de Uni­dade Na­ci­onal (GUN) sul-afri­cano é for­mado por 32 mi­nis­tros, 20 dos quais per­ten­centes ao Con­gresso Na­ci­onal Afri­cano (ANC), seis li­gados à Ali­ança De­mo­crá­tica (DA) – o se­gundo par­tido mais vo­tado nas elei­ções sul-afri­canas de 29 de Maio – e seis a ou­tras forças po­lí­ticas.

Os par­tidos que apoiam o GUN li­de­rado pelo ANC são, além da DA, a Ali­ança Pa­trió­tica; o Par­tido da Li­ber­dade In­katha; o Par­tido Bom; o Con­gresso Pa­na­fri­ca­nista da Azania; a Frente da Li­ber­dade Mais; o Mo­vi­mento De­mo­crá­tico Unido; Al Jama-ah; Rise Mzansi; e Trans­for­mação dos Afri­canos Unidos.

O pre­si­dente Ra­maphosa re­velou que o go­verno vai co­la­borar com ou­tras en­ti­dades para con­vocar um Diá­logo Na­ci­onal. Serão con­vi­dados a par­ti­cipar grupos da so­ci­e­dade, tra­ba­lha­dores, em­presas e ou­tras partes in­te­res­sadas em tra­ba­lhar em con­junto para abordar os de­sa­fios que o país en­frenta. «Es­tamos de­ci­didos a que os prin­cí­pios e o pro­grama que sus­tentam o GUN se es­tendam além das ins­ti­tui­ções do Es­tado», re­alçou.

As­se­gurou que o go­verno vai pri­o­rizar «um cres­ci­mento eco­nó­mico rá­pido, in­clu­sivo e sus­ten­tável» e tra­ba­lhar para li­quidar a po­breza e a de­si­gual­dade, vi­sando a cri­ação de uma so­ci­e­dade mais justa. Nesse sen­tido, pros­se­guirá as re­formas eco­nó­micas que estão em marcha em sec­tores cru­ciais como elec­tri­ci­dade, te­le­co­mu­ni­ca­ções, água e trans­portes.

Ra­maphosa as­sumiu que o go­verno sal­va­guar­dará os di­reitos dos tra­ba­lha­dores, ga­ran­tirá que haja uma pro­tecção so­cial ade­quada para os po­bres e vul­ne­rá­veis e in­ves­tirá na edu­cação e na as­sis­tência mé­dica de qua­li­dade.

Outro dos ob­jec­tivos pri­o­ri­tá­rios do go­verno sul-afri­cano é de­sen­volver a ca­pa­ci­dade do Es­tado para en­frentar o crime e a cor­rupção.

No plano in­ter­na­ci­onal, a África do Sul con­ti­nuará a aplicar a sua po­lí­tica ex­terna «ba­seada nos di­reitos hu­manos, na so­li­da­ri­e­dade e na paz».

Or­ga­ni­zação e mo­bi­li­zação
O Par­tido Co­mu­nista Sul-Afri­cano (PCSA) deixou clara a sua po­sição acerca da for­mação do novo exe­cu­tivo, ba­tendo-se por um go­verno mi­no­ri­tário li­de­rado pelo ANC com as ca­rac­te­rís­ticas de um go­verno de uni­dade na­ci­onal e a re­jeição de co­li­ga­ções com a DA ou com o MK (li­de­rado pelo ex-pre­si­dente Jacob Zuma)e da adopção de agendas ne­o­li­be­rais. O PCSA con­firma que houve con­sultas no seio da Ali­ança Tri­par­tida (ANC-PCSA-Co­satu) sobre a for­mação do go­verno, que, como nou­tros casos, não re­sul­taram em acordo sobre todas as ma­té­rias.

O im­por­tante, agora, é que o novo go­verno sirva os tra­ba­lha­dores e o povo da África do Sul, su­blinha.

Num co­mu­ni­cado do seu Co­mité Cen­tral, emi­tido no dia 1, o PCSA de­nuncia as ma­no­bras da DA para tentar tornar o go­verno refém dos seus in­te­resses e va­lo­riza a ca­pa­ci­dade que houve de alargar o nú­mero de forças po­lí­ticas que acei­taram par­ti­cipar ou apoiar o go­verno li­de­rado pelo ANC. Para os co­mu­nistas, a classe tra­ba­lha­dora sul-afri­cana não deve per­mitir que a abran­gência do novo exe­cu­tivo possa cons­ti­tuir uma porta de en­trada para qual­quer vi­ragem à di­reita.

As suas ta­refas ime­di­atas, ga­rante, são o re­forço do sin­di­ca­lismo, a or­ga­ni­zação dos de­sor­ga­ni­zados, o alar­ga­mento da uni­dade e a mo­bi­li­zação con­sis­tente para con­frontar qual­quer ten­ta­tiva de aten­tado contra os seus di­reitos.

 



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