A evo­cação do as­sas­si­nato de Al­fredo Dinis ocorreu, como ha­bi­tu­al­mente, na es­trada da Bem­posta, no con­celho de Loures, onde o jovem ope­rário co­mu­nista foi em­bos­cado, al­ve­jado e, já morto, lan­çado para a va­leta. «Alex» di­rigia-se na sua bi­ci­cleta para um en­contro clan­des­tino, num mo­mento em que o povo por­tu­guês (como os povos de todo o mundo) co­me­mo­rava a der­rota do nazi-fas­cismo na Se­gunda Guerra Mun­dial e lu­tava ele pró­prio por se li­bertar da di­ta­dura.

Na ini­ci­a­tiva par­ti­ci­param cerca de 30 pes­soas, entre mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes do Par­tido, mem­bros da JCP e re­pre­sen­tantes da URAP. Pre­sente na oca­sião, Vasco Car­doso, da Co­missão Po­lí­tica, re­alçou os va­li­osos con­tri­butos de «Alex» para a luta dos tra­ba­lha­dores e para a re­sis­tência clan­des­tina do Par­tido e, re­fe­rindo-se à ac­tual si­tu­ação na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal, con­vocou os de­mo­cratas e pa­tri­otas para a de­fesa dos va­lores de Abril e a res­posta aos graves pro­blemas que afectam os tra­ba­lha­dores e o povo.

No ce­mi­tério de No­gueira da Re­ge­doura, onde está se­pul­tado o mé­dico Fer­reira So­ares, re­a­lizou-se uma evo­cação ao re­sis­tente an­ti­fas­cista e mi­li­tante co­mu­nista as­sas­si­nado com uma ra­jada de me­tra­lha­dora na casa onde se en­con­trava es­con­dido e onde con­ti­nuava a ajudar os mais po­bres com as­sis­tência mé­dica gra­tuita – que de outra forma lhes seria ne­gada. No mo­mento deste crime, o nazi-fas­cismo do­mi­nava a maior parte da Eu­ropa e eram ainda muitos os que acre­di­tavam na sua in­ven­ci­bi­li­dade. Só al­guns meses mais tarde, após a vi­tória so­vié­tica em Sta­li­ne­grado é que a guerra mu­daria o seu curso.

Nesse mesmo dia, mas à noite, re­a­lizou-se no Centro Mul­ti­meios de Es­pinho uma sessão evo­ca­tiva de Fer­reira So­ares com o es­critor José Viale Mou­tinho.