1304 – Nasce o poeta Petrarca

Justus van Gent­Fran­cesco Pe­tracco, co­nhe­cido por Pe­trarca, o pri­meiro hu­ma­nista, nasceu na ci­dade ita­liana de Arezzo, onde o pai, um no­tário flo­ren­tino, foi exi­lado por mo­tivos po­lí­ticos. A fa­mília muda-se de­pois para Avignon, a nova sede do poder papal, o que virá a ter in­fluência na vida de Pe­trarca, que en­tre­tanto es­tuda di­reito em Mont­pel­lier e Bo­lonha. Após a morte do pai, fica sob a pro­tecção dos Co­lonna, no­bres ita­li­anos des­cen­dentes dos Condes de Tús­culo, de onde saíram vá­rios papas e um an­ti­papa du­rante o sé­culo XI, que o en­ca­mi­nham para a vida ecle­siás­tica. Re­cebe or­dens me­nores, ou seja, faz voto de cas­ti­dade mas não pode dizer missa, ga­ran­tindo assim a sub­sis­tência e a pos­si­bi­li­dade de vi­ajar em busca de es­critos an­tigos. Consta que numa Sexta-feira Santa, na igreja da Santa Clara de Avignon, se apai­xonou per­di­da­mente por Laura de Noves, jovem es­posa do marquês Hugo de Sade. O amor pla­tó­nico por Laura vai ins­pirar toda a vida e obra poé­tica de Pe­trarca. Re­co­nhe­cido pelos con­tem­po­râ­neos como um eru­dito, Pe­trarca va­lo­riza a lin­guagem vulgar. A sua obra, 366 so­netos e al­guns ou­tros po­emas, está com­pi­lada no Can­so­nere, que com a Di­vina Co­média, de Dante, está na origem do ita­liano mo­derno. Em 1341, re­cebe em Roma uma coroa de louro, que pela pri­meira vez dis­tingue um poeta.