O «acordo» dos outros
O acordo celebrado na terça-feira, de manhã, em sede de Concertação Social, por representantes do Governo, da UGT e das confederações patronais, «perpetua os baixos salários, agrava as desigualdades e hipoteca o desenvolvimento do País», afirmou a CGTP-IN, que não subscreveu o documento.
Aquele acordo «dá continuidade ao denominado “Acordo de Médio Prazo para a melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade” (de 2022) e ao seu reforço (em 2023)», observou a Intersindical Nacional, num comunicado de imprensa emitido ao final da manhã de dia 1.
Ao mesmo tempo que «assenta nas premissas do negociado e assinado pelo anterior governo do PS, patrões e UGT», o acordo «está em linha e acomoda o Programa do actual Governo», contendo medidas que estão «nos antípodas do urgente, possível e necessário aumento geral e significativo dos salários».
«No essencial, o texto trava a já insuficiente valorização do salário mínimo nacional e insiste na falsa ideia de elevação do salário médio, mantendo as normas gravosas da legislação laboral», enquanto «responde aos interesses dos grupos económicos e financeiros, também por via da fiscalidade».
A CGTP-IN, «cumprindo o seu papel de defesa dos direitos e aspirações dos trabalhadores e honrando o compromisso de intervenção e luta por uma vida melhor», reiterou o apelo à luta de todos os trabalhadores, desde já, participando na «Acção Nacional de Mobilização, Reivindicação e Luta», de 7 de Outubro a 8 de Novembro, e na manifestação nacional de 9 de Novembro, em Lisboa e no Porto, pelo aumento geral e significativo dos salários, pela valorização das carreiras e profissões, pela contratação colectiva com direitos, pelas 35 horas para todos, combatendo a desregulação dos horários, e pela erradicação da precariedade.