Portuários nos EUA alcançam acordo provisório após greve

A As­so­ci­ação In­ter­na­ci­onal de Es­ti­va­dores (ILA, na sigla em in­glês) e a Ali­ança Ma­rí­tima dos Es­tados Unidos (USMX), que re­pre­senta as em­presas do sector de ope­ra­ções por­tuá­rias e trans­portes ma­rí­timos, al­can­çaram um acordo pro­vi­sório sobre sa­lá­rios, pondo fim à greve que durou três dias, no início deste mês, en­vol­vendo cerca de 50 mil tra­ba­lha­dores por­tuá­rios.

De­le­gados do sin­di­cato e do pa­tro­nato con­cor­daram em pror­rogar o ac­tual con­trato la­boral até 15 de Ja­neiro de 2025. Nessa al­tura, serão re­to­madas ne­go­ci­a­ções sobre a exi­gência de au­mentos sa­la­riais, a me­lhoria dos planos de re­forma e a pro­tecção do em­prego contra a cres­cente au­to­ma­ti­zação dos portos, pondo em pe­rigo, se­gundo os tra­ba­lha­dores, os seus postos de tra­balho.

Co­men­tando a si­tu­ação, o pre­si­dente da ILA, Ha­rold Dag­gett, afirmou numa en­tre­vista a um canal te­le­vi­sivo norte-ame­ri­cano: «As pes­soas nunca se pre­o­cu­param con­nosco até hoje e, fi­nal­mente, des­co­brem que a ca­deia de abas­te­ci­mentos está agora a ser in­ter­rom­pida – não en­tram au­to­mó­veis, não entra co­mida, não entra roupa».

Com a greve, os es­ti­va­dores exigem uma parte justa dos mi­lhares de mi­lhões de lu­cros que a in­dús­tria naval tem co­lhido do seu tra­balho, es­pe­ci­al­mente du­rante a pan­demia. «Estas pes­soas estão a ga­nhar bi­liões de dó­lares e, mesmo assim, querem dar-nos apenas uns trocos», disse um tra­ba­lhador por­tuário à im­prensa. «Isso não é justo para os ho­mens e mu­lheres que tra­ba­lham e se es­forçam para que os pro­dutos das em­presas che­guem a todo o mundo».

A pa­ra­li­sação la­boral, a pri­meira do gé­nero em dé­cadas, afectou pelo menos 14 portos dos Es­tados Unidos da Amé­rica, ao longo da costa atlân­tica e do Golfo do Mé­xico, e, a pro­longar-se, po­deria pro­vocar o au­mento de preços e a es­cassez de pro­dutos – a es­cassas se­manas das elei­ções pre­si­den­ciais.

Em termos elei­to­rais, a con­ti­nu­ação da greve po­deria ser pre­ju­di­cial para os de­mo­cratas e a sua can­di­data Ka­mala Harris, ac­tual vice-pre­si­dente dos EUA. Ex­plicam que, como ge­ral­mente ocorre, o par­tido no poder na Casa Branca seria res­pon­sa­bi­li­zado por qual­quer «per­tur­bação eco­nó­mica sig­ni­fi­ca­tiva». Con­tudo, fontes ofi­ciais de­cla­raram que os efeitos de uma po­ten­cial in­ter­rupção no abas­te­ci­mento de com­bus­tível, de ali­mentos e de me­di­ca­mentos se­riam mí­nimos a curto prazo.

A im­prensa norte-ame­ri­cana re­velou que o se­cre­tário dos Trans­portes, a se­cre­tária in­te­rina do Tra­balho e a as­ses­sora eco­nó­mica na­ci­onal es­ti­veram em con­tacto di­recto com a USMX e a ILA para «acom­pa­nhar» as ne­go­ci­a­ções.

 



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