CGTP-IN realça importância da luta para travar opções do Governo
A proposta de OE «agrava os problemas dos trabalhadores e do País e favorece o grande capital», pelo que o esclarecimento e a luta têm «um papel central para travar tais projectos e defender e conquistar direitos».
As ideias plasmadas neste OE têm de ser combatidas pelos trabalhadores
Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, «faltam as respostas aos problemas que, todos os dias, os trabalhadores e as populações sentem» e falta «a urgente defesa e melhoria dos serviços públicos», considera a CGTP-IN, notando ainda que o documento, apresentado dia 10 pelo Governo, «agrava o carácter injusto da política fiscal».
Para a confederação, como se afirma num comunicado de imprensa emitido naquela quinta-feira, «as opções políticas do Governo PSD/CDS, acompanhadas no Parlamento pelo CH e a IL, de promoção de ideias e projectos reaccionários, podem e têm de ser combatidas pelos trabalhadores e outras camadas da população».
A Intersindical reitera que «o esclarecimento e luta dos trabalhadores assumem, no actual contexto, um papel central, para travar tais projectos e defender e conquistar direitos». No imediato, «a participação na Acção Nacional de Mobilização, Reivindicação e Luta, que decorre até 8 de Novembro, e a mobilização para a Manifestação Nacional, em Lisboa e no Porto, no dia 9 de Novembro, serão momentos para os trabalhadores e as famílias, os reformados e os pensionistas, os jovens e outras camadas da população saírem à rua, pelo aumento dos salários e pensões, o direito à habitação, o direito à saúde, a defesa e o fortalecimento dos serviços públicos, exigindo outro rumo para o País».
Não é apenas o OE
Apresentada «num quadro de forte manipulação ideológica», a proposta de OE deve ser vista «no quadro das novas regras da governação económica, que implicam maiores constrangimentos na definição soberana da política orçamental», e «em conjunto com a restante acção do Governo». A CGTP-IN lembra que esta se caracteriza «pelo aprofundamento da política que está na base dos estrangulamentos, défices e bloqueios ao desenvolvimento do País e que promove a intensificação da exploração, o ataque aos serviços públicos e a imposição de retrocessos nos direitos sociais».
No que respeita a matérias como o SNS, a Escola Pública, a protecção social, os transportes, a administração local e regional, a cultura, a justiça e a habitação, entre outras áreas, a proposta de OE para o próximo ano «segue a linha de anteriores orçamentos do governo PS», «fragiliza a prestação pública e privilegia o sector privado, abrindo portas para transformar direitos sociais dos trabalhadores e restante população, em negócio para os grandes grupos económicos.
Na sua proposta, o Governo «continua a não contemplar as verbas necessárias a um aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores da Administração Pública, condição essencial para reter e atrair os trabalhadores que fazem falta».
Também ao nível da receita, é incontornável a opção pelos grandes grupos económicos e financeiros», até porque «o grosso das receitas continua a ter como base de incidência os rendimentos de quem trabalha e trabalhou».
A injustiça fiscal «fica ainda plasmada no aumento dos benefícios fiscais atribuídos às grandes empresas», critica a Inter, insistindo na exigência de «valorização dos salários e das reformas de quem trabalha e trabalhou, valorizar as carreiras e avançar na conquista de direitos, alavancar as condições de vida e de trabalho, por uma mais justa distribuição da riqueza, que rompa com anos de políticas de favorecimento de quem mais tem».