Intervenção multifacetada no PE

João Oli­veira in­ter­veio no Par­la­mento Eu­ropeu para pro­testar contra a re­cusa aos de­bates pro­postos pelo PCP. Desde logo o de um de­bate sobre o agra­va­mento da si­tu­ação hu­ma­ni­tária na Faixa de Gaza na sequência das de­cla­ra­ções do Co­or­de­nador Es­pe­cial da ONU para o Pro­cesso de Paz no Médio Ori­ente, que emitiu um co­mu­ni­cado fa­lando de «pe­sa­delo», «cenas hor­ri­pi­lantes» na zona Norte, «ata­ques is­ra­e­litas im­pla­cá­veis e uma crise hu­ma­ni­tária cada vez pior», e que «ne­nhum lugar é se­guro em Gaza», con­de­nando os «con­tí­nuos ata­ques contra civis». «A guerra tem que parar agora», instou. Para João Oli­veira, que de­sa­fiou a pre­si­dente do PE a co­locar à vo­tação a re­a­li­zação desse de­bate, «en­quanto con­ti­nu­arem a chover bombas em Gaza, a morrer cri­anças, mu­lheres, civis, este de­bate será sempre ur­gente e im­pres­cin­dível».

Já na se­gunda-feira, 21, em ple­nário do Par­la­mento Eu­ropeu, João Oli­veira de­nun­ciou a du­a­li­dade de cri­té­rios da União Eu­ro­peia e a sua cum­pli­ci­dade com Is­rael: «Sim, o ataque às forças das Na­ções Unidas deve ser con­de­nado. Sim, esse ataque cons­titui uma grave vi­o­lação do di­reito in­ter­na­ci­onal. E sim, ele foi feito por Is­rael. O facto de não se re­ferir o agressor é re­ve­lador da cum­pli­ci­dade e com a es­ca­lada de guerra que leva a cabo, com os ata­ques ao Lí­bano e a agressão ao seu povo», acusou. Sim, acres­centou, é pre­ciso um cessar-fogo no Lí­bano e da Pa­les­tina. A questão é saber de que lado está a União Eu­ro­peia.

Noutra in­ter­venção em ple­nário, João Oli­veira citou um inqué­rito que de­monstra que a «prin­cipal pre­o­cu­pação dos povos é o custo de vida» sa­li­en­tando que o PE de­veria estar a dis­cutir as so­lu­ções para esse pro­blema. Porém, ne­nhum outro grupo po­lí­tico aceitou fazer esse de­bate, re­cu­sando-se a dis­cutir me­didas de con­trole e fi­xação dos preços dos bens es­sen­ciais, de com­bate aos preços es­pe­cu­la­tivos que ga­rantem lu­cros mi­li­o­ná­rios dos grupos da dis­tri­buição da energia e dos com­bus­tí­veis, das te­le­co­mu­ni­ca­ções ou da banca.

 



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