Vitória da FRELIMO nas eleições em Moçambique

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou, no dia 24, a vitória do candidato presidencial da FRELIMO, Daniel Chapo, nas eleições presidenciais realizadas no dia 9 de Outubro, obtendo 4.912.772 votos, correspondentes a 70,67% dos votos.

De acordo com a CNE, Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido PODEMOS, ficou em segundo lugar com 1.412.517 votos (20,32%). O líder da RENAMO, Ossufo Momade, obteve 413.591 votos (5,81%). Lutero Simango, apoiado pelo MDM, alcançou 223.066 votos (3,2%).

Segundo os dados oficiais, nas eleições legislativas, que decorreram em simultâneo com as presidenciais, a FRELIMO obteve 195 dos 250 lugares da Assembleia da República de Moçambique, o PODEMOS 31, a RENAMO 20 e o MDM quatro. Na eleição para as Assembleias Provinciais, a FRELIMO venceu em todas as 10 assembleias, alcançando entre 57% e 87% dos votos nas diferentes assembleias, conquistando assim a maioria nesses órgãos e garantindo a eleição de todos os Governadores de Província.

Estes resultados estão ainda sujeitos a validação e promulgação pelo Conselho Constitucional, que igualmente decidirá sobre os eventuais recursos apresentados.

O presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, criticou o candidato derrotado Venâncio Mondlane, acusando-o de se ter declarado «vencedor» das eleições quando havia menos de 10 por cento dos votos apurados.

Filipe Nyusi apelou à responsabilidade de todos e ao uso dos meios legalmente previstos para contestar os resultados anunciados, incluindo junto do Conselho Constitucional.

As recentes acções violentas provocaram mortes e ferimentos a dezenas de agentes da Polícia da República de Moçambique, assim como actos de vandalismo, de destruição de bens públicos e de saque.

FRELIMO repudia a violência
«A FRELIMO é um partido de diálogo e está aberta ao diálogo, isso foi demonstrado pelo nosso candidato eleito. Ainda estamos a aguardar a promulgação dos resultados pelo Conselho Constitucional», afirmou Ludmila Magune, porta-voz da FRELIMO, à saída de uma reunião extraordinária da Comissão Política deste partido, que analisou a situação política e social do país.

A FRELIMO, que havia agendado uma marcha na cidade de Maputo para celebrar a vitória, optou por realizar, no sábado, uma jornada de limpeza das ruas da cidade, removendo as barricadas que resultaram das acções de violência que tiveram lugar, alegadamente em contestação dos resultados eleitorais.

O chefe de Estado eleito, Daniel Chapo, assegurou que será o Presidente de todos os moçambicanos e que constituirá um governo dialogante. No entanto, não deixou de repudiar as acções de violência que procuram colocar em causa os resultados eleitorais. O candidato eleito reiterou o seu repúdio pelos assassinatos do advogado Elvino Dias e do mandatário do PODEMOS, Paulo Guambe, assim como de outros cidadãos vítimas das acções de violência que se verificaram nos últimos dias.

«Não é este o país que queremos para os nossos filhos, netos e outras gerações que ainda virão. O partido FRELIMO é um partido da paz, o partido FRELIMO é um partido de harmonia, o partido FRELIMO é um partido de unidade nacional, o partido FRELIMO é um partido que defende a soberania moçambicana, da nossa independência, da nossa integridade territorial e vamos continuar a defender estes princípios porque sem a paz, sem a segurança, não há desenvolvimento», afirmou.

 



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