Reforçar o SNS para combater as doenças oncológicas

«As do­enças on­co­ló­gicas re­pre­sentam a prin­cipal causa de morte pre­ma­tura em Por­tugal, in­flu­en­ci­ando também na perda de anos de vida sau­dável», alerta o MDM, por oca­sião do Dia Na­ci­onal de Luta Contra o Cancro da Mama.

O cancro da mama é o mais comum entre as mu­lheres

O cancro da mama é o mais comum entre as mu­lheres (re­pre­senta 40 por cento dos can­cros) e pers­pec­tiva-se que uma em cada oito mu­lheres possam vir a de­sen­volvê-lo. A sua in­ci­dência tem atin­gido cada vez mais mu­lheres jo­vens, fal­tando em Por­tugal re­gistos ac­tu­a­li­zados.

Se­gundo dados ci­tados pelo Mo­vi­mento De­mo­crá­tico de Mu­lheres (MDM), em 2022 houve um au­mento de mortes de mu­lheres com cancro da mama de quase cinco por cento e sete mil novos casos, con­tri­buindo para esse cres­ci­mento o facto de, du­rante a Covid-19, terem sido sus­pensos os ras­treios, con­sultas, tra­ta­mentos e ci­rur­gias.

«Não está a ser con­cre­ti­zada a es­tra­tégia de re­cu­pe­ração, cri­ando ainda mai­ores im­pactos na vida da do­ente, de cada fa­mília, na vida so­cial e até eco­nó­mica», re­fere o MDM em co­mu­ni­cado, fri­sando que o cancro da mama, bem como o seu tra­ta­mento, «tem con­sequên­cias na vida se­xual e re­pro­du­tiva da mu­lher, re­per­cu­tindo-se na quebra da auto-es­tima e na saúde mental».

No do­cu­mento, o MDM ma­ni­festa a sua pre­o­cu­pação porque os ras­treios do cancro da mama, para além de não es­tarem a in­cluir mu­lheres com menos de 50 anos, e com mais de 69, con­ti­nuam a ter uma taxa de adesão de apenas me­tade das mu­lheres ele­gí­veis; duas em cada dez mu­lheres afirma que nunca foram ao gi­ne­co­lo­gista; a po­lí­tica de con­tra­tação de mé­dicos on­co­lo­gistas no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS) não acau­telou o vo­lume de do­entes on­co­ló­gicos em tra­ta­mento nas di­fe­rentes uni­dades de saúde; a ar­ti­cu­lação dos Cui­dados Pa­li­a­tivos Hos­pi­ta­lares e Co­mu­ni­tá­rios é de­fi­ci­ente; Por­tugal tem um dos custos per ca­pita mais baixos entre os países da União Eu­ro­peia (UE) no que diz res­peito aos cui­dados on­co­ló­gicos.

«De­pois de muitos anos de pro­postas de inú­meras en­ti­dades e as­so­ci­a­ções, vai fi­nal­mente ser al­te­rada a abran­gência das mu­lheres con­si­de­radas para o ras­treio, dos 50 para os 45 anos», des­taca o Mo­vi­mento.

 

De­si­gual­dades são uma re­a­li­dade:

# Na pres­tação de cui­dados, as pa­ci­entes, tantas vezes de­bi­li­tadas, são obri­gadas a per­correr qui­ló­me­tros para irem à con­sulta, re­a­lizar tra­ta­mentos ou exames mé­dicos;

# No acesso e na com­par­ti­ci­pação em vá­rios equi­pa­mentos que a mu­lher pre­cisa para me­lhorar a sua qua­li­dade de vida;

# Na falta de res­posta na saúde mental a um nú­mero de utentes cada vez mais ex­pres­sivo.

 

Me­didas ne­ces­sá­rias

# As­sumir como pri­o­ri­dade o in­ves­ti­mento nos re­cursos hu­manos, de­sig­na­da­mente mé­dicos de me­di­cina geral e fa­mi­liar, mé­dicos e en­fer­meiros es­pe­ci­a­listas, téc­nicos de di­ag­nós­tico e de te­ra­pêu­tica;

# A exe­cução plena dos pro­gramas de ras­treio, com alar­ga­mento na co­ber­tura po­pu­la­ci­onal, nas idades abaixo dos 45 anos e acima dos 69;

# As­se­gurar, pro­gres­si­va­mente, nos cui­dados de saúde pri­má­rios, o acesso a con­sultas de pro­xi­mi­dade de on­co­logia mé­dica e a tra­ta­mentos on­co­ló­gicos com me­di­cação in­jec­tável e oral, e apoio na área da saúde mental;

# Pro­mover e apoiar a in­for­mação e a edu­cação para a saúde dos ci­da­dãos, nos cen­tros de saúde e hos­pi­tais, através de cam­pa­nhas, pro­gramas e ini­ci­a­tivas des­ti­nadas à po­pu­lação em geral ou a grupos es­pe­cí­ficos, de­sig­na­da­mente a jo­vens e mu­lheres com mais de 69 anos (faixas etá­rias ainda não con­tem­pladas nos ras­treios);

# Me­lhorar a ar­ti­cu­lação dos Cui­dados Pa­li­a­tivos Hos­pi­ta­lares e Co­mu­ni­tá­rios;

# De­sen­volver a Rede Pú­blica dos Cui­dados Pa­li­a­tivos e de Cui­dados Con­ti­nu­ados;

# Ga­rantir o acesso e a com­par­ti­ci­pação, em igual­dade, em vá­rios equi­pa­mentos e aces­só­rios: sou­tien pós-ci­rúr­gicos, mangas elás­ticas, tur­bantes, ca­be­leiras, cintas, cremes e te­rapia de grupo;

# Ex­pandir os apoios à rein­serção so­cial e pro­fis­si­onal de so­bre­vi­ventes;

# Ga­rantir o re­forço na in­ves­ti­gação clí­nica, apoiar os pro­jectos de in­ves­ti­gação es­pe­cí­ficos sobre este tema, bem como a apli­cação da ino­vação na ci­ência e da nova tec­no­logia.

 



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