Resistência e solidariedade para travar o passo ao genocídio e à guerra

Is­rael con­tinua a guerra ge­no­cida per­pe­trada contra o povo pa­les­ti­niano, em es­pe­cial na Faixa de Gaza. Os agres­sores in­ten­si­ficam os ata­ques ao Lí­bano e à Síria, en­quanto os EUA e o Reino Unido bom­bar­deiam o Iémen.

Há que de­fender a UNRWA, que tem sido es­sen­cial no apoio à po­pu­lação pa­les­ti­niana

Lusa

Na Faixa de Gaza, du­rante 400 dias de brutal agressão is­ra­e­lita, com­ple­tados a 9 de No­vembro, 43.552 pa­les­ti­ni­anos foram mortos e 102.765 fe­ridos, in­dicam au­to­ri­dades mé­dicas do ter­ri­tório. Es­tima-se que mi­lhares de de­sa­pa­re­cidos es­tejam sob os es­com­bros. Entre as ví­timas mor­tais, contam-se 17.385 cri­anças e 11.891 mu­lheres.

Nos úl­timos dias, as forças de ocu­pação is­ra­e­litas con­ti­nu­aram a co­meter mas­sa­cres, cau­sando de­zenas de mortos e cen­tenas de fe­ridos. Há no­tí­cias de mais bom­bar­de­a­mentos contra bairros nas ci­dades de Gaza, no norte do ter­ri­tório; de Beit Ha­noun, no no­ro­este, e na Ja­balia.

Não obs­tante todos os mas­sa­cres e ou­tras bar­ba­ri­dades co­me­tidos, mais de 13 meses de­pois do início da agressão mi­litar is­ra­e­lita na Faixa de Gaza, as or­ga­ni­za­ções pa­les­ti­ni­anas con­ti­nuam a re­sistir, com Is­rael a pro­curar es­conder da opi­nião pú­blica os re­vezes que sofre, através da cen­sura nos meios de in­for­mação.

O pri­meiro-mi­nistro is­ra­e­lita, Ben­jamin Ne­tanyahu, saudou a vi­tória de Do­nald Trump nas elei­ções dos EUA, mas a ver­dade é que não tem ra­zões de queixa da ac­tual dupla Biden-Harris, que desde o pri­meiro dia apoiam e pro­tegem Is­rael e a sua po­lí­tica de ge­no­cídio do povo pa­les­ti­ni­anoe de es­ca­lada de agressão contra di­versos países no Médio Ori­ente. Esta, aliás, só po­derá ser tra­vada pela re­sis­tência do povo pa­les­ti­niano e a so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­onal.

In­cur­sões no Lí­bano
O exér­cito e a força aérea is­ra­e­litas con­ti­nuam a bom­bar­dear di­versas zonas do Lí­bano, pro­vo­cando inú­meras ví­timas entre a po­pu­lação.

Na se­mana pas­sada, ata­caram um edi­fício na al­deia de Alamat, no Sul, e fi­zeram uma in­cursão contra a ci­dade de Mashghara, no Vale de Bekka. Bom­bar­de­aram a ci­dade de Tiro e a lo­ca­li­dade de Deir Qa­noun. No sá­bado, 9, o su­búrbio Sul de Bei­rute foi alvo de vi­o­lentos bom­bar­de­a­mentos is­ra­e­litas, que pro­vo­caram ví­timas e con­si­de­rá­veis es­tragos ma­te­riais. As forças is­ra­e­litas lan­çaram também 14 ata­ques contra alvos nas cer­ca­nias da Uni­ver­si­dade Li­ba­nesa.

No seu mais re­cente re­la­tório, no início desta se­mana, o Mi­nis­tério da Saúde do Lí­bano pre­cisou que o nú­mero de mortos pelas agres­sões is­ra­e­litas au­mentou para 3117 e o de fe­ridos para 13.888.

O Hez­bollah e ou­tras forças da re­sis­tência li­ba­nesa res­pon­deram contra «alvos mi­li­tares si­o­nistas», in­cluindo uma fá­brica de pro­dução de armas, ao sul de Te­la­vive. «Em apoio firme ao povo pa­les­ti­niano na Faixa de Gaza e em de­fesa do Lí­bano e do seu povo», os com­ba­tentes da re­sis­tência li­ba­nesa anun­ci­aram di­versas ac­ções mi­li­tares contra os in­va­sores is­ra­e­litas: ata­caram a fá­brica mi­litar Malan, a Base Téc­nica de Haifa da Força Aérea is­ra­e­lita, a Base Meron do de­par­ta­mento de ope­ra­ções aé­reas e as po­si­ções de ar­ti­lharia que dis­param contra al­deias e ci­dades do sul li­banês.

Síria e Iémen ata­cados
Um ataque is­ra­e­lita contra di­versos apar­ta­mentos de um edi­fício re­si­den­cial, na lo­ca­li­dade de Sayeda Zeinab, a cerca de cinco qui­ló­me­tros do sul de Da­masco, no do­mingo, 10, pro­vocou a morte de pelo menos nove pes­soas e fe­ri­mentos em ou­tras 20.

Na vés­pera, di­versos mi­li­tares sí­rios per­deram a vida e ou­tros fi­caram fe­ridos, em bom­bar­de­a­mentos is­ra­e­litas contra ins­ta­la­ções de de­fesa em Sfeira, no sul da pro­víncia de Alepo, no no­ro­este do país. Ou­tros ata­ques, na se­mana pas­sada, foram re­gis­tados em Al-Qus­seir, na pro­víncia de Homs, na fron­teira com o Lí­bano.

Is­rael in­ten­si­ficou as suas agres­sões contra alvos na Síria, re­a­li­zando mais de 127 ata­ques em menos de um ano, que cau­saram pelo menos 100 mortes e grandes pre­juízos ma­te­riais.

Nas úl­timas se­manas, em re­sul­tado das agres­sões is­ra­e­litas contra o Lí­bano, cal­cula-se que cerca de meio mi­lhão de des­lo­cados li­ba­neses e sí­rios se te­nham re­fu­giado na Síria, onde foram aco­lhidos e estão a ser de­vi­da­mente apoi­ados pelas au­to­ri­dades deste país, também ele ví­tima da agressão do im­pe­ri­a­lismo.

Mem­bros do mo­vi­mento Ansar Allah, em Áden, de­nun­ci­aram na se­gunda-feira, 11, bom­bar­de­a­mentos contra alvos em duas pro­vín­cias do Iémen, le­vados a cabo pela avi­ação dos EUA e do Reino Unido.

Se­gundo a ca­deia de te­le­visão ie­me­nita Al Ma­sirah, os ata­ques foram di­ri­gidos, desta vez, contra as lo­ca­li­dades de Harf Su­fian, na pro­víncia de Amran, e de Safra, em Saada.

Re­corde-se que em Ou­tubro, os norte-ame­ri­canos re­co­nhe­ceram a uti­li­zação de bom­bar­deiros fur­tivos B-2 de longo al­cance nos seus bom­bar­de­a­mentos ao Iémen.

Os hu­ties ie­me­nitas ini­ci­aram em fi­nais do ano pas­sado ata­ques contra a na­ve­gação rumo a Is­rael através do Mar Ver­melho, como res­posta so­li­dária contra a agressão si­o­nista ao povo pa­les­ti­niano na Faixa de Gaza.

 

Is­rael pre­tende acabar com UNRWA

O go­verno is­ra­e­lita pro­cura acabar com o di­reito dos pa­les­ti­ni­anos à livre de­ter­mi­nação e à as­pi­ração a uma so­lução po­lí­tica justa, afirmou o co­mis­sário geral da UNRWA, Phi­lipe Laz­za­rini.

Ao in­tervir pe­rante a As­sem­bleia Geral das Na­ções Unidas, o res­pon­sável pela Agência da ONU para os Re­fu­gi­ados Pa­les­ti­ni­anos (UNRWA) de­nun­ciou as re­centes ac­ções do par­la­mento is­ra­e­lita como uma ameaça imi­nente e exis­ten­cial para a en­ti­dade que di­rige.

A apro­vação de leis para proibir as ope­ra­ções da agência foi «o úl­timo passo de uma cam­panha im­pla­cável para des­le­gi­timar a UNRWA», con­si­derou. Essas ac­ções apenas pro­curam minar o seu papel na pres­tação de ser­viços para o de­sen­vol­vi­mento e de as­sis­tência de emer­gência aos re­fu­gi­ados da Pa­les­tina.

«Du­rante o úl­timo ano, a UNRWA tem sido um salva-vidas para a po­pu­lação de Gaza. É o único pilar da vida das pes­soas que con­tinua de pé», ga­rantiu Laz­za­rini à As­sem­bleia Geral, que tem apro­vado o man­dato da agência desde me­ados do sé­culo XX.

A UNRWA gere, entre ou­tros ser­viços, cen­tros de saúde e es­colas em Gaza e na Cis­jor­dânia, aten­dendo às ne­ces­si­dades bá­sicas de mais de cinco mi­lhões de re­fu­gi­ados pa­les­ti­ni­anos em todo o Médio Ori­ente. As con­sequên­cias da sua proi­bição se­riam ini­ma­gi­ná­veis, já que ne­nhuma outra en­ti­dade po­deria as­sumir o tra­balho da­quela que é con­si­de­rada a prin­cipal es­tru­tura do au­xílio aos pa­les­ti­ni­anos, com uma rede de mais de 18 mil fun­ci­o­ná­rios.

 



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