Plenário de Sindicatos da CGTP-IN reiterou importância da luta

«A luta dos trabalhadores é determinante para a tão necessária mudança de rumo» no País, afirma-se na Resolução saída do Plenário de Sindicatos da CGTP-IN, que convocou uma concentração para dia 29.

Apesar dos muitos obstáculos, os trabalhadores fazem ouvir a sua voz


Junto da Assembleia da República, às 11 horas do dia em que ali ocorre a votação final global do Orçamento do Estado para 2025, o protesto vai ser realizado sob o lema «Aumentar salários e pensões, defender os serviços públicos e funções sociais do Estado – Pelo direito à saúde, educação, habitação».

A proposta de OE para 2025 «está subordinada às imposições da UE e é feita à medida dos interesses do grande capital», acusa o órgão máximo da confederação, entre congressos. Na Resolução, aprovada na reunião de 14 de Novembro, o Plenário de Sindicatos da CGTP-IN assinala que «o PS, ao abster-se na votação, assumiu a viabilização da proposta de OE, apresentada pelo Governo da AD, e as consequências políticas dessa posição».

Quanto aos conteúdos, o OE que os deputados vão votar «fragiliza a prestação pública, em áreas como o SNS, a Escola Pública, a protecção social, os transportes, a Administração Local e Regional, a Cultura, a Justiça e a Habitação». Nessa linha, o OE «privilegia o sector privado e abre caminho para transformar direitos sociais dos trabalhadores e restante população em oportunidades de negócio para os grupos económicos e financeiros».

Para os trabalhadores da Administração Pública, a proposta de OE «mantém a desvalorização do seu trabalho e perpetua os baixos salários», «agrava o carácter injusto e de classe da tributação».

A CGTP-IN expressa «muita preocupação» relativamente ao pedido de autorização legislativa para mexer na legislação laboral da Administração Pública, «nomeadamente no que se refere à greve, ao direito a férias, aos regimes de doença e mobilidade e ao regime jurídico da cedência de interesse público». O Governo, colocando esta possibilidade no Orçamento, procura «fugir ao escrutínio da Assembleia da República», visando «abrir as portas para o ataque generalizado aos direitos dos trabalhadores».

Com a situação do País a continuar «marcada pelo agravamento das condições de vida da maioria da população», enquanto «os grandes grupos económicos, nacionais ou multinacionais, acumulam cada vez mais riqueza», o patronato, «consciente de um favorecimento crescente por parte do Governo», «ataca os direitos e a contratação colectiva, bloqueia negociações, promove a estagnação e a desvalorização dos salários, carreiras e profissões, sempre em busca de mais e mais lucro».

«Apesar dos muitos desafios e obstáculos, os trabalhadores fazem ouvir a sua voz», assinala-se na Resolução, depois de saudar «os milhares de trabalhadores de todos os sectores que, por todo o País, participaram na “Acção Nacional de Mobilização, Reivindicação e Luta”» e na manifestação nacional de 9 de Novembro, em Lisboa e no Porto.

 

Acção integrada

«A luta dos trabalhadores é determinante para a tão necessária mudança de rumo», sublinha-se na Resolução, frisando que «a concretização da acção sindical integrada nos locais de trabalho, com mais intervenção, mais sindicalização, mais delegados sindicais, tem-se confirmado, pelos resultados atingidos, como o caminho a manter e a aprofundar».

Foi decidido «reforçar a acção sindical integrada a partir dos locais de trabalho, contribuindo para a intensificação da acção e da luta reivindicativa e para o reforço da acção sindical», «alargar a acção em defesa dos interesses e direitos» (cumprindo a decisão do último Congresso de criar intervenção e organização sindical em mais 2000 empresas, locais de trabalho e serviços).

O Plenário de Sindicatos realçou que «é fundamental responder às reivindicações dos trabalhadores», a começar pelo aumento dos salários, para todos, em 15 por cento, pelo menos, num valor não inferior a 150 euros.



Mais artigos de: Trabalhadores

Congresso da Federação da Pesca

O 12.º Congresso da Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca realizou-se no dia 16, no Auditório Conde Ferreira, em Sesimbra, sob o lema «Valorizar o sector, valorizar o pescador», com a participação de mais de meia centena de delegados dos sindicatos dos Trabalhadores da Pesca do Norte, do...

AP Solutions promove UGT

«Os trabalhadores da AP Solutions merecem um Acordo de Empresa com direitos reais e efectivos», protestou o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA), lembrando que apresentou à administração uma proposta «para verdadeiramente garantir os direitos», bem como «salários que permitam aos...

CENA-STE defende ACT forte

«Aquilo de que precisávamos era de uma ACT muito mais forte e muito mais capaz de impor, nos contextos de trabalho, regras que defendam os trabalhadores do assédio», defendeu um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE). Rui Galveias, em declarações à agência Lusa,...