20 anos de abandono em Marvila
Nas vigílias realizadas, nos dias 15 e 22 de Novembro, junto aos gabinetes da Gebalis nos bairros de Marvila foi aprovada uma resolução que dá conta dos «dramas» e das «vidas sofridas» que «muitos enfrentam todos os dias, face ao abandono e exclusão social de que são vítimas, apesar dos “tempos novos” [nome da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança] prometidos para Marvila, pela actual maioria na Câmara Municipal de Lisboa (CML)».
No documento dirigido ao presidente da CML, Carlos Moedas, fala-se mesmo de uma «realidade vergonhosa», com particular incidência nos bairros do Marquês de Abrantes, Condado e Armador, onde, por exemplo, existem «dezenas de lotes com, pelo menos, um elevador avariado e outro com paragens e avarias frequentes», situações que «existem há meses [e mesmo anos] e são todas do conhecimento da Gebalis e da CML, por iniciativa dos próprios moradores». É ainda referido ser frequente «a retirada de peças de elevadores avariados para as usar noutros na mesma situação, gerando um ciclo crónico de insuficiência técnica de manutenção».
Estes moradores dão ainda conta, entre outros problemas, de infiltrações nas habitações; degradação mais acentuada em cozinhas e casas de banho, devido a roturas diversas nas canalizações; ausência de iluminação nas partes de circulação dos edifícios; janelas e estores com níveis elevados de degradação; falta de combate a pragas diversas.
Há igualmente relatos, também por responsabilidade da CML e da Gebalis, de «idosos que não têm condições de saírem das suas casas» e outros que «são obrigados a subirem ao 9.º andar, apoiados nas suas muletas/canadianas».