- Nº 2662 (2024/12/5)

Parar a escalada de guerra, construir a Paz!

Europa

Sobre a resolução sobre a guerra que se trava na Ucrânia, votada no Parlamento Europeu,no dia 28 de Novembro, o deputado do PCP, João Oliveira, apresentou uma declaração de voto na qual sustenta o seu voto contra e considera que os desenvolvimentos do conflito assumem ainda mais perigosos contornos perante a decisão dos EUA de efectuarem ataques com mísseis em território russo a partir da Ucrânia.

João Oliveira alertou que «o perigo de um confronto de dramáticas proporções nunca foi tão grande», realçando a urgência de «pôr fim à escalada armamentista e abrir caminhos de diálogo com vista a uma solução política do conflito que se trava na Ucrânia, que devia e poderia ter sido evitado desde 2014».

Denunciando a insistência na «lógica de instigação e promoção da confrontação e da escalada da guerra», alinhada com a política de EUA e NATO, que comporta sérios perigos «para os povos ucraniano e russo, para os povos da Europa», o deputado do PCP salientou que, a não ser travada a insistência neste caminho, alheio à vontade e interesses dos povos, este «empurrará a Humanidade para a catástrofe».

Entre outros negativos aspectos, o deputado do PCP no PE aponta que o texto da resolução:

– faz um apelo expresso ao prolongamento e escalada do conflito, inclusive apelando às potências da UE a que sigam a perigosíssima decisão dos EUA a respeito do uso de mísseis de longo alcance em território russo, desprezando os riscos que a escalada comporta, opondo directamente potências nucleares;

– persiste na mobilização de ainda mais meios financeiros para o prolongamento da guerra;

– esconde as causas do conflito, incluindo o alargamento da NATO, dificultando uma solução política;

– não denuncia o desrespeito e boicote por parte dos EUA, do Reino Unido e da União Europeia de acordos estabelecidos que teriam evitado a guerra, o seu prolongamento e agravamento, assim como de diversas iniciativas que visam a paz;

– não denuncia as consequências das sanções para os trabalhadores e os povos, nem quem ganha com a guerra e as sanções, incluindo a indústria de armamento, insistindo, pelo contrário, no reforço de tais mecanismos;

– insiste no alargamento da confrontação a outros países na Europa, no Médio Oriente e na Ásia;

– insiste em que a UE se constitua como “pilar europeu da NATO”, dando lastro ao evidente caminho militarista;

– não denuncia a hipocrisia dos EUA, do Reino Unido e da União Europeia, que continuam a apoiar, inclusive militarmente, e a proteger a política genocida de Israel contra o povo palestiniano.

Constatando que «estamos, mais uma vez, perante uma reiterada visão enviesada e parcial do conflito que se trava na Ucrânia que atravessa o texto, reproduzindo a retórica de confrontação que a União Europeia tem promovido, o deputado do PCP afirma que tal não contribui para«o necessário caminho da paz».

«A gravidade da situação exige a intransigente defesa da paz e a afirmação do caminho que a possibilite. O que urge é que os EUA, a NATO e a União Europeia ponham fim à estratégia de instigação e alargamento do conflito, em que esta resolução se insere, e que sejam abertas urgentemente vias de negociação com os demais intervenientes, incluindo a Federação Russa, visando alcançar uma solução política, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa e o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia», reafirmou João Oliveira.