- Nº 2662 (2024/12/5)

CTT devem servir as populações e não interesses privados

PCP

Face ao encerramento do posto dos CTT na Azinhaga, Golegã, em Outubro, o PCP veio a público defender a sua reabertura, criticando a conivência do executivo municipal com a decisão.

«O encerramento do posto é um ataque directo à coesão territorial e ao direito da população de aceder a serviços públicos de qualidade», afirma, em nota de dia 22 de Novembro, a Comissão Concelhia da Golegã do PCP,sublinhando que a decisão «contribui para o isolamento social, especialmente de quem reside em localidades mais afastadas».

Para os comunistas, o encerramento é consequência directa da privatização dos CTT, «um erro grave que desmantelou um serviço que deveria priorizar o bem-estar das populações em vez da rentabilidade».

A comissão concelhia denuncia, ainda, a conivência do executivo municipal (de um movimento apoiado pelo PSD, e do PS), e do seu presidente, que afirmou recentemente que a maioria da população da Azinhaga já tem alternativas com a evolução digital.

«Esta declaração», refere o PCP, «ignora a realidade de muitos habitantes», quantos deles idosos ou sem acesso às ferramentas digitais necessárias.

Os comunistas salientam, ainda, alguns dos serviços que não podem ser substituídos digitalmente, como o levantamento de reformas ou o acesso a serviços administrativos do Estado.

Fartos de migalhas nos CTT
O encerramento dos postos dos CTT não é a única consequência da privatização dos CTT. No boletim O Postal, a célula do PCP na empresa denuncia que, em contraste com lucros crescentes (27,8 milhões só nos primeiros nove meses de 2024), descem os salários, cresce a falta de trabalhadores, e aumenta a precariedade e penosidade laborais.

«Os CTT privados continuam a encher os bolsos dos accionistas e a aumentar principescamente os salários à administração», refere.

Como exemplo, avança os dados referentes à retribuição base anual do presidente executivo da empresa, fixada nos 510 mil euros (e aos quais se somam a retribuição anual variável, que pode atingir mais centenas de milhares de euros). Tudo isto, afirma a célula, é o equivalente à remuneração de 44 novos trabalhadores.

O Partido critica, ainda, as recentes notícias de que a administração pretende fazer regressar a distribuição do express mail para os CTT Expresso, retirando-o dos centros de distribuição postal, o que acarreta consequências como mais trabalho precário (norma neste departamento) ou giros de distribuição mais extensos.

O PCP, que sempre foi contra a privatização dos CTT, vem ainda denunciar os constantes incumprimentos por parte da administração dos indicadores de qualidade acordados com o Estado no contrato de concessão, com o descaso tanto do Governo como da ANACOM.

Ao lado de todos os trabalhadores
Também n’A Raposa Vermelha, boletim da célula na Coca-Cola, o PCP denuncia uma grave situação na empresa de trabalho temporário Knower, que tentou despedir três activistas sindicais (incluindo dois delegados).

Considerando tratar-se de uma «mais que evidente tentativa de desarmar os trabalhadores» através de um «inaceitável e ilegal ataque à sua estrutura sindical», o Partido anuncia que continuará ao lado destes trabalhadores (inclusive, questionando o Governo na Assembleia da República), tanto neste caso, como na exigência do fim da precariedade decorrente do recurso a uma empresa de trabalho temporário.

Já n’O Martelo, da célula na Medway, o Partido denuncia a falta de condições dos trabalhadores por turnos e em regime de trabalho nocturno, enunciando algumas das suas propostas, na Assembleia da República, para melhorar estes problemas.

O boletim aborda, ainda, os pontos negativos do Orçamento do Estado, o XXII Congresso do PCP e a acção nacional Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor.