PCP requer audição e questiona sobre despedimentos na Coindu

O PCP so­li­citou com ca­rácter de ur­gência a au­dição dos se­cre­tá­rios de Es­tado da Eco­nomia e do Tra­balho e a Ins­pec­tora Geral da Au­to­ri­dade para as Con­di­ções de Tra­balho sobre o en­cer­ra­mento da em­presa Coindu.

Coindu trata os tra­ba­lha­dores como des­car­tá­veis


Esta diligência surge na sequência de uma outra por si encetada sob a forma de pergunta ao Governo onde pede esclarecimentos sobre o fecho daquela unidade fabril em Arcos de Valdevez, nomeadamente sobre as medidas que pensa adoptar para defender os interesses e direitos dos seus cerca de 350 trabalhadores.

Este não é caso único, uma vez que esta em­presa - de­ten­tora de outra fá­brica em Fa­ma­licão - tem vindo a con­cre­tizar di­versos pro­cessos de des­pe­di­mento co­lec­tivo. In­clu­si­va­mente, como re­fere o de­pu­tado co­mu­nista Al­fredo Maia na per­gunta que di­rigiu à mi­nistra do Tra­balho, So­li­da­ri­e­dade e Se­gu­rança So­cial, tem re­cor­rido «abu­si­va­mente ao lay-off, atro­pe­lando os di­reitos dos tra­ba­lha­dores e tra­tando estes ho­mens como des­car­tá­veis».

O en­cer­ra­mento da uni­dade de Arcos de Val­devez, ali ins­ta­lada há mais de 20 anos, surge no se­gui­mento da aqui­sição da Coindu pelo grupo ita­liano Mas­trotto e de mi­lhões de euros re­ce­bidos no âm­bito do PRR (3,91 mi­lhões) ou de apoios es­ta­tais, que só entre 2021 e 2022 se si­tu­aram em cerca de 200 mil euros.

E por isso Al­fredo Maia, além de querer saber como está o Go­verno a acom­pa­nhar este pro­cesso, in­quire também sobre as me­didas de sal­va­guarda por este to­madas, de­sig­na­da­mente em de­fesa dos postos de tra­balho e dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, na «atri­buição dos be­ne­fí­cios e apoios pú­blicos».

Co­missão Eu­ro­peia ques­ti­o­nada
Pre­o­cu­pado com esta si­tu­ação está também o de­pu­tado do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu, que, em mis­siva di­ri­gida à pre­si­dente da Co­missão Eu­ro­peia, con­si­dera o fecho da fá­brica «um pe­sado golpe com dra­má­ticas con­sequên­cias para cen­tenas de fa­mí­lias, numa re­gião já de­pri­mida do ponto de vista so­ci­o­e­co­nó­mico». Entre ou­tras ques­tões, João Oli­veira so­li­cita a Ur­sula Vonder Leyen es­cla­re­ci­mentos sobre os apoios co­mu­ni­tá­rios que «podem ser mo­bi­li­zados» em favor dos tra­ba­lha­dores.

 



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