É PRECISA UMA NOVA POLÍTICA

«Que o novo ano seja mais um ano de luta, exi­gência e mo­bi­li­zação»

O Co­mité Cen­tral (CC) do PCP reuniu no sá­bado pas­sado e fez o ba­lanço do XXII Con­gresso, ana­lisou a si­tu­ação po­lí­tica e so­cial e iden­ti­ficou as li­nhas de acção pri­o­ri­tá­rias.

O CC su­bli­nhou que o XXII Con­gresso cons­ti­tuiu uma grande re­a­li­zação do PCP e um im­pres­si­o­nante mo­mento da sua afir­mação, força, con­fi­ança e co­ragem para re­sistir, in­tervir e avançar.

Um Con­gresso li­gado à vida e à re­a­li­dade con­creta dos tra­ba­lha­dores, do povo e da ju­ven­tude, que re­a­firmou o PCP no centro da luta e do com­bate po­lí­tico pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, contra as con­cep­ções e pro­jectos re­ac­ci­o­ná­rios, na de­fesa do re­gime de­mo­crá­tico e pela cons­trução de uma al­ter­na­tiva po­lí­tica, e su­bli­nhou a ur­gência de res­ponder aos pro­blemas na­ci­o­nais.

A cada dia que passa se co­loca a emer­gência do au­mento dos sa­lá­rios e das re­formas.

Os sa­lá­rios que o Go­verno e o grande pa­tro­nato pro­curam impor para 2025, não só não res­pondem às ne­ces­si­dades, como apro­fundam ainda mais as in­jus­tiças e as de­si­gual­dades.

Também no SNS ficam mais vi­sí­veis os com­pro­missos do Go­verno no sen­tido do seu des­man­te­la­mento e en­trega dos seus ser­viços ao ca­pital mo­no­po­lista.

De facto, o Go­verno não só não res­ponde a quem tra­balha no SNS, como avança com me­didas ina­cei­tá­veis no sen­tido de li­mitar o acesso a ser­viços de ur­gência por parte de grá­vidas, que estão a servir de «co­baias» numa ex­pe­ri­ência que a di­reita está dis­posta a alargar ao resto da po­pu­lação.

Na Ha­bi­tação, a tí­mida des­cida das taxas de juro con­trasta com os va­lores das rendas e os preços das casas, que não param de subir, en­quanto o Go­verno, em vez de tomar as me­didas que se im­pu­nham, con­tinua a fa­vo­recer a banca e a es­pe­cu­lação dos fundos imo­bi­liá­rios.

O Go­verno mantém em curso au­tên­ticos crimes eco­nó­micos, de que se des­tacam a ten­ta­tiva da quinta pri­va­ti­zação da TAP, ou o es­tender por mais 25 anos da con­cessão da ANA – Ae­ro­portos, per­fa­zendo 75 anos ao todo e tal como já tinha feito com os portos na­ci­o­nais.

As­sume par­ti­cular ac­tu­a­li­dade a ope­ração para tentar impor con­cep­ções e prá­ticas re­ac­ci­o­ná­rias, que atentam contra o re­gime de­mo­crá­tico e tem como ob­jec­tivo ime­diato es­conder as ra­zões fundas das di­fi­cul­dades da mai­oria dos que tra­ba­lham e vivem em Por­tugal. Uma opção que pro­cura animar di­vi­sões e pro­mover egoísmos, sobre os quais se pro­cura iludir as ra­zões da de­si­gual­dade e in­jus­tiças que fazem com que mi­lhares de pes­soas, in­cluindo cri­anças, sejam em­pur­radas para a po­breza, ao mesmo tempo que um pu­nhado de grupos eco­nó­micos con­cen­tram por dia 32 mi­lhões de euros de lu­cros.

De facto, este é um Go­verno trans­for­mado num ins­tru­mento dos in­te­resses dos grupos eco­nó­micos, que conta com o apoio do Chega e da IL e a cum­pli­ci­dade do PS, bem ex­pressa em me­didas como a des­cida do IRC para os grupos eco­nó­micos e no Or­ça­mento que vi­a­bi­lizou e que entra em vigor no dia 1 de Ja­neiro.

Ora, o que o País pre­cisa é de um ano novo com uma nova po­lí­tica. Que em vez dos mi­lhares de mi­lhões de euros que vão ser dis­tri­buídos em di­vi­dendos aos ac­ci­o­nistas das grandes em­presas se con­cre­tize um ver­da­deiro choque sa­la­rial e a me­lhoria efec­tiva das re­formas e das pen­sões.

O que o País pre­ci­sava e pre­cisa era que se res­pon­desse às ne­ces­si­dades de acesso à creche gra­tuita para as cri­anças, se pro­gre­disse na fi­xação e con­tra­tação de mé­dicos, en­fer­meiros e ou­tros pro­fis­si­o­nais para o SNS, se ga­ran­tisse a des­cida sig­ni­fi­ca­tiva das pres­ta­ções e das rendas, a es­ta­bi­li­dade nos con­tratos e o in­ves­ti­mento em ha­bi­tação pú­blica.

O País pre­ci­sava e pre­cisa que se as­su­misse o ano de 2025 como um ano de com­bate às in­jus­tiças e de­si­gual­dades, que se pro­mova uma mais justa dis­tri­buição da ri­queza e se trave a sua in­justa con­cen­tração num pu­nhado de grupos eco­nó­micos, en­quanto a mai­oria dos que cá vivem e tra­ba­lham sentem a cada dia que passa di­fi­cul­dades acres­cidas.

É, pois, opor­tuno o apelo do PCP aos tra­ba­lha­dores, às po­pu­la­ções, à ju­ven­tude, a todos os que cá vivem e tra­ba­lham, aos de­mo­cratas e pa­tri­otas, para que se mo­bi­lizem na luta e exi­gência pela vida me­lhor a que têm di­reito, que sejam pro­ta­go­nistas da es­pe­rança, dessa es­pe­rança que Abril, com os seus va­lores e con­quistas, nos trouxe e da al­ter­na­tiva que é ne­ces­sário con­cre­tizar.

Um ca­minho para o qual contam com um PCP que, no se­gui­mento do seu XXII Con­gresso, se lança na acção, ini­ci­a­tiva e mo­bi­li­zação.

Assim será com a in­ten­si­fi­cação da acção do PCP «Au­mentar sa­lá­rios e pen­sões, para uma vida me­lhor.” Uma ampla jor­nada de es­cla­re­ci­mento e mo­bi­li­zação rumo às 100 mil as­si­na­turas e de apoio por uma vida me­lhor.

Assim será num ano mar­cado pelas elei­ções au­tár­quicas e pela im­por­tância de dar mais força ao pro­jecto au­tár­quico da CDU, um pro­jecto sem pa­ra­lelo e com provas dadas, de quem tem como marca o tra­balho, a ho­nes­ti­dade e a com­pe­tência.

Um novo ano que, pe­rante a mul­ti­pli­cação de con­flitos e o elevar do pa­tamar de con­fron­tação e guerra, pre­cisa de dar uma opor­tu­ni­dade à paz, desde logo com uma forte mo­bi­li­zação para a ma­ni­fes­tação do pró­ximo dia 18 de Ja­neiro, em Lisboa, «É ur­gente pôr fim à guerra! Todos juntos pela Paz!».

Por um novo ano com uma nova po­lí­tica, pela res­posta aos pro­blemas na­ci­o­nais, mais uma vez, em 2025, é com o PCP que os tra­ba­lha­dores, o povo e a ju­ven­tude podem contar.