AL e hotéis na cidade do Porto já ultrapassam a procura turística
Segundo a CDU, o número de alojamentos locais (AL) e hotéis na cidade do Porto já ultrapassa a procura turística, pelo que urge suspender os novos pedidos de licenciamento.
O Porto tem 10 316 estabelecimentos de AL
Em conferência de imprensa realizada no passado dia 19, Ilda Figueiredo, vereadora da CDU na Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Sá, eleito na Assembleia Municipal e responsável pelo Grupo Municipal da CDU, Diana Ferreira, da Direcção da Organização da Cidade do Porto (DOCP) do PCP, e Cristina Castro, da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP e responsável pela DOCP, anunciaram o pedido de criação de um observatório de monitorização do funcionamento dos alojamentos turísticos da cidade, considerando e defendendo, simultaneamente, que devem ser suspensos os novos licenciamentos de AL e de hotéis na cidade do Porto.
Como foi apresentado, o Porto tem 10 316 estabelecimentos de AL, a que correspondem cerca de 45 mil camas, simultaneamente, tem 184 hotéis a que correspondem 21 590 camas – sendo que, segundo números apresentados pela própria autarquia, só nos primeiros oito meses de 2024 foram licenciados mais 18 hotéis. Ou seja, uma oferta de mais de 66 mil camas turísticas para um número médio de dormidas na ordem das 20 mil por noite.
Neste sentido, a CDU considera «inadmissível» o regulamento que estabelece como sendo possível, através da soma das quotas atribuídas a todas as freguesias, a cidade do Porto ter 22 087 estabelecimentos de AL.
«Para além de o Porto ter, em termos absolutos, um excesso de fogos destinados a AL, a sua taxa de utilização não plena durante a maior parte do ano, não sendo admissível que uma cidade com tantas carências habitacionais e onde o custo da habitação está tão especulativamente alto, tenha um stock habitacional tão subocupado», considera a Coligação PCP-PEV, para quem importa saber se os «AL fantasmas» referidos pelo presidente da CMP «não estão a ser utilizados para alojamentos selvagens de imigrantes, com a constituição de camaratas sem condições dignas de habitabilidade e cuja rentabilidade económica é ainda mais vantajosa para os seus proprietários do que os AL».