Tentei explicar a vida e o seu sentido através da minha arte e também ajudar os outros a entenderem a sua própria vida», escreveu no final da vida o pintor norueguês Edvard Munch, um dos precursores do expressionismo, cuja vida e obra foram marcadas pelas mortes prematuras da mãe e da irmã, vítimas de tuberculose. Pinturas como
A Criança Doente,
Morte no Quarto e
A Mãe Morta são testemunho do forte impacto que tais perdas tiveram no artista, que em 1885, na primeira passagem por Paris, contacta com os novos movimentos artísticos liderados por Paul Gauguin e Toulouse Lautrec. É na cidade francesa de Nice que Munch pinta, em 1893, a sua obra mais famosa,
O Grito, em que a personagem representada, inspirada numa múmia peruana que o artista vira em Paris, não estará a gritar, ao contrário do que geralmente se pensa, mas sim a ouvir um grito. «Senti um grande grito em toda a natureza», terá dito o pintor, que exprime na icónica obra as emoções sentidas junto a um fiorde norueguês quando estremeceu ao ver a natureza tingir-se de vermelho. A obra de Munch é considerada “degenerada” pelos nazis, que classificam o artista de “demente” e banem os seus quadros dos museus na Alemanha e na Noruega. O artista morre de pneumonia, aos 80 anos, em Junho de 1944.