Cerca de duas centenas de pessoas encheram a sala dos Recreios da Amadora para a apresentação do primeiro candidato da CDU – João Pimenta Lopes – àquele município nas próximas eleições autárquicas. A iniciativa realizou-se ao final da tarde de dia 23.
Aos quase 30 anos de gestão autárquica do PS na Amadora, «só há uma alternativa possível e essa alternativa está aqui, é a CDU», afirmou o candidato à presidência da Câmara Municipal (CM) amadorense pela coligação PCP-PEV. «É esse o espírito transformador», continuou, que a «CDU comporta, que aqui nos traz hoje, que amanhã levaremos junto da população, com o qual intervimos nos órgãos autárquicos e que voltará a fazer da Amadora o município de Abril que a população precisa e merece».
João Pimenta Lopes falava sobre as provas, mais que dadas, da incompetência do PS para «dar vida à Amadora». O «caminho transformador» prosseguido pela CDU naquela autarquia – que ofereceu respostas às necessidades da população – foi interrompido em 1997. Desde então, como referiu, é notório o abandono da cultura, desporto e do apoio ao movimento associativo.
«Sente-se a política urbanística que alimenta a especulação imobiliária, enquanto a Amadora se fecha em si mesma, retomando a condição de dormitório de que se libertara com a gestão da CDU», lamentou. Já sobre a acção do PSD na autarquia, o candidato acusou o partido de populismo – em particular desde as últimas eleições autárquicas – e de omitir a sua opção pela especulação, pela mercantilização do papel e respostas do município e pelo assistencialismo como resposta à necessidade mais prementes.
«Recuperar os destinos da Amadora»
«Amadorenses, a nossa terra precisa de uma gestão ao serviço de todos, que contribua para responder aos problemas que hoje afectam a população do concelho», salientou, referindo-se às prementes questões da habitação – «problema social que alenta a discriminação e a exploração» –, da falta de emprego qualificado e de fixação de actividades económicas diversificadas, das parcas condições de mobilidade, acesso a serviços, equipamentos, espaços públicos, à cultura e ao desporto. É nestas áreas que, segundo João Pimenta Lopes, a candidatura da CDU à CM da Amadora vai firmar compromissos com a população.
Sobre a falsa questão da insegurança
«No tempo que intermedeia até às eleições, assistiremos à tentativa de alguns de dar centralidade ao debate sobre as questões de segurança, procurando estabelecer um paralelo entre percepção de insegurança e comunidades imigrantes», constatou, questionando se assim será para se «procurarem evadir da discussão que verdadeiramente importa», ou seja, «como utilizar a autarquia para valorizar a nossa terra, servindo todos, encontrando soluções para os problemas e desafios de cada dia?».
«Não fugiremos a esse debate», garantiu, apelando a que «ninguém se deixe iludir por quem faz dos imigrantes o bode expiatório para os verdadeiros problemas que a todos afectam: os baixos salários, a desregulação laboral, os horários loucos, a crescente exploração, a degradação do SNS, a especulação e a cada vez mais injusta distribuição da riqueza».
Na linha de frente
Com João Pimenta Lopes, para o palco dos Recreios da Amadora subiu um largo conjunto de eleitos e dirigentes das forças que compõem a CDU.
Na sua intervenção, Joana Silva, da Comissão Executiva do PEV, recordou a importância de adaptar a cidade da Amadora às pessoas que nela vivem, sem esquecer a importante vertente ecologista e ambiental neste processo.
António Borges, actual vereador na CM, partilhou o enorme orgulho que sentem os comunistas, ecologistas, democratas e outros progressistas, pelas batalhas travada pela CDU no executivo amadorense, pela denúncia, intervenção e papel que esta tem vindo a desempenhar. «A população reconhece quem está ao seu lado», salientou.
Já Ricardo Costa, da Comissão Política do PCP, alertou para o ataque ao Poder Local e recordou que, na Amadora, em todos os órgãos autárquicos, a CDU esteve na primeira linha da denúncia dos problemas provocados pela gestão PS, tendo apresentado sempre propostas capazes de responder à necessidade de um desenvolvimento equilibrado do concelho.
A iniciativa foi antecedida por uma actuação do grupo Convivências Band.