Maria Teresa Horta faleceu anteontem, dia 4, aos 84 anos. Destacada mulher da cultura, escritora e poetisa, é autora de uma extensa obra publicada – como Tatuagens, Cidadelas Submersas ou Minha Senhora de Mim – e realizou um importante percurso enquanto jornalista, com participação em diversos jornais e revistas.

Detentora de um rico e diversificado percurso de vida, marcado por uma intervenção de resistência ao fascismo e de activismo em defesa da emancipação da mulher, foi ainda co-autora de as Novas Cartas Portuguesas, juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, que ficaram conhecidas como «As Três Marias». Esta obra, publicada em 1972, viria a ser alvo de censura e de julgamento das autoras.

Maria Teresa Horta foi ainda directora da Revista Mulheres, publicação pioneira na reflexão audaz sobre a igualdade e emancipação da mulher.

Como reconhecimento do seu contributo para a cultura e literatura portuguesas, recebeu diversas homenagens e foi distinguida, mais recentemente, em 2022, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

À sua família, o PCP expressou o seu maior pesar, e o mesmo fizeram o PEV e a URAP, com agradecimentos pelo seu contributo na luta pela democracia e liberdade.

Por ocasião do centenário do PCP, Maria Teresa Horta, a quem o Partido pediu um depoimento, decidiu dedicar-lhe o poema inédito Liberdade, cujos versos o Avante! aqui recorda:

Liberdade

Se exijo liberdade tenho firmeza

Se digo liberdade passo a mensagem

Se afirmo a liberdade vem a beleza

Se escrevo liberdade canto a coragem