PCP presente, combativo e pronto no distrito de Coimbra

Cerca de 300 pessoas participaram, no dia 31, no jantar-comício que o PCP realizou no Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila, em Coimbra. A iniciativa, que se inseriu no quadro da acção nacional Aumentar Salários e Pensões, para uma vida melhor, contou com a participação de Paulo Raimundo.

É imperativo tomar a iniciativa e inverter o rumo de desastre do País


Tomar a iniciativa pelo reforço do Partido, pela mobilização e luta, e pela construção da alternativa de que precisa o povo português – foram estas as linhas gerais da intervenção proferida pelo Secretário-Geral do PCP no jantar em Arzila.

«Não estamos aqui para descrever o que está mal, as pessoas, a vida, o dia-a-dia. Cada um conhece por experiência própria, sabe bem o que está mal, sente na pela as injustiças, as dificuldades, a dureza da vida», mas sim para «identificar e apontar o dedo aos reais responsáveis pela situação a que chegámos de brutal injustiça e desigualdade». «Identificar», acrescentou, «quem são os que se vão enchendo enquanto a maioria é apertada, mas também quem são os que, para lá das palavras, da mentira, da demagogia, nunca falham à voz do chefe». «Estamos aqui para tomar a iniciativa contra forças do discurso bafiento e xenófobo que procura branquear os verdadeiros responsáveis pelas injustiças e desigualdades, os mesmos que em grande medida são os financiadores dessas forças que, apoiadas pelo sistema, são o pior que o sistema tem para oferecer», explicou ainda.

Tomar a iniciativa

Para o PCP, como afirmou o Secretário-Geral, é imperativo tomar a iniciativa e «não tolerar que dois milhões de pessoas, entre as quais 380 mil crianças, estejam na pobreza», nem aceitar que «milhões de trabalhadores continuem com baixos salários, com contratos precários, sujeitos a horários desregulados, a turnos abusivos e sem tempo para si e para os seus», mas também para não permitir que «quem trabalhou uma vida inteira esteja sujeito a receber menos de 600 euros de reforma, como acontece com cerca de 70 por cento dos idosos».

Sobre a saúde, o SNS e a situação calamitosa de que este se aproxima, Paulo Raimundo apelou a que população diga «basta» às urgências encerradas, aos atrasos na linha SNS24, às listas de espera e aos milhares de utentes sem médico de família, «enquanto se transferem milhões de euros de recursos públicos para os cofres dos grupos económicos que fazem da doença um negócio».

Tomar a iniciativa, igualmente, para «recusar que tanta gente esteja sujeita a tantos sacrifícios e prescinda de tanto para aguentar as insuportáveis rendas e prestações, enquanto a banca apresenta lucros recorde» e recusar o aumento do custo de vida, «em que os alimentos subiram 27 por cento em três anos, as rendas viram o seu maior aumentos dos últimos 30 anos e as telecomunicações, a energia e o gás que são taxados à taxa máxima do IVA».

«Tomar a iniciativa e travar um Governo que mais parece uma comissão de gestão dos interesses dos grupos económicos e das multinacionais», acrescentou por fim.

Comunistas empenhados pelo distrito

O momento político do jantar foi igualmente marcado pela voz dos jovens comunistas, a partir do testemunho de Maria Gaspar, membro da Direcção Nacional da JCP, que realçou a intervenção e luta da juventude na região. No distrito, sublinhou, os jovens comunistas já começaram os preparativos do seu 13.º congresso que se realizará em Maio deste ano.

Francisco Queirós, membro do Comité Central e vereador da CDU na Câmara Municipal de Coimbra, destacou as lutas da população do distrito e as suas conquistas, de que é exemplo mais recente a reposição de freguesias. Uma conquista em que, segundo o eleito, o PCP e a CDU tiveram um papel determinante. O vereador comunista abordou ainda algumas das reivindicações do Partido para a região, como a conclusão da obra hidroagrícola do Baixo Mondego, a defesa dos baldios e dos agricultores.

 



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