Romagem ao Mausoléu dos Tarrafalistas

«Antifascista, democrata, homem progressista: quando pensares nos direitos da pessoa humana não esqueças o Tarrafal. Se queres defender a Liberdade e construir e consolidar a verdadeira democracia, faz alguma coisa para que o fascismo não possa voltar mais à terra portuguesa. O Tarrafal simboliza 48 anos de política criminosa. Nós, povo português, não podemos permitir que este crime se repita.» Estas palavras, proferidas em 1978, na inauguração do mausoléu situado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, por Francisco Miguel (o último preso político a sair do Campo de Concentração do Tarrafal), foram recordadas no sábado por Joaquim Judas, membro do Conselho Nacional da URAP.

Falando perante dezenas de pessoas que participaram na romagem anual ao memorial dos tarrafalistas, o orador – também ele um ex-preso político – alertou para a ofensiva do grande capital e das forças políticas belicistas e fascistas, em curso, e apelou a que os presos no Tarrafal, a sua coragem e determinação, sirvam de inspiração às lutas do presente e do futuro.

Depois de referir que «este ano ainda se comemora 50 anos da Revolução de Abril, e é também o ano que foi alcançada e reconhecida a independência dos povos colonizados da Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola», Joaquim Judas recordou que o Campo de Concentração do Tarrafal, criado em 1936, teve como objectivo «a destruição política, social, mental e física daqueles que o fascismo considerava os seus mais firmes e perigosos opositores».

«De 1936 a 1954 por lá passaram, enviados de Portugal, 362 homens, resistentes de filiação comunista, anarquista e outros antifascistas», prosseguiu Joaquim Judas, lembrando os 32 que lá morreram e que em 1978 foram trasladados para aquele mausoléu.

A cerimónia, apresentada por Ana Páscoa, do Conselho Nacional, contou com um momento musical da autoria do Cancioneiro Clandestino. A homenagem iniciou-se com o desfile de antifascistas de vários núcleos, a partir da porta do cemitério até ao mausoléu, onde foi colocada uma coroa de flores no monumento inaugurado há 47 anos.

 



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