O Movimento «Voz aos Estudantes», composto por associações e estudantes do ensino secundário de todo o País, convocou uma Semana Nacional de Luta, de 24 a 28 de Março, sob o lema «Isto assim não dá, luta já!».
Os estudantes vão sair à rua para reivindicar «obras, democracia, avaliação contínua, mais investimento e valorização da Escola Pública», avança o movimento, recordando que em Novembro passado tiveram lugar acções idênticas, em dezenas de escolas do País. «Estamos fartos de ouvir promessas que nunca se cumprem ou desculpas de que não há dinheiro para a educação, e depois haver sempre mais dinheiro para a guerra e para os mais ricos», afirma a «Voz aos Estudantes», que denuncia, entre outros problemas, a degradação do parque escolar, a falta de pavilhões, ginásios, espaços de convívio, de condições materiais e humanas nas escolas, o retorno da obrigatoriedade dos Exames Nacionais, a desvalorização da avaliação contínua e os sucessivos ataques à democracia na escola. «Esta não é a política que os estudantes querem. Exigimos que se cumpram os nossos direitos», afirma o movimento.
Ataque à Escola Pública
No apelo à Semana Nacional de Luta, a «Voz aos Estudantes» refere que o ataque à Escola Pública tem sido «cada vez mais evidente quando os estudantes continuam a denunciar a falta de condições materiais e humanas que sentem e nenhuma medida é tomada» e dão conta de «aulas em salas onde passamos frio ou nos chove em cima».
Relativamente à avaliação, lamentam que seja resumida ao Exame Nacional, «ignorando e desvalorizando o esforço e o trabalho de três anos». Por isso denunciam «o retorno à obrigatoriedade dos Exames Nacionais, feitos, como sempre, à margem dos estudantes e das suas lutas e reivindicações» e exigem «uma avaliação contínua, justa e democrática» e o «fim de todas as barreiras no acesso à educação».
As críticas dos estudantes estendem-se aos «sucessivos ataques à democracia na escola». «As Reuniões Gerais de Alunos (RGA) com falta justificada são um direito que ninguém nos pode tirar, e vamos continuar a realizá-las e a discutir sobre os problemas com que nos confrontamos», asseguram.
No apelo desafiam-se os estudantes a enviar à «Voz» mensagens com as «denuncias dos principais problemas que sentes da tua escola»; a falar com a sua associação de estudantes para subscreverem o apelo à luta; a reunir mais amigos para ajudarem a organizar a luta; a reunir os estudantes, numa RGA, para decidir o dia, hora, reivindicações e local.