1820 – Nasce Léonie d'Aunet
Os biógrafos de Victor Hugo referem-se a Léonie d'Aunet como uma das muitas amantes do escritor, mas Wendy S. Mercer, no artigo «Léonie d'Aunet (1820-1879) à sombra de Victor Hugo: um talento obscurecido pelo sexo», dá outra perspectiva: «A mensagem essencial transmitida tanto pela carreira de Léonie como pela sua obra sublinha a insatisfação com o papel atribuído às mulheres no século XIX (…) e as leis escritas pelos homens para limitar o papel activo das mulheres na sociedade.» D’Aunet vive maritalmente com o pintor François-Auguste Biard, e com ele participa, de Junho de 1839 a Janeiro de 1840, na expedição do botânico Paul Grimard ao arquipélago de Svalbard, no Ártico. Léonie torna-se uma celebridade: é a primeira mulher a viajar tão a Norte e a escrever sobre a sua experiência. A separação do marido e o romance com Victor Hugo, de quem se separa por não poder «ser esse tipo de mulher, … dar-lhe-ia o meu sangue e a minha vida, mas não minha consciência», escreve, ditam a sua prisão em St. Lazare, a prisão para prostitutas, de onde sai para um convento graças à intervenção da duquesa de Orleães. Mais tarde, trabalha na Revue, onde publica excertos de Voyage d'une femme au pôle arctique, Suède et Norwège, que a prestigiada editora Hachette publica em 1854, com enorme sucesso. Deixou vários romances, todos sobre a temática feminina.