PROSSEGUIR O COMBATE PARA UMA VIDA MELHOR

«Por um País com fu­turo, de­sen­vol­vido e so­be­rano»

Perante pe­rigos e ame­aças à paz, o ataque brutal e cri­mi­noso de Is­rael sobre a po­pu­lação pa­les­ti­niana, com largas cen­tenas de mortos, mais de mil fe­ridos, muitos das quais cri­anças, é re­ve­lador da de­su­ma­ni­dade do im­pe­ri­a­lismo.

É pre­ciso pôr fim ao ge­no­cídio e ao mas­sacre do povo pa­les­ti­niano le­vado a cabo por Is­rael com armas e apoio dos EUA e a cum­pli­ci­dade da União Eu­ro­peia e dos go­vernos dos seus es­tados-mem­bros, in­cluindo o Go­verno por­tu­guês, que têm as mãos man­chadas de sangue pa­les­ti­niano, en­quanto se pre­param para gastar muitas mais cen­tenas de mi­lhares de mi­lhões de euros em ar­ma­mento e na guerra na Eu­ropa, para en­cher os co­fres do com­plexo mi­litar-in­dus­trial.

Os povos não pre­cisam de cor­rida aos ar­ma­mentos, da guerra e da con­fron­tação. Pre­cisam de in­ves­ti­mento para re­solver pro­blemas bá­sicos que se adensam a cada dia que passa, e para pro­mover a so­be­rania, o de­sen­vol­vi­mento, o pro­gresso so­cial.

Pre­cisam de Paz. É a Paz e a co­o­pe­ração que serve o povo da Pa­les­tina, o povo ucra­niano, o povo russo e todos os povos.

 

Os in­te­resses eco­nó­micos que estão por de­trás desses con­flitos e guerras, bem como a po­lí­tica que lhes dá su­porte e os de­fende, são os mesmos que têm de res­ponder pelo agravar dos pro­blemas e pelo ar­rastar do País para a de­gra­dação da si­tu­ação so­cial, eco­nó­mica e po­lí­tica.

Si­tu­ação que se traduz nos sa­cri­fí­cios para a mai­oria dos por­tu­gueses en­quanto um pu­nhado de grupos eco­nó­micos e mul­ti­na­ci­o­nais con­ti­nuam a con­cen­trar e acu­mular ri­queza. Si­tu­ação que re­clama a in­ter­venção pelo au­mento dos sa­lá­rios e das pen­sões, como foi exi­gido no des­file pro­mo­vido pelo PCP an­te­ontem em Lisboa, que deu con­ti­nui­dade à acção na­ci­onal «Au­mentar sa­lá­rios e pen­sões, para uma vida me­lhor», que juntou, até agora, sob a forma de abaixo-as­si­nado, mais de 100 mil as­si­na­turas, dando ex­pressão à exi­gência de um outro rumo para o País.

Sim, é ur­gente travar uma si­tu­ação onde os sa­lá­rios não chegam ao fim do mês, em que o custo de vida não pára de au­mentar, a ha­bi­tação se torna um bem ina­ces­sível para a mai­oria. É ur­gente travar as cres­centes di­fi­cul­dades de acesso a cui­dados de saúde, a de­gra­dação do SNS e do con­junto dos ser­viços pú­blicos.

É igual­mente ur­gente pôr fim à pro­mis­cui­dade entre o poder po­lí­tico e o poder eco­nó­mico e à cor­rupção que lhe está as­so­ciada.

É ur­gente romper com o ca­minho de sub­missão à UE e ao ca­pital mo­no­po­lista; travar o mi­li­ta­rismo e a guerra e cons­truir a al­ter­na­tiva que de­fenda os in­te­resses na­ci­o­nais, com os tra­ba­lha­dores, as po­pu­la­ções e a ju­ven­tude no centro da sua acção.

As elei­ções de 18 de Maio podem e devem ser uma opor­tu­ni­dade para, com mais força à CDU e à po­lí­tica al­ter­na­tiva que é ne­ces­sário con­cre­tizar, con­tri­buir para a re­so­lução dos pro­blemas na­ci­o­nais. Umas elei­ções onde se con­frontam dois pro­jectos: um, ao ser­viço dos in­te­resses dos grupos eco­nó­micos e outro, que res­ponde às ne­ces­si­dades dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

É a CDU que é pre­ciso re­forçar, nas elei­ções le­gis­la­tivas e nas elei­ções au­tár­quicas, força cons­ti­tuída por gente atenta, em­pe­nhada e lu­ta­dora, gente que não de­siste do País e por ele luta com de­ter­mi­nação e con­fi­ança.

 

É essa luta que im­porta in­ten­si­ficar já amanhã, na ma­ni­fes­tação na­ci­onal de jo­vens tra­ba­lha­dores, em Lisboa, na grande jor­nada que a CGTP-IN pro­move, a 5 de Abril, a ma­ni­fes­tação na­ci­onal em Lisboa, Porto e Coimbra, e no 1.º de Maio, que é pre­ciso desde já pre­parar a partir da acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas e lo­cais de tra­balho.

Mas também nas ac­ções contra a guerra e por uma Pa­les­tina livre e in­de­pen­dente e pela Paz no Médio Ori­ente, no pró­ximo do­mingo, em Lisboa e no Porto, bem como nas co­me­mo­ra­ções po­pu­lares do 51.º ani­ver­sário do 25 de Abril.

 

As elei­ções do do­mingo pas­sado, para a As­sem­bleia Le­gis­la­tiva Re­gi­onal da Ma­deira, tra­du­ziram-se num re­sul­tado ne­ga­tivo para os tra­ba­lha­dores e a po­pu­lação da Re­gião – con­fir­mando as con­di­ções para o PSD pros­se­guir a sua agenda de re­tro­cesso e ex­plo­ração –, numa si­tu­ação em que ne­nhuma outra força po­lí­tica no Par­la­mento re­gi­onal as­sume uma po­lí­tica al­ter­na­tiva. O au­mento do nú­mero de votos na CDU e da sua per­cen­tagem elei­toral, apesar de não ter con­se­guido re­cu­perar a sua re­pre­sen­tação par­la­mentar por apenas 65 votos, tem grande sig­ni­fi­cado. É ex­pressão da ba­talha tra­vada por inú­meros ac­ti­vistas da CDU, en­vol­vendo um amplo tra­balho de con­tacto di­recto com as po­pu­la­ções, de es­cla­re­ci­mento e mo­bi­li­zação para o voto, que re­pre­sentou alar­ga­mento e cres­ci­mento e é razão de con­fi­ança para o fu­turo. Par­ti­cu­lar­mente porque con­se­guido num con­texto de os­ten­sivo si­len­ci­a­mento e me­no­ri­zação de que foi alvo e dos efeitos da pro­moção de ilu­sões quanto a falsas al­ter­na­tivas.

 

Quem se quer ligar ainda mais à vida, e aos pro­blemas, quem tem um pro­jecto trans­for­mador, quem tem uma con­fi­ança ina­ba­lável nos tra­ba­lha­dores e no povo, apesar dos pro­blemas, das ame­aças e pe­rigos, só tem ra­zões para con­fiar no PCP e na CDU.