- Nº 2678 (2025/03/27)

Venezuela rejeita sanções dos EUA e «continua firme no seu caminho»

Internacional

O Governo venezuelano rejeitou de maneira firme e categórica o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 25%, a partir de 2 de Abril, aos países ou outras entidades que comprarem petróleo ou gás à Venezuela. A República Bolivariana da Venezuela, em comunicado, qualificou a medida de «arbitrária, ilegal e desesperada» e afirmou que, longe de afectar a determinação do povo venezuelano, esta confirma o fracasso rotundo de todas as sanções impostas pelos EUA contra o seu país.

Denunciou que, com esta nova acção, os EUA violam flagrantemente as normas do comércio internacional, em particular o princípio de país mais favorecido, que proíbe a discriminação entre parceiros comerciais. Violam também a proibição de restrições quantitativas, que impedem a imposição de barreiras comerciais encobertas. E violam ainda o princípio de não discriminação e de tratamento justo estabelecido pela Organização Mundial do Comércio.

O texto assinala que tais normas foram criadas, precisamente, para evitar que um país utilize o comércio como uma arma de pressão contra outros países. E indica que Caracas exercerá todas as diligências pertinentes junto dos organismos internacionais para fazer valer os seus direitos e denunciar esta nova violação do direito internacional.

A nota oficial assegura que, apesar destas agressões, a República Bolivariana da Venezuela «continua firme no seu caminho». Reitera que o país avança na sua rota de crescimento e prosperidade, juntamente com um povo que resistiu com dignidade e derrotou cada tentativa de subjugação.

«Não puderam nem poderão deter-nos. A política de máxima pressão fracassou na Venezuela e no mundo», asseverou o comunicado governamental, divulgado no dia 24. Lembrou que, desde há anos, a direita fascista, repudiada pelo povo venezuelano, promoveu a imposição de sanções económicas contra a Venezuela por parte dos EUA com a ilusão de obrigar o país a render-se. Mas fracassou, porque «a Venezuela é um país soberano, o seu povo resistiu com dignidade e o mundo já não se submete a nenhum esquema de ditadura económica». Hoje, garante, essa mesma estratégia fracassada pretende ser reeditada com medidas coercivas que procuram minar o desenvolvimento deste país sul-americano.

Termina o comunicado reiterando que a autodeterminação do povo venezuelano cresceu sempre que enfrentou dificuldades e que esse povo ostenta com orgulho «a sua condição de herdeiro das glórias do maior libertador da América, Simón Bolívar».

Emigração resulta das sanções
As autoridades da República Bolivariana da Venezuela exigem que os emigrantes venezuelanos sejam tratados com respeito, acusando os governos de EUA e El Salvador (para onde muitos venezuelanos foram expulsos) de perseguição e xenofobia. O governo bolivariano garante que a Venezuela é um país «de luta e resistência» e que não abandona os seus cidadãos, vivam eles onde viverem.

Além do mais, sublinha, a migração em massa de venezuelanos é consequência directa das sanções implementadas pelos EUA e defendidas pela extrema-direita liderada por Maria Corina Machado. Não se pode defender os migrantes e, ao mesmo tempo, apoiar as políticas que os expulsaram, acrescenta. O governo venezuelano acusa esses mesmos políticos que exigiram sanções de desfrutarem de luxos no estrangeiro, enquanto os emigrantes vítimas dessas mesmas sanções sofrem de xenofobia e abusos.

O governo venezuelano acusa as autoridades salvadorenhas de violarem os direitos fundamentais dos emigrantes, garantindo mesmo que muitos venezuelanos correm perigo de vida.