Recuemos aos dias seguintes em que foi dada posse aos membros da Assembleia e da Câmara Municipal (CM), em que Luís Duarte pediu «união e cooperação» para desenvolver o concelho de Viana do Alentejo e assegurou que seria – como se comprovou – um «presidente presente» na vida do concelho e que iria exercer as suas funções com «muito trabalho, seriedade, transparência e dedicação». De imediato «arregaçou as mangas», mas encontrou uma situação pantanosa que obrigou a «emendar problemas» muito graves.

Um deles foi a re­qua­li­fi­cação da Es­cola Bá­sica e Se­cun­dária Dr. Isi­doro de Sousa, na sede do con­celho, um pro­jecto apro­vado em 2018 [pelo PS], que teve que ser al­te­rado e a obra «ini­ciada e con­cluída» pelo exe­cu­tivo CDU. No pro­jecto ini­cial «que­riam apro­veitar as cai­xi­lha­rias e as ca­na­li­za­ções com mais de 40 anos», re­cordou Luís Du­arte, in­for­mando que «nos 12 anos de man­dato de Ben­ga­linha Pinto [do PS] não houve uma obra fe­chada com­ple­ta­mente. Até em termos de can­di­da­turas ao Por­tugal 2020 ti­vemos que ser nós [CDU] a fazê-lo». De­sa­bafou ilus­trando a si­tu­ação com o di­tado po­pular: «Cada tiro, cada melro».

Outro en­trave en­con­trado foi a ac­tu­a­li­zação das car­reiras e dos sa­lá­rios dos tra­ba­lha­dores mu­ni­ci­pais. «O SI­ADAP es­tava atra­sado cinco anos e havia téc­nicos su­pe­ri­ores a re­ceber o ven­ci­mento de as­sis­tentes ope­ra­ci­o­nais», re­feriu, ex­pli­cando que entre 2022 a 2023 «foram gastos em re­tro­ac­tivos das ac­tu­a­li­za­ções das car­reiras perto de 300 mil euros».

Emendar o que es­tava mal

De lá para cá «temos es­tado a in­verter a si­tu­ação e fazer cum­prir o nosso pro­grama elei­toral», com o apoio da po­pu­lação que «nos vê a emendar coisas que os ou­tros fi­zeram mal». Além da re­qua­li­fi­cação da es­cola, Luís Du­arte des­tacou ou­tros pro­jectos já ini­ci­ados, como a cons­trução de um novo quartel da GNR em Viana do Alen­tejo, em par­ceria com o Mi­nis­tério da Ad­mi­nis­tração In­terna, e a cons­trução de dois pólos de saúde nas fre­gue­sias de Aguiar e de Al­cá­çovas, fi­nan­ci­ados no âm­bito do PRR. O mu­ni­cípio vai ainda dar con­ti­nui­dade à am­pli­ação do Centro de Saúde de Viana do Alen­tejo, que irá per­mitir novas va­lên­cias, no­me­a­da­mente den­tista, raio-x, fi­si­o­te­rapia e aná­lises clí­nicas. Pre­vista está ainda a re­qua­li­fi­cação das es­colas de Al­cá­çovas e de Aguiar.

Sobre o pro­cesso de des­cen­tra­li­zação de com­pe­tên­cias do Es­tado para as au­tar­quias, o pre­si­dente da Câ­mara re­feriu que o pro­me­tido «en­ve­lope fi­nan­ceiro» não acom­pa­nhou «as ne­ces­si­dades», no­me­a­da­mente em termos do pes­soal.

 

Tan­ques...

Re­a­bi­li­tados foram também os tan­ques de Viana do Alen­tejo e re­qua­li­fi­cado o es­paço ad­ja­cente. O ob­jec­tivo passou por con­tri­buir para a ca­pi­ta­li­zação do valor his­tó­rico e so­cial da­quele equi­pa­mento, tendo-se as­so­ciado o mu­ni­cípio à cri­ação da «Rota da Água».

… e Centro Mu­ni­cipal da Pro­tecção Civil

Com um in­ves­ti­mento su­pe­rior a 178 mil euros, a Câ­mara Mu­ni­cipal avançou com a am­pli­ação do Centro Mu­ni­cipal de Pro­tecção Civil em Viana do Alen­tejo.

 

Pensar no pre­sente e no fu­turo do con­celho

Outra das grandes obras do man­dato é a Área de Ser­viço para Ca­ra­vanas de Viana do Alen­tejo, si­tuada junto ao Mer­cado Mu­ni­cipal e do centro da vila. Este es­paço per­mite per­noitas du­rante todo o ano e dis­po­ni­bi­liza vá­rias co­mo­di­dades, con­tri­buindo deste modo para im­pul­si­onar a eco­nomia local e o tu­rismo. «Que­remos que as pes­soas passem e fi­quem por cá» e possam vi­sitar o «va­lioso pa­tri­mónio» do con­celho, como o San­tuário de Nossa Se­nhora D’Aires, a Igreja Ma­triz de Viana do Alen­tejo, as ola­rias, o fa­brico de cho­ca­lhos, a ar­qui­tec­tura de Al­cá­çovas, o Paço dos Hen­ri­ques, des­tacou Luís Du­arte. Em termos tu­rís­ticos, estão a surgir novos alo­ja­mentos lo­cais e um hotel, numa an­tiga fá­brica de fa­rinha, «mais um passo que se dá na fi­xação da po­pu­lação e no cres­ci­mento sus­ten­tável do con­celho».

Fun­da­mental será também a fu­tura Zona In­dus­trial de Aguiar. Em causa está a cri­ação de um lo­te­a­mento com o in­tuito de dotar a fre­guesia de lotes com ca­rac­te­rís­ticas ade­quadas para a fi­xação de em­presas que con­tri­buam, deste modo, para o seu de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico. No es­paço podem ins­talar-se es­ta­be­le­ci­mentos in­dus­triais e es­paços mul­tiusos de­di­cados a ac­ti­vi­dades eco­nó­micas, como ofi­cinas, co­mércio, ar­ma­zéns, ser­viços, ate­liers, es­ta­be­le­ci­mentos in­dus­triais de ti­po­logia 1, 2 e 3 e ac­ti­vi­dades cor­re­la­ci­o­nadas, adi­an­tando, a tí­tulo de exemplo, haver in­te­resse na ins­ta­lação de uma fá­brica de pai­néis so­lares no con­celho.

Com o mesmo ob­jec­tivo e a pensar no fu­turo, será re­qua­li­fi­cado o Mer­cado de Al­cá­çovas, trans­for­mando-o par­ci­al­mente num ninho de em­presas de in­ves­ti­mento. «É uma forma de apro­vei­tarmos o es­paço e de o mo­der­nizar», disse Luís Du­arte.

Novas pri­o­ri­dades

Outra das pri­o­ri­dades passa por as­se­gurar me­lhores infra-es­tru­turas viá­rias e me­lhores trans­portes que atendam às ne­ces­si­dades da po­pu­lação, prin­ci­pal­mente para quem vai tra­ba­lhar para Évora.

Também não serão es­que­cidos pro­gramas como o FICO – Fes­tival de Ilus­tração e Cri­a­ti­vi­dade em Olaria, que ce­lebra a olaria, a cul­tura e a ino­vação. Para isso, o mu­ni­cípio conta com mais de 40 as­so­ci­a­ções de âm­bito so­cial, cul­tural, edu­ca­ci­onal, re­li­gioso, re­cre­a­tivo e des­por­tivo, que du­rante todo o ano di­na­mizam ac­ti­vi­dades nas fre­gue­sias de Al­cá­çovas, Aguiar e Viana do Alen­tejo. A todas foi dis­po­ni­bi­li­zado o Portal do As­so­ci­a­ti­vismo.

«Os pró­ximos quatro anos serão de mu­dança efec­tiva em Viana do Alen­tejo. Não tenho dú­vidas disso», as­se­gurou.

 

Luís Mi­guel Du­arte volta a can­di­datar-se pela CDU

Luís Mi­guel Fi­alho Du­arte volta a ser o nome exo­lhido pela CDU para pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal (CM) de Viana do Alen­tejo, cargo que exerce desde 2021. O em­pre­sário, nasceu a 12 de Ou­tubro de 1965, em Viana do Alen­tejo, onde re­side ac­tu­al­mente.

Com uma pro­funda li­gação ao con­celho, de­sem­pe­nhou ao longo dos úl­timos anos man­datos au­tár­quicos, foi pre­si­dente da As­so­ci­ação Terra Mo­rena e di­rector da As­so­ci­ação Hu­ma­ni­tária dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios de Viana do Alen­tejo.

A apre­sen­tação pú­blica da can­di­da­tura de­correu na pas­sada sexta-feira, 28, no Ci­ne­te­atro Vi­a­nense, e contou com a in­ter­venção de Ângelo Alves, da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do PCP e res­pon­sável pela Di­recção Re­gi­onal do Alen­tejo. Sobre o can­di­dato, «bem co­nhe­cido da po­pu­lação deste con­celho», re­feriu que é «o prin­cipal rosto da obra que a CDU re­a­lizou nos úl­timos quatro anos aqui em Viana do Alen­tejo», tendo des­ta­cado «as suas re­co­nhe­cidas ca­pa­ci­dades de gestão, o seu apego à cul­tura e ao pa­tri­mónio cul­tural, a sua li­gação ao mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo deste con­celho».

«Vamos lutar para vencer as elei­ções e para re­forçar as con­di­ções de exer­cício do pró­ximo man­dato que nos per­mitam aplicar o nosso pro­grama de pro­gresso e de­sen­vol­vi­mento para Viana e levar ainda mais longe uma gestão com­pe­tente e par­ti­ci­pada», des­tacou o di­ri­gente co­mu­nista, fri­sando: «A vi­tória da CDU em Viana, e os re­forço das suas po­si­ções, sig­ni­fi­cará olhar para o fu­turo com mais pers­pec­tiva e mais con­fi­ança!».

Luís Mi­guel Du­arte falou sobre os úl­timos quatro anos de man­dato. «Muito tra­balho foi feito, mesmo sem mai­oria ab­so­luta, mesmo com o or­ça­mento re­pro­vado por três vezes, mesmo sem mapa de pes­soal apro­vado, mas com muito tra­balho e de­di­cação desta equipa [da CDU]», su­bli­nhou, te­cendo fortes crí­ticas à «po­lí­tica da opo­sição do PS», par­tido que «numa lista de dez can­di­datos à Câ­mara já vai na sé­tima subs­ti­tuição por de­sis­tência dos pri­meiros».

A pensar no fu­turo, avançou com «pi­lares es­sen­ciais» para os pró­ximos quatro anos, que passam pelo de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e em­prego; qua­li­dade de vida e bem-estar; sus­ten­ta­bi­li­dade e am­bi­ente; cul­tura, des­porto e tu­rismo; par­ti­ci­pação e pro­xi­mi­dade.