Eleições outra vez? O que está em causa? Porquê votar na CDU?

Per­guntas e res­postas para votar bem a 18 de Maio

Porque é que vamos para elei­ções outra vez?

For­mal­mente porque foi re­jei­tada a moção de con­fi­ança apre­sen­tada pelo Go­verno PSD/​CDS. Mas a si­tu­ação do Go­verno era in­sus­ten­tável. Pela po­lí­tica que, em menos de um ano, agravou ainda mais os pro­blemas da mai­oria dos por­tu­gueses, en­quanto os lu­cros dos grupos eco­nó­micos con­ti­nu­aram a au­mentar e também pela evi­dente pro­mis­cui­dade com os in­te­resses pri­vados na si­tu­ação da em­presa do pri­meiro-mi­nistro e nas de ou­tros mem­bros do Go­verno.

 

Mas a si­tu­ação de Mon­te­negro é assim tão grave?

O caso de Mon­te­negro e da sua em­presa são uma ex­pressão da mis­tura entre in­te­resses par­ti­cu­lares e cargos pú­blicos. O que já se sabe é mais do que su­fi­ci­ente para dizer que a si­tu­ação viola re­gras fun­da­men­tais no exer­cício do cargo de pri­meiro-mi­nistro. Mas é evi­dente que esta si­tu­ação é apenas uma parte menor dessa pro­mis­cui­dade. Basta ver casos como o da pri­va­ti­zação da ANA, das PPP ou dos be­ne­fí­cios fis­cais aos grandes grupos eco­nó­micos, que a CDU tem de­nun­ciado.

 

Mas não era me­lhor não haver elei­ções?

Na si­tu­ação criada não havia outra al­ter­na­tiva. Face à con­cre­ti­zação ace­le­rada dos ob­jec­tivos dos grupos eco­nó­micos que gui­avam a po­lí­tica do Go­verno, nas pri­va­ti­za­ções, nos be­ne­fí­cios fis­cais, nas PPP ou numa ainda maior fra­gi­li­zação dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores na le­gis­lação la­boral, no ataque à Se­gu­rança So­cial, as elei­ções in­ter­rompem ou pelo menos con­di­ci­onam esses pro­cessos.

 

Vai ficar tudo na mesma?

Está nas mãos de cada um evitar que assim seja. As elei­ções são uma opor­tu­ni­dade para abrir ca­minho a uma outra po­lí­tica. O voto dos por­tu­gueses é de­ter­mi­nante para que não fique tudo na mesma. As elei­ções não são um es­torvo; são uma ex­pressão de­mo­crá­tica da von­tade do povo.

 

Para a eco­nomia tanta ins­ta­bi­li­dade é pés­sima, certo?

Quando os porta-vozes da po­lí­tica de di­reita falam de es­ta­bi­li­dade, nunca estão a falar da vida do povo, de re­solver a questão dos sa­lá­rios baixos, das rendas altas ou da di­fi­cul­dade de acesso à saúde. Querem es­ta­bi­li­dade para manter o saque de re­cursos pú­blicos e au­mentar a ex­plo­ração de quem tra­balha. O que pre­ju­dica a eco­nomia é a falta de pro­dução na­ci­onal, de in­ves­ti­mento pú­blico ou a de­bi­li­dade do mer­cado in­terno, por serem es­cassos os ren­di­mentos da po­pu­lação.

 

Estas elei­ções vão ser sobre a si­tu­ação do pri­meiro-mi­nistro?

Sem dú­vida que, nestas elei­ções, esse tema deve estar pre­sente na cam­panha, até porque é uma ex­pressão da pro­mis­cui­dade e su­bor­di­nação do poder po­lí­tico ao eco­nó­mico. Mas é im­pres­cin­dível dis­cutir a si­tu­ação em que está o país e a vida dos tra­ba­lha­dores e do povo, apre­sen­tando so­lu­ções. Mesmo contra a cor­rente me­diá­tica, foi isso que a CDU, quase sempre so­zinha, fez desde as úl­timas elei­ções. A vida das pes­soas foi sempre o nosso prin­cipal tema de in­ter­venção.

 

O que dizem as son­da­gens sobre a CDU?

As inú­meras son­da­gens de di­versos ór­gãos de co­mu­ni­cação so­cial, sempre am­pli­adas pelos co­men­tá­rios, são muito mais um ins­tru­mento de con­di­ci­o­na­mento da for­mação de opi­nião das pes­soas do que um re­trato da re­a­li­dade exis­tente. Vão cer­ta­mente fo­mentar a ideia de bi­po­la­ri­zação ar­ti­fi­cial, entre PS e PSD, e em­polar ou­tras forças po­lí­ticas, em de­tri­mento da CDU, por­ta­dora de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva. Mas as son­da­gens não votam; o voto de cada um é que de­cide.

 

É agora que a CDU vai de­sa­pa­recer do Par­la­mento?

Isso era o que já di­ziam nas úl­timas elei­ções le­gis­la­tivas e para o Par­la­mento Eu­ropeu e não acon­teceu. É uma afir­mação que visa des­mo­bi­lizar os que se re­vêem nas nossas po­si­ções e afastá-los do voto. A in­tensa ac­ti­vi­dade de con­tacto com os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções, ainda agora com o abaixo-as­si­nado Au­mentar sa­lá­rios e pen­sões. Para uma vida me­lhor, dá-nos con­fi­ança no re­forço da CDU. A vida mostra que o re­forço da CDU se traduz numa me­lhoria das con­di­ções de vida, no re­forço dos di­reitos e é um ele­mento fun­da­mental para com­bater as in­jus­tiças, os in­te­resses do grande ca­pital e as forças e pro­jectos re­ac­ci­o­ná­rios.

 

Quem po­derá vir a votar na CDU?

Os que sabem que não pre­ci­samos só de outro Go­verno, pre­ci­samos de outra po­lí­tica. Os que já sabem que o ro­ta­ti­vismo PS/​PSD, man­tendo a po­lí­tica de di­reita, não serve. Os que não se deixam iludir com a falsa mo­der­ni­dade da IL, ins­pi­rada em Milei, nem com o po­pu­lismo fas­ci­zante do Chega, ambos ao ser­viço do grande ca­pital, dis­far­çando a sua con­cor­dância com a po­lí­tica do Go­verno. Os que não se con­tentam com frases so­nantes no Par­la­mento ou nas redes so­ciais, que va­lo­rizam quem está ao seu lado nas lutas de todos os dias pelos di­reitos e por uma vida me­lhor e re­jeitam fazer o frete ao eu­ro­peísmo das trans­na­ci­o­nais. É na CDU o voto dos que se in­dignam com as in­jus­tiças, com as di­fi­cul­dades da sua pró­pria vida e das suas fa­mí­lias, sem pers­pec­tivas de me­lhoria, en­quanto as grandes em­presas acu­mulam lu­cros e o poder eco­nó­mico do­mina as de­ci­sões do poder po­lí­tico, ali­men­tando a cor­rupção.

 

Mas não é es­sen­cial der­rotar a di­reita?

Os votos da CDU serão sempre contra a di­reita e a po­lí­tica de di­reita.Não há voto mais con­se­quente e co­ra­joso no com­bate à di­reita do que o voto na CDU. A CDU é a força que tem a co­ragem e a de­ter­mi­nação para en­frentar ex­trema-di­reita e os seus pro­jectos fas­ci­zantes.Temos de dizer a ver­dade: o PS capta votos à es­querda para fazer a po­lí­tica de di­reita. Veja-se que o PS tudo fez para que o Go­verno con­ti­nu­asse, mesmo sendo para apro­fundar a sua de­sas­trosa po­lí­tica. Para uma po­lí­tica di­fe­rente é pre­ciso dar mais força à CDU.

 

Mas a CDU não vai con­se­guir eleger o seu can­di­dato a pri­meiro-mi­nistro… Entre os dois, não é me­lhor votar no PS?

As elei­ções são para eleger de­pu­tados e, como se provou em 2015, o que vai contar é a cor­re­lação de forças no Par­la­mento.Trans­ferir o voto para o PS não re­tira ne­nhum voto à di­reita e en­fra­quece a força que mais conta para uma po­lí­tica di­fe­rente – a CDU.

 

Nos dis­tritos em que a CDU não elege não é me­lhor votar no PS para der­rotar a di­reita?

O re­sul­tado global na­ci­onal da CDU é um ele­mento po­lí­tico de­ter­mi­nante para o fu­turo; é di­fe­rente ter 12 de­pu­tados e 9% do que ter os mesmos de­pu­tados e 7%. Para além disso, a CDU pode voltar a eleger em vá­rios dis­tritos em que ac­tu­al­mente não tem de­pu­tados.

 

A CDU faz do PS o seu ini­migo prin­cipal. Não é me­lhor um go­verno do PS do que um do PSD?

A CDU faz da po­lí­tica de di­reita o seu ini­migo prin­cipal, seja ela pra­ti­cada pelos par­tidos de di­reita, seja pelo PS.Não di­zemos que o PS é igual ao PSD, mas não se com­bate a di­reita quando se su­portou, como o PS fez em todos os mo­mentos fun­da­men­tais, o Go­verno (Pro­grama de Go­verno, Moção de Cen­sura do PCP), e se aprovou peças fun­da­men­tais da sua po­lí­tica (Or­ça­mento, al­te­ra­ções à cha­mada Lei dos Solos, baixa do IRC com mais 365 mi­lhões de lu­cros para as grandes em­presas).

 

Mas o PS de Pedro Nuno Santos não é mais à es­querda?

Pedro Nuno Santos foi quem con­duziu o PS na sus­ten­tação do Go­verno do PSD e da sua po­lí­tica e já tinha sido, en­quanto go­ver­nante, res­pon­sável por graves de­ci­sões(im­pul­si­onou a pri­va­ti­zação da TAP, sub­meteu-se aos in­te­resses da ANA/​Vinci, dos Cham­pa­li­maud na con­cessão dos CTT, man­teve as re­gras de fa­vo­re­ci­mento da es­pe­cu­lação imo­bi­liária e de be­ne­fício da banca no cré­dito à ha­bi­tação). O PS, com a sua li­de­rança, tudo fez para que o Go­verno con­ti­nu­asse a sua po­lí­tica.

 

Não foi a CDU que es­teve com o PS no Go­verno na «ge­rin­gonça» (2015/​2019)? Porque se queixa agora dos re­sul­tados?

Esse é o ar­gu­mento dos que gos­tavam que Passos Co­elho e a troica con­ti­nu­assem a des­truir a vida dos por­tu­gueses. É isso que não per­doam à CDU. Por isso es­pa­lham essa men­tira. O que houve foi um go­verno mi­no­ri­tário do PS que, man­tendo a es­tru­tura fun­da­mental da sua po­lí­tica, teve que res­ponder à luta dos tra­ba­lha­dores e às pro­postas da CDU. Isso per­mitiu à CDU exigir e con­quistar a re­po­sição de muitos dos di­reitos re­ti­rados pelo go­verno PSD/​CDS (cortes nos sa­lá­rios e re­formas, fe­ri­ados rou­bados, sub­sídio de Natal …) e con­quistar ou­tros (passes in­ter­mo­dais, re­dução e eli­mi­nação das taxas mo­de­ra­doras e con­ge­la­mento das pro­pinas, in­ves­ti­mentos no SNS, ma­nuais es­co­lares gra­tuitos…). A ge­ne­ra­li­dade das pes­soas re­gistam que nesse pe­ríodo re­cu­pe­raram di­reitos e poder de compra. A CDU não aprovou o Or­ça­mento do Es­tado quando o PS re­cusou a res­posta aos pro­blemas exis­tentes e os queria agravar. O PS podia res­ponder, mas não quis. O Pre­si­dente da Re­pú­blica podia aceitar um outro Or­ça­mento de Es­tado, mas pre­feriu em­purrar para elei­ções. A CDU não é res­pon­sável pelas op­ções es­tru­tu­rais que o PS man­teve e acen­tuou nos anos se­guintes.

 

...A IL vai crescer, está na moda.

A sua po­lí­tica nada tem de mo­derno: é apro­fundar ainda mais a des­truição dos ser­viços pú­blicos, au­mentar os be­ne­fí­cios dos grupos eco­nó­micos e re­duzir os di­reitos dos tra­ba­lha­dores. É um ne­o­li­be­ra­lismo ainda mais ra­dical, a lei da selva na so­ci­e­dade e na eco­nomia, em que os mais ricos e po­de­rosos es­magam os di­reitos e as con­di­ções de vida dos res­tantes. Quer des­truir as con­quistas de Abril que per­ma­necem, os di­reitos eco­nó­micos, so­ciais, la­bo­rais e o pró­prio re­gime de­mo­crá­tico, aliás in­dis­so­ciável da­queles. Há uma clara pro­moção da IL, nas­cida do PSD e do CDS, para even­tu­al­mente poder vir a aliar-se ao PSD após as elei­ções. É sig­ni­fi­ca­tivo que na sua úl­tima Con­venção te­nham exi­bido a moto-serra que serve de sím­bolo para o ultra-re­ac­ci­o­nário Milei, pre­si­dente da Ar­gen­tina.

 

E de­pois das elei­ções, a CDU vai con­tri­buir para a es­ta­bi­li­dade?A CDU está dis­po­nível para uma nova «ge­rin­gonça»?

A es­ta­bi­li­dade que conta é a da vida dos por­tu­gueses e essa de­pende da mu­dança das po­lí­ticas em que o voto da CDU é de­ci­sivo. Não é a es­ta­bi­li­dade para con­ti­nuar a fa­vo­recer o poder eco­nó­mico. O Go­verno PSD teve es­ta­bi­li­dade e lem­bramo-nos do que foi a es­ta­bi­li­dade da mai­oria ab­so­luta do PS; ficou com mãos li­vres para a po­lí­tica de di­reita. A CDU não fal­tará a boas po­lí­ticas (de­fender o SNS, au­mentar sa­lá­rios e re­formas, etc.), mas não passa che­ques em branco a nin­guém.

 

E porque não uma ali­ança de es­querda com o BE?

Na CDU há uma cla­reza, uma co­e­rência e um com­pro­misso pri­o­ri­tário com quem tra­balha que não tem a mesma pri­o­ri­dade no BE. As nossas po­si­ções, porque justas, não se al­teram nem se ajustam pe­rante a pressão ide­o­ló­gica e me­diá­tica em cada mo­mento. Dito isto, temos na­tu­ral­mente muitas po­si­ções con­ver­gentes no Par­la­mento. Não são o nosso ad­ver­sário.

 

O Chega é o voto contra o sis­tema!

O ob­je­tivo do Chega não é al­terar o sis­tema, mas sim mantê-lo e agravar as suas in­jus­tiças e de­si­gual­dades; tal como os res­tantes par­tidos de di­reita, o que o Chega quer é chegar ao poder apro­vei­tando-se da justa in­dig­nação das pes­soas. O Chega também nasceu do PSD e do CDS e André Ven­tura, até 2017 can­di­dato do PSD, foi apoi­ante de Passos Co­elho. O Chega diz querer com­bater o sis­tema quando é o pior dele e está sempre ao lado dos in­te­resses do grande ca­pital. O tom ar­ru­a­cei­rodo Chega visa es­conder os nu­me­rosos pro­blemas com a jus­tiça dos seus eleitos e di­ri­gentes (re­la­ci­o­nados com agres­sões, furtos, ne­gação de di­reitos, vi­o­lação de obri­ga­ções le­gais e de­ci­sões ju­di­cias, pros­ti­tuição in­fantil, entre ou­tros).

 

Os po­lí­ticos são todos cor­ruptos. Quem com­bate a cor­rupção?

Só quem, como a CDU, se bate in­tran­si­gen­te­mente contra o do­mínio do poder po­lí­tico e das suas de­ci­sões pelo poder eco­nó­mico, é que dá ga­ran­tias de com­bater a cor­rupção. A CDU é cons­ti­tuída por ho­mens e mu­lheres sé­rios e ho­nestos, de­di­cados ao in­te­resse co­lec­tivo e sem com­pro­missos com os grupos eco­nó­micos nem portas gi­ra­tó­rias de pas­sagem de cargos go­ver­na­tivos para ad­mi­nis­tra­ções de grandes em­presas, como têm os par­tidos da di­reita e o PS, por exemplo em muitas pri­va­ti­za­ções. A si­tu­ação pes­soal do pri­meiro-mi­nistro é uma ex­pressão da pro­mis­cui­dade dos go­vernos com os in­te­resses eco­nó­micos.

 

O custos das elei­ções não é um des­per­dício de di­nheiro?

De­volver a de­cisão ao povo nunca é um des­per­dício; é uma ex­pressão do exer­cício dos di­reitos po­lí­ticos que não pode ser tra­tada como um es­torvo ou um gasto des­ne­ces­sário. Des­per­dício é en­tregar mi­lhões de euros aos grupos eco­nó­micos. Coisa di­fe­rente são os mon­tantes das sub­ven­ções e dos li­mites para gastos de cam­panha, cla­ra­mente exor­bi­tantes. Desde 2003, quando ocorreu um brutal au­mento, pela mão de PS, PSD e CDS, das sub­ven­ções, ge­rais e para as cam­pa­nhas elei­to­rais, bem como dos li­mites de des­pesa elei­toral, que a CDU se opôs a estes va­lores. Não é por acaso que, grosso modo, as re­ceitas anuais do PCP são 90% pró­prias e só 10% de sub­ven­ções pú­blicas e nos ou­tros par­tidos a re­par­tição é exac­ta­mente a in­versa.

 

A eco­nomia tem de crescer para se po­derem au­mentar os sa­lá­rios. A CDU é contra as em­presas, mas são elas que criam a ri­queza.

Nunca há di­nheiro para au­mentar sa­lá­rios, mas há sempre para au­mentar os lu­cros e dis­tribuí-los. São os tra­ba­lha­dores que criam a ri­queza e apenas uma parte dela re­verte para o seu sa­lário. O que a CDU não aceita é o sor­ve­douro dos lu­cros dos grandes grupos eco­nó­micos; é a força que mais de­fende as micro pe­quenas e mé­dias em­presas (MPME) que são também elas es­ma­gadas pelos que do­minam a energia, o sector fi­nan­ceiro e se­guros ou as te­le­co­mu­ni­ca­ções. Não é o au­mento de sa­lá­rios que cria pro­blemas, já que eles são em média 15% dos custos; o resto é que pesa, e muito, en­gor­dando os lu­cros da GALP, EDP, banca, SONAE e Je­ró­nimo Mar­tins e ou­tros.

 

É ine­vi­tável e in­dis­pen­sável o re­ar­ma­mento da União Eu­ro­peia?

A cor­rida aos ar­ma­mentos não conduz à paz, au­menta o risco da ge­ne­ra­li­zação da guerra. A paz só é pos­sível com diá­logo, di­plo­macia, ne­go­ci­ação da re­dução con­tro­lada dos ar­ma­mentos, equi­lí­brio de forças nessa re­dução e um sis­tema de se­gu­rança co­lec­tiva. Foi assim no pas­sado. In­vocar ame­aças ex­ternas ou os­ci­la­ções da po­lí­tica da ad­mi­nis­tração dos EUA, é um pre­texto para jus­ti­ficar o desvio de verbas co­los­sais para ali­mentar a in­dús­tria do ar­ma­mento, le­vando a que também a Rússia au­mente as armas, con­du­zindo a uma es­ca­lada que pode levar à ge­ne­ra­li­zação da guerra. Re­tirar as ab­surdas li­mi­ta­ções do dé­fice para com­prar armas, man­tendo-as e im­pondo-as para as po­lí­ticas so­ciais, os sa­lá­rios ou o res­tante in­ves­ti­mento pú­blico, ca­rac­te­riza as po­lí­ticas da UE. A CDU de­fende a paz, seja na Ucrânia ou na Pa­les­tina. É ver­go­nhosa a po­sição dos que con­ti­nuam a agir para que a guerra con­tinue na Ucrânia, em geral os mesmos que fazem vista grossa ao ge­no­cídio do povo pa­les­tino.

 

O País está assim por causa dos imi­grantes? O país tem con­di­ções ili­mi­tadas?
A res­pon­sa­bi­li­dade pela si­tu­ação do País não é dos imi­grantes, é dos go­vernos que nos des­go­vernam. Há quem queira pôr os por­tu­gueses a olhar para os imi­grantes para não ver os que ver­da­dei­ra­mente en­chem os bolsos com as in­jus­tiças. Tal como os por­tu­gueses que vão tra­ba­lhar para o es­tran­geiro, também em Por­tugal os imi­grantes dão hoje um con­tri­buto fun­da­mental para a eco­nomia. O País não tem ca­pa­ci­dades ili­mi­tadas. A so­lução é de­finir re­gras que ga­rantam a en­trada re­gu­lada e com­batam o trá­fico de seres hu­manos, de acordo com as con­di­ções do nosso país; não é dis­cri­minar, mas ga­rantir a todos os tra­ba­lha­dores, na­ci­o­nais e imi­grantes, sa­lário e di­reitos, saúde e ha­bi­tação.


Os par­tidos «são todos iguais»...
Não, não são todos iguais. Isso é o que querem que acre­di­temos os par­tidos que têm poucas di­fe­renças nas po­lí­ticas que pra­ticam. Há os que lutam em de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, que estão ao seu lado na de­fesa do em­prego, do di­reito à saúde, de uma vida me­lhor, e os que pro­movem a ex­plo­ração e in­jus­tiças. Na CDU, os eleitos adoptam a regra de não serem be­ne­fi­ci­ados pelos cargos que exercem e têm uma es­trita in­de­pen­dência de in­te­resses pri­vados, de­sig­na­da­mente dos grandes grupos eco­nó­micos. Quando pre­do­mina a falta de pa­lavra, a men­tira ou a cor­rupção, a CDU é re­co­nhe­cida como uma força de pa­lavra, de ver­dade, se­ri­e­dade e tra­balho.

 

Se o pú­blico não re­solve os pro­blemas porque não se con­trata o pri­vado? Porque é que eu pago tantos im­postos para ter maus ser­viços pú­blicos?

A de­gra­dação dos ser­viços pú­blicos, como no SNS, foi sempre uma con­sequência de po­lí­ticas de de­sin­ves­ti­mento e um ins­tru­mento para abrir ca­minho para os pri­vados. A ex­pe­ri­ência do nosso e de ou­tros países mostra bem como a en­trega aos grupos pri­vados de ser­viços pú­blicos é sempre um bom ne­gócio para esses grupos pri­vados e sempre um mau ser­viço para as po­pu­la­ções. Os im­postos – pagos em ex­cesso pelos tra­ba­lha­dores e a muito pouco pelos grupos eco­nó­micos – são cres­cen­te­mente des­vi­ados para fi­nan­ciar os grupos pri­vados em vez dos ser­viços pú­blicos.

 

Ra­zões para votar na CDU

O voto na CDU é o voto de quem tra­balha ou tra­ba­lhou uma vida in­teira. O voto que res­peita o tra­balho e os tra­ba­lha­dores, que as­sume como pri­o­ri­dade o au­mento dos sa­lá­rios e pen­sões, o voto contra uma eco­nomia as­sente em baixos sa­lá­rios, em tra­balho pre­cário e em ho­rá­rios des­re­gu­lados. É o voto pela va­lo­ri­zação das car­reiras pro­fis­si­o­nais e pela re­dução da idade da re­forma.

O voto na CDU é o voto por mais e me­lhores ser­viços pú­blicos e pela ga­rantia de di­reitos fun­da­men­tais, para todos. É o voto na de­fesa do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, na va­lo­ri­zação da Es­cola Pú­blica, no fim das pro­pinas no En­sino Su­pe­rior Pú­blico, no di­reito à ha­bi­tação, na gra­tui­ti­dade das cre­ches, por mais, me­lhores e mais aces­sí­veis trans­portes pú­blicos, pelo acesso à Jus­tiça e a se­gu­rança.

O voto na CDU é o voto contra a cor­rupção, não apenas nas pa­la­vras, mas so­bre­tudo nos actos. O voto que com­bate a con­fusão entre cargos pú­blicos e ac­ti­vi­dades pri­vadas; o voto contra as pri­va­ti­za­ções, contra as par­ce­rias pú­blico-pri­vadas, contra o desvio de di­nheiros pú­blicos para be­ne­fi­ciar in­te­resses pri­vados.

O voto na CDU é o voto que conta sempre para der­rotar a di­reita e que con­tribui sem qual­quer dú­vida para uma al­ter­na­tiva de es­querda. É o voto na es­querda que não imita a di­reita e que conta sempre para so­lu­ções de es­querda, que ve­nham de en­contro à re­so­lução dos pro­blemas do povo e do País. É o voto na al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.

O voto na CDU é o voto contra o medo, o fas­cismo e a guerra, pela li­ber­dade e a so­be­rania na­ci­onal. O voto na CDU é um voto certo e se­guro em quem dá provas de se­ri­e­dade, em quem honra a co­e­rência e a pa­lavra dada, em quem tem a co­ragem de en­frentar forças ad­versas em quais­quer cir­cuns­tân­cias.

Se a CDU faz falta, o que faz falta é votar na CDU. O voto na CDU é o voto em de­pu­tados que honram os seus com­pro­missos, com quem se pode contar nos mo­mentos di­fí­ceis e em de­fesa das causas justas.

 



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No Barreiro é necessário abrir portas ao futuro

No passado dia 4 de Abril, no Auditório da Associação Unitária dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Lavradio, foi apresentada publicamente a candidata da CDU à presidência da Câmara Municipal do Barreiro, Jéssica Pereira. Investigadora e dirigente associativa de 30 anos, é natural do...

Promover o desenvolvimento sustentável de Alcochete

Raquel Prazeres, profissional multifacetada, com um percurso que cruza as áreas da cultura, saúde, educação e activismo cívico e político, é a candidata da CDU a presidente da Câmara Municipal de Alcochete (CMA). Membro do PCP e do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), Raquel Prazeres,...

Manuel Coelho para continuar o trabalho em Avis

Manuel Coelho, 57 anos, consultor e adjunto da vereação de Setúbal, é o candidato da CDU apresidente da Câmara Municipal de Avis (CMA), para dar continuidade ao projecto da Coligação PCP-PEV no concelho. Presidente da Assembleia Municipal de Avis desde 2013 (e, também, entre 1994 e 1997), foi...