1665 – Jornal dos sábios

«Dar a co­nhecer o que há de novo na re­pú­blica das le­tras» através das mais di­versas ma­té­rias, «de forma a ga­rantir que não se passe nada na Eu­ropa, digno da cu­ri­o­si­dade das gentes de le­tras, que não possa ser apren­dido neste jornal» – eis o cartão-de-vi­sita do jornal francês con­si­de­radoo pri­meiro pe­rió­dico li­te­rário e ci­en­tí­fico da Eu­ropa. Fun­dado pelo es­critor Denis de Sallo, o Jornal dos sá­bios, ao con­trário do que o nome su­gere, não trata só de ques­tões ci­en­tí­ficas, antes abarca áreas tão di­versas como obi­tuá­rios, no­vi­dades das artes e das ci­ên­cias, as­tro­nomia e me­te­o­ro­logia, sen­tenças dos tri­bu­nais laicos, re­li­gi­osos e uni­ver­si­tá­rios, tudo enfim pas­sível de in­te­ressar a pes­soas cultas. É nas suas pá­ginas que apa­rece pela pri­meira vez a crí­tica de li­vros, li­ber­dade mal re­ce­bida pelas au­to­ri­dades ecle­siás­ticas. A pressão dos Je­suítas leva à sus­pensão do jornal, que re­a­pa­rece em 1666 sob a ori­en­tação mais mo­de­rada do abade Gal­lois. Com uma exis­tência pau­tada por pe­ri­o­di­ci­dade ir­re­gular e vá­rias sus­pen­sões, o jornal passa a ser pu­bli­cado, a partir de 1723, sob o pa­tro­cínio da Aca­demia das Ci­ên­cias. A partir de 1908, a edição, duas vezes por ano, passa para a Aca­demia de Ins­cri­ções e Belas Le­tras e assim se mantém o jornal que in­tro­duziu a crí­tica li­te­rária na im­prensa.