AFIRMAR OS VALORES DE ABRIL

«por uma outra po­lí­tica»

Numa si­tu­ação eco­nó­mica e so­cial mar­cada pelos pro­blemas que afectam a vida dos tra­ba­lha­dores e do povo e pelo alas­tra­mento da­sin­jus­tiças e de­si­gual­da­desque a po­lí­tica de di­reita vem apro­fun­dando (e que o Go­verno PSD/​CDS, com o apoio do Chega e da IL e a cum­pli­ci­dade do PS, vem agra­vando), é de grande sig­ni­fi­cado e im­por­tância co­me­morar a Re­vo­lução de Abril com tudo o que ela re­pre­sentou de con­quistas, avanços e de es­pe­rança. E, em si­mul­tâneo,afirmar e pro­jectar os seus va­lores na luta que hoje se de­sen­volve, em de­fesa dos di­reitos, pela rup­tura com essa po­lí­tica e pela con­cre­ti­zação de uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, que re­tome os­ca­mi­nhos de Abril.

De facto, foi a Re­vo­lução de Abril que con­quistou a li­ber­dade e a de­mo­cracia; que as­se­gurou o di­reito à livre or­ga­ni­zação sin­dical, ao di­reito à ma­ni­fes­tação e à greve; que con­sa­grou a proi­bição dos des­pe­di­mentos sem justa causa; que pro­cedeu à cri­ação do sa­lário mí­nimo na­ci­onal; que pro­moveu o au­mento e alar­ga­mento das pen­sões de re­forma e grandes avanços nos do­mí­nios da saúde, com a cri­ação do SNS uni­versal, geral e gra­tuito, entre tantas ou­tras con­quistas po­lí­ticas, eco­nó­micas, so­ciais e cul­tu­rais.

Foi também a Re­vo­lução de Abril que ins­ti­tuiu e deu re­levo ao poder local de­mo­crá­tico. Esse poder local que ex­pressa e as­se­gura o di­reito do povo de de­cidir sobre os pro­blemas das suas terras e o seu de­sen­vol­vi­mento.

De­mo­cracia que se quis ampla e densa em di­reitos, li­ber­dades e ga­ran­tias e que a pro­lon­gada acção dos úl­timas dé­cadas de go­vernos do PSD, CDS e PS ao ser­viço dos in­te­resses dos grupos eco­nó­micos foi am­pu­tando, mu­ti­lando e também es­va­zi­ando, atin­gindo o con­junto das suas ver­tentes, com par­ti­cular evi­dência e gra­vi­dade para a eco­nó­mica e so­cial, onde o pro­cesso pri­va­ti­zador dos sec­tores es­tra­té­gicos e da banca marcou gra­ve­mente o pro­cesso de de­sen­vol­vi­mento do País, com a sua en­trega ao grande ca­pital, pondo em causa o nosso de­sen­vol­vi­mento so­be­rano.

Mas, se muitas con­quistas de Abril foram des­truídas ou am­pu­tadas, também é ver­dade que o al­cance da­quilo que pro­por­ci­onou na vida da larga mai­oria do povo por­tu­guês, os va­lores de Abril, pela força dos tra­ba­lha­dores e do povo, por acção do PCP e da CDU e de muitos ou­tros de­mo­cratas e pa­tri­otas mantêm-se vivos, apesar de dé­cadas e dé­cadas de pro­cesso contra-re­vo­lu­ci­o­nário.

E é igual­mente ver­dade que, quanto mais avança esse pro­cesso, mais evi­dente se torna aquilo que é ne­ces­sário fazer para re­tomar o ca­minho de Abril que a po­lí­tica de di­reita in­ter­rompeu.

Assim é em cada luta que se trava pelo au­mento dos sa­lá­rios e das pen­sões, contra a pre­ca­ri­e­dade, pelos di­reitos, pelo acesso à ha­bi­tação, pela con­cre­ti­zação do di­reito à saúde; em cada luta por uma vida me­lhor; na luta pela paz; em cada com­bate contra as forças e con­cep­ções re­ac­ci­o­ná­rias.

Luta que tem vindo a as­sumir di­fe­rentes ex­pres­sões nas em­presas, lo­cais de tra­balho e nas ruas e que é pre­ciso pro­jectar na grande jor­nada do 1.º de Maio con­vo­cada pela CGTP-IN em todo o País, já na pró­xima se­mana.

Luta que conta com o apoio do PCP e com as forças que cons­ti­tuem a Co­li­gação De­mo­crá­tica Uni­tária, força po­pular e de Abril que é a CDU.

Luta que se afirma também nas ba­ta­lhas po­lí­ticas e elei­to­rais que temos pela frente e que cons­ti­tuem um mo­mento e uma opor­tu­ni­dade para abrir ca­minho a um fu­turo me­lhor e dar passos na afir­mação e cons­trução de uma al­ter­na­tiva à po­lí­tica de di­reita, capaz de de­fender e cum­prir Abril.

Desde logo, nas elei­ções le­gis­la­tivas do pró­ximo dia 18 de Maio, para, com mais força, mais votos, mais de­pu­tados da CDU, afirmar aquilo que se impõe, o ca­minho de rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, o ca­minho que res­ponda à vida, às ne­ces­si­dades e aos di­reitos da mai­oria da­queles que põem o País a fun­ci­onar, que tra­ba­lharam uma vida in­teira, da ju­ven­tude que quer cá viver e tra­ba­lhar e que tem di­reito a uma vida feliz.

Mas também na pre­pa­ração das elei­ções au­tár­quicas, afir­mando a CDU e o seu pro­jecto dis­tin­tivo de tra­balho ho­nes­ti­dade e com­pe­tência, ao ser­viço das po­pu­la­ções e do de­sen­vol­vi­mento local e na­ci­onal.

É na CDU que está o pro­jecto de pro­gresso, de es­pe­rança, o grande pro­jecto de Abril, contra a acção anti-so­cial e an­ti­la­boral que pro­vo­cando a pre­ca­ri­zação das re­la­ções de tra­balho, pro­moveu uma po­lí­tica de con­tenção e re­gressão do valor real dos sa­lá­rios e das pen­sões e a de­gra­dação das fun­ções so­ciais do Es­tado e dos ser­viços pú­blicos que as de­viam as­se­gurar, bem pa­tente nos graves pro­blemas que en­frenta hoje o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde.

Por isso mesmo, os tra­ba­lha­dores, o povo, a ju­ven­tude, todos os de­mo­cratas e pa­tri­otas, todos os que as­piram a uma vida me­lhor num Por­tugal de­mo­crá­tico e so­be­rano são cha­mados, com a sua von­tade, a sua voz e a sua luta, a afirmar os va­lores de Abril para a cons­trução de um fu­turo de pro­gresso so­cial e de paz.