- Nº 2682 (2025/04/24)

Levar a luta dos estudantes até ao voto

Nacional

A Direcção Central do Ensino Superior (DCES) da JCP valorizou a «extraordinária mobilização» dos estudantes de todo o País na Manifestação Nacional de 24 de Março, «um evidente sinal da vontade de mudança de política» que se exige.

Reunida no passado dia 12, a DCES sublinha que esta «mobilização» comprova o que a JCP e o PCP sempre afirmaram: «11 meses de acção do Governo PSD-CDS, com a convergência de IL e Chega, e a cumplicidade do PS, significaram o agravamento dos obstáculos colocados aos estudantes do Ensino Superior».

Em causa estão, por exemplo, as recentes ameaças de aumento das propinas, a revisão do modelo de acesso ao Ensino Superior ou a proposta de Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. «Decorrentes de uma crise política que manteve enraizada a precariedade na vida de milhares de jovens estudantes, as eleições legislativas de 18 de Maio são agora uma oportunidade para, com o reforço da CDU, afirmar a vontade da juventude, (…) assegurando o acesso e sucesso universal e gratuito aos mais elevados graus de ensino», afirmam os jovens comunistas.

 

Ensino Profissional diz não às injustiças

Também os estudantes do Ensino Profissional saíram à rua em Março por um sistema de faltas mais justo, por mais condições materiais e humanas, por cantinas e bares nas escolas, pela valorização da avaliação contínua. «Está na hora de dizer não às injustiças», acentua o movimento «Voz aos Estudantes», que apela à «continuação do desenvolvimento da luta pela melhoria das condições e pela educação» a que estes estudantes têm direito. As acções decorreram na Escola Profissional de Braga, na Escola Profissional da Região Alentejo, em Évora, na Escola Profissional de Tomar e na Escola Técnica Profissional da Moita.

 

Ameaçados por RGA

Dois estudantes do 10.º ano da Escola Secundária de Sampaio, em Sesimbra, estão a ser ameaçados com um procedimento disciplinar por organizarem uma Reunião Geral de Alunos (RGA). O «castigo» passa por escolher entre limpar a escola ou ser suspensos três dias, segundo os alunos.

A RGA, em concordância com o artigo n.º 32 da Lei Geral do Associativismo Jovem, convocada via abaixo-assinado, com 224 assinaturas, correspondente a aproximadamente 25 por cento dos estudantes da escola, teve lugar no dia 25 de Fevereiro, às 9h55, no bar da escola, com a presença de dezenas de alunos, que discutiram os problemas da escola e aprovaram duas moções, uma delas a apontar para uma concentração que se realizou no dia 27 de Março no portão da escola. Desde o primeiro momento, a direcção da escola assumiu uma postura hostil, de intimidação e tentativa de impedimento da RGA, colocando diversos entraves à sua realização.