O Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública são os instrumentos necessários para a garantia dos direitos universais à saúde e à educação, constitucionalmente consagrados. A valorização dos profissionais é essencial para o seu funcionamento.
Na quinta-feira, o PCP recebeu uma delegação da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) no quadro do diálogo sobre os desafios prioritários da Educação e da Escola Pública em Portugal.
No final, Paulo Raimundo, assinalou que houve uma «sintonia de opiniões» nos problemas, bem como nas «medidas que se exigem» para defender a Escola de Abril, democrática e inclusiva, como a valorização das condições de trabalho dos professores e auxiliares, o combate à precariedade laboral, o reforço de recursos pedagógicos e a garantia de uma escola pública que sirva as necessidades de todos os estudantes. Uma das preocupações partilhadas foi a alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo, que visa «o desmantelamento e privatizar partes da escola pública», alertou. «Não desistimos e temos propostas avançadas no nosso Compromisso Eleitoral para responder a estas exigências», afiançou o dirigente do PCP.
O encontro realizou-se a pedido da FENPROF, que está a reunir com os partidos representados na Assembleia da República. A federação sindical pretende actualizar o seu caderno reivindicativo, insistindo na necessidade de resolver o problema da falta de professores e da valorização da profissão docente.
FNAM
Nesse mesmo dia, teve ainda lugar uma outra reunião, com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que abordou as questões concretas dos médicos e deu centralidade ao problema do acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que «responde a todos da mesma forma e não pergunta qual a doença para curar». Pedindo «respeito» pelo «esforço» e «dedicação» dos médicos, Paulo Raimundo defendeu que é preciso «criar condições de trabalho» e «valorizar as carreiras» dos profissionais de saúde no SNS, «contrapondo com o que está em curso». Deu como exemplo a decisão do Governo de novas parcerias público-privadas, privatizando 174 centros de saúde.