Por proposta dos vereadores do PCP, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou, no passado dia 9, a criação de um Gabinete de Apoio às Colectividades (GAC) em situação de emergência.
Segundo os comunistas, «são várias as associações de Lisboa que enfrentam dificuldades provocadas pelo impacto devastador da lei das rendas, da especulação imobiliária e da falta de apoios da CML, traduzido em processos de despejos concretizados ou iminentes e pela falta de resposta quanto a espaços disponíveis que possam garantir a continuidade do trabalho e a sua permanência na cidade».
Perante esta situação, os vereadores do PCP entendem que o município, que é «o maior proprietário da cidade», deve assumir um papel activo «na procura de soluções que assegurem a viabilidade, a continuidade e a vitalidade do tecido associativo da cidade, nomeadamente no que se refere aos espaços para instalar estas colectividades, sem descurar o potencial do edificado de propriedade pública e municipal».
Para o Partido, o GAC terá como atribuições, entre outras que se revelem pertinentes, a elaboração de um diagnóstico das necessidades das colectividades em situação de emergência; a avaliação da melhor actuação da CML para a resolução das dificuldades; o encaminhamento, sempre que possível, para soluções de atribuição de espaços municipais disponíveis, não utilizados, adequados às suas necessidades; o auxílio na concretização de candidaturas a apoios municipais diversos; a prestação de apoio técnico; a criação de um fórum/ponto de encontro das colectividades da cidade que sirva para intercâmbio de experiências e boas práticas e potencie colaboração e projectos conjuntos.
A elaboração desta proposta surge na sequência de muitos encontros, reuniões e visitas que a CDU (PCP-PEV) tem promovido com várias associações de Lisboa que estão numa situação de emergência: Academia de Recreio Artístico (ARA), a Arroz Estúdios, a Artistas Unidos, o Carnide Clube, a Casa Independente, o Clube Atlético de Alvalade (CAA), o Grupo Dramático e Escolar «OS COMBATENTES», a Sirigaita, a SMOP – Sociedade Musical Ordem e Progresso, a Zona Franca dos Anjos, Academia Amadores de Musica, entre muitas outras.
Propostas inacabadas e bandeiras eleitorais assentes na propaganda
Na reunião de 14 de Abril, os vereadores do PCP votaram contra o Relatório de Gestão, Demonstrações Financeiras e Orçamentais de 2024, os relatório da EGEAC e da SRU, e abstiveram-se nos relatórios da Gebalis e da Carris.
Em comunicado, os comunistas afirmam que o relatório de contas aprovado «resume um mandato baseado em propostas inacabadas e bandeiras eleitorais assentes na propaganda, aproveitando a mistificação pelos números e operações contabilísticas para esconder as opções políticas da coligação PSD/CDS, que não favorecem quem vive, trabalha e estuda na cidade».
Os resultados orçamentais do ano passado decorrem, segundo o PCP, «de opções estruturantes de política urbana e gestão financeira municipal que, num quadro de execução orçamental que ultrapassa os mil milhões de euros, não elimina contradições entre o que divulga a máquina de comunicação do executivo e a realidade concreta da cidade e, também, dos bairros municipais, nos diversos domínios da vida social e urbana».