O SITE Norte insistiu, junto da administração da Airbus Atlantic, para que responda ao Caderno Reivindicativo e encete uma verdadeira negociação, a breve prazo, considerando o sucesso da greve de dia 17.
Ao saudar os trabalhadores da fábrica portuguesa da multinacional europeia da indústria de aviação, a direcção do sindicato da FIEQUIMETAL/CGTP-IN destacou «a determinação e grande participação na luta», por parte do pessoal dos três turnos.
A greve, de duas horas por turno, entre as 13h00 e as 17h00, a abranger dois turnos e o horário normal, teve uma adesão que o sindicato estimou entre 90 e 100 por cento e que provocou a paragem da produção.
Durante a paralisação, como o SITE Norte informou, um numeroso grupo de trabalhadores realizou um desfile pelas ruas da zona industrial da Ermida, gritando palavras de ordem, como «está na hora do aumento cá para fora». Durante a concentração, no final, junto da portaria, interveio, entre outros, o Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira.
A luta foi convocada para exigir aumentos salariais dignos e justos para todos e negociação dos demais pontos do Caderno Reivindicativo, mas acabou por ser também uma firme resposta a manobras patronais para limitar a adesão.
Na saudação, divulgada dia 21, o sindicato nota que os trabalhadores «decidiram esta primeira greve na empresa» como «um grito de alerta», para que a administração «encete uma verdadeira negociação».
O sindicato vai solicitar «mais uma reunião» à administração e adianta que, «se não for dada uma resposta ao Caderno num curto espaço de tempo, vamos voltar a realizar plenários, para ouvir os trabalhadores sobre os passos seguintes a dar».
Grande adesão na Teijin
Nas fábricas da Teijin Automotive Technologies, em Matosinhos e em Palmela, as greves de duas horas por turno, no dia 16, tiveram grande adesão e provocaram a paragem da produção, como informaram os sindicatos SITE Norte e SITE Sul.
Nos períodos de paralisação, ocorreram concentrações no exterior das instalações. Em Matosinhos esteve o Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira.
A greve foi decidida em plenários, como resposta à posição patronal «intransigente e arrogante» nas negociações salariais. Os sindicatos, numa nota publicada pela FIEQUIMETAL, explicaram que a administração apresentou uma proposta de apenas 52 euros e «mostrou-se mais interessada em impor as suas pretensões, do que em negociar de forma a que os trabalhadores possam fazer frente ao aumento do custo de vida».